Helio Fernandes
Dona Dilma j presidente, Lula jamais admitir que ex. bem possvel que esteja onde estiver, amanh, impensadamente se dirija para o Planalto. a praxe de 8 anos, que ele, s obrigado, teve que aceitar. (Tudo que eu precisava dizer sobre Lula est na abertura).
Quanto a Dilma, a realidade, mas rigorosamente incompreensvel para muita gente, nem se pode duvidar, at para ela mesma. E no apenas para ela. Qualquer presidente, ao chegar ao Palcio presidencial, se no estiver surpreendido, dever ser no mnimo presumido.
O dia de hoje passar rapidamente, apesar de altamente cansativo. Amanh domingo, ento, segunda-feira, todos comearo a ocupar seus cargos, muitos estaro desconfiados da durao e do tempo. Na certa, alguns at admitiro que ficaro at 2014, ou quem sabe, ganharo uma promoo?
Nesse zigue-zague, no tumulto, barafunda e balbrdia da posse, Lula sentir pela primeira vez, pelo menos nos ltimos 8 anos, que coadjuvante, deixou de ser participante. E at perguntar para ele mesmo, bem baixinho: Eu tinha que estar aqui? No humilhante para quem sai com 87 por cento de popularidade, escolheu, elegeu e empossou quem desejou?
***
PS S que o mais emocionante ou notvel na solenidade, no a frustrao de Lula e sim a emoo e a lembrana de Dilma, convidando e recepcionando as 11 companheiras de cela do passado.
PS2 Foi uma ideia extraordinria. Nesse Planalto imenso e consagrador, mesmo sem palavras, podem sussurrar ou murmurar: Depois daquela cela minscula e apertada, quem poderia admitir que terminaramos aqui? A irrealidade do passado ou ser de hoje?