STF publica acórdão e abre contagem regressiva para prisão de Bolsonaro

Defesa tem cinco dias para os primeiros embargos

Deu na Folha

O STF (Supremo Tribunal Federal) publicou nesta quarta-feira (22) o acordão com a decisão que condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete réus por tentativa de golpe de Estado. Com a publicação, que formaliza o resultado do julgamento, passam a contar os prazos para que as defesas possam recorrer.

Bolsonaro está atualmente em prisão domiciliar, e um eventual cumprimento de pena em regime fechado pode se dar depois do esgotamento desses recursos —algo que ministros da corte preveem ocorrer ainda em 2025.

TRAMA – A Primeira Turma do STF condenou Bolsonaro, no dia 11 de setembro, a 27 anos e 3 meses de prisão por tentativa de golpe de Estado, sob acusação de liderar uma trama para permanecer no poder. Trata-se da primeira vez na história do país em que um ex-presidente é condenado por esse crime.

O placar da condenação de Bolsonaro na turma foi de 4 a 1, e o ministro Luiz Fux foi o único voto divergente. Na última semana, ele havia pedido a devolução de seu voto para uma nova revisão gramatical, postergando um pouco a publicação do acórdão.

TRANSFERÊNCIA – Nesta terça (21), Fux pediu à presidência do STF para ser transferido da Primeira Turma, que julga a trama golpista, para a Segunda Turma, e entregou à noite seu voto sobre o julgamento do ex-presidente, o que permitiu a publicação do acórdão e abriu prazo para contestações das defesas.

Entre os recursos possíveis para os advogados de Bolsonaro e dos demais réus estão os embargos de declaração, reservados para situações em que a defesa entenda que houve alguma obscuridade, imprecisão, contradição ou omissão na decisão. Nesse caso, a discussão não vai para o plenário, mas para a própria turma que julgou o caso.

EMBARGOS – O prazo para a apresentação dos embargos de declaração é de cinco dias, contados a partir da publicação do acórdão. Em tese, a defesa pode apresentar sucessivos embargos de declaração caso entenda que a resposta ao questionamento anterior segue com pontos obscuros.

Apesar de não haver um limite definido de embargos de declaração que possam ser interpostos, caso a corte considere que haja apenas intenção de atrasar o encerramento do processo (pela repetição de argumentos já apresentados em embargos anteriores, por exemplo), ela pode declarar que ele é meramente protelatório.

REABERTURA DO DEBATE – Outro tipo de recurso cabível, apenas quando há voto divergente a favor do réu, são os embargos infringentes. Nesse caso, ele reabriria o debate sobre o mérito da condenação e levaria o julgamento para o plenário. O prazo para a apresentação dos embargos infringentes é de 15 dias a partir da publicação do acórdão.

No entanto, apesar de Fux ter apresentado voto divergente favorável a Bolsonaro, não se trata de um trâmite garantido. Isso porque precedentes do Supremo dos últimos anos têm imposto limites adicionais ao uso desse tipo de questionamento.

Caso o STF siga o mesmo entendimento de um precedente anterior, Bolsonaro precisaria de dois votos o absolvendo de pelo menos um dos crimes para que a tramitação dos embargos infringentes viesse a ser admitida.

HABEAS CORPUS – Embora os embargos de declaração e infringentes sejam os principais recursos à disposição, as defesas ainda podem apresentar ferramentas processuais mais genéricas, como habeas corpus e mandado de segurança, buscando questionar pontos do julgamento. No entanto, entendimentos restritivos do tribunal quanto ao uso desses meios processuais ou decisões monocráticas do próprio relator negando os pedidos podem fazer com que elas sejam caminhos com menor potencial de levantar discussões.

Uma eventual decisão sobre onde Bolsonaro deverá cumprir pena caberá ao ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, após o fim do processo. A defesa do ex-presidente tentará a manutenção da prisão domiciliar, citando as fragilidades na saúde de Bolsonaro, que tem 70 anos.

Para a hipótese de regime fechado, são citados três possíveis destinos para o Bolsonaro: a Superintendência da Polícia Federal em Brasília, uma cela especial no Centro Penitenciário da Papuda, também na capital, e um quartel do Exército. A última possibilidade é tida como remota por integrantes do STF.

MP quer demolir mansão ilegal do presidente da Câmara de Brasília

Vista aérea da casa de Wellington Luiz, no Park Way. Ao fundo, o reservatório da Caesb, proprietária de todo o terreno que aparece na imagem. — Foto: Arquivo pessoal

A mansão foi erguida em terreno que pertence à estatal Caesb

Marcos Amorozo
g1 DF — Brasília

O Ministério Público do Distrito Federal recomendou a demolição imediata de todas as construções de uma mansão localizada na Quadra 27, no Park Way. A área é ocupada desde os anos 1990 pelo atual presidente da Câmara Legislativa do DF, Wellington Luiz (MDB), e pela esposa dele, Kilze Beatriz Montes Silva.

Segundo a promotoria: o terreno pertence à Companhia de Saneamento Ambiental do DF (Caesb); a ocupação por particulares é ilegal; a construção não tem licenciamento; o imóvel não pode ser regularizado.

MANOBRA – O MP diz ainda que a tentativa recente de licitação do imóvel foi uma manobra para burlar decisões judiciais e beneficiar diretamente o casal. A recomendação foi enviada à Secretaria DF Legal – que pode executar a demolição sem precisar de aval da Justiça.

O MP também orientou a Terracap (órgão do governo do DF que cuida de licitações de imóveis) a suspender o edital. E disse para a Caesb reaver a posse da área, cancelando qualquer tentativa de cessão ou alienação.

A Terracap suspendeu oficialmente a licitação em 20 de agosto e intimou Kilze Beatriz para se manifestar. A Caesb e o DF Legal pediram mais prazo para responder.

ILEGALIDADE – “A principal ilegalidade do edital consiste no desvio de finalidade do ato administrativo, pois a concessão de uso foi um ‘arranjo jurídico’ proposto pela Caesb para regularizar a ocupação ilegal do deputado Wellington Luiz”, afirmou ao g1 Laís Cerqueira, promotora de Justiça de Defesa da Ordem Urbanística.

Em notas enviadas ao g1, a Caesb disse que “acompanha regularmente todas as ações, ainda em curso” e que prestou esclarecimentos ao Ministério Público do DF.

Já o DF Legal afirmou que chegou a multar Wellington Luiz, mas, em respeito ao processo em andamento na Justiça, não marcou data para cumprir a ordem de demolição. E a Terracap afirmou que atua na venda e na concessão dos imóveis de vários órgãos do DF, que licitou “dezenas de lotes” da Caesb só em 2025 e que o critério para essas vendas é “exclusivo da Caesb”.

SEM VEDAÇÃO – Ainda segundo a Terracap, “não há vedação para que servidores e/ou diretores do Biotic participem da concorrência para aquisição desses imóveis.”. O g1 entrou em contato com Wellington Luiz na última semana, mas não obteve retorno.

Wellington Luiz e Kilze Beatriz passam a ocupar irregularmente uma área pertencente à CAESB, no Park Way. A ocupação ocorre sem autorização formal e permanece por décadas.

Por mais de 20 anos, o deputado distrital e a esposa viveram no local sem serem questionados. Mas em outubro de 2017, a CAESB notificou extrajudicialmente o casal para desocupação da área, com prazo de 30 dias.

USUCAPIÃO – Em novembro do mesmo ano, o casal ajuíza ação de usucapião extraordinária , tentando obter a posse definitiva da área por meio judicial.

Em junho de 2019, a Justiça do DF julgou improcedente a ação de usucapião. O juiz entendeu que não é possível transferir a área com esse argumento, porque o lote é um bem público.

O Tribunal de Justiça do DF negou provimento à apelação do casal. A decisão confirma a sentença de 2019 e reforça que a área não pode ser adquirida por usucapião.

AVANÇOS NO CASO – Em 2025, houve uma série de “avanços” no caso. Em 4 de fevereiro, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) confirma a impossibilidade de usucapião. A decisão é definitiva e reconhece que bens de sociedade de economia mista com destinação pública não podem ser usucapidos.

Em 7 de março, Kilze Beatriz é nomeada diretora da BIOTIC S.A., estatal controlada pela Terracap. A nomeação é vista como movimento estratégico para tentar reabrir o caso pela via administrativa.

E, em 2 de junho, a Terracap publica o Edital nº 08/2025, incluindo a área ocupada pelo casal como “sem destinação específica” e disponível para licitação. A descrição contradiz decisões judiciais e documentos oficiais.

PRIMEIRO ITEM – Na página 5 do edital 08/2025 da Terracap, o primeiro item é o terreno da Caesb onde o deputado Wellington Luiz construiu a casa.

Em 18 de junho, data prevista para realização da licitação. Kilze Beatriz figura como vencedora do certame, apesar de estar legalmente impedida por ocupar cargo de direção em estatal ligada à Terracap. Em 12 de agosto, o MP do DF publica a uma recomendação apontando falsidade na descrição do edital e defendendo a anulação dos atos administrativos.

Enfim, em 20 de agosto a Terracap publica comunicado suspendendo a licitação do imóvel constante do Item 1 do Edital nº 08/2025.

ALTO LUXO – A mansão de 585 metros quadrados – construída por Wellington Luiz há quase 30 anos em parte de um terreno originalmente pertencente à Caesb – se destaca pela imponência e pela estrutura voltada ao conforto máximo.

Do alto, é possível ver piscina, campo de futebol gramado, jardins extensos com palmeiras e árvores frutíferas.

A estrutura inclui áreas de convivência, caminhos internos e uma vegetação abundante que cerca o imóvel. Sem vizinhos, a única construção nas redondezas é a estação de tratamento da Caesb, verdadeira dona de todo o lote.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Wellington Luiz pertence a uma categoria de homem público que abunda no Brasil e serve a seus próprios interesses, em detrimento dos interesses da coletividade. Era policial civil e se elegeu deputado distrital prometendo combater a corrupção e a criminalidade. Acabou virando presidente da Câmara Distrital e tem participado ativamente de todos os governos corruptos da capital, que não dá sorte com políticos. (C.N.)

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Catando feijão e fazendo poesia, como João Cabral de Melo Neto

O meu nome é Severino, não tenho outro de pia, Como há muitos ...Paulo Peres
Poemas & Canções

O diplomata e poeta pernambucano João Cabral de Melo Neto (1920-1999) utilizou em sua obra poética desde a tendência surrealista até a poesia popular, porém caracterizada pelo rigor estético, com poemas  marcados pelo uso de rimas toantes, inaugurando, assim, uma nova forma de fazer poesia no Brasil.

O poeta apresenta como tema o Nordeste, com todos os problemas voltados para a questão social, tais como a miséria, a indigência, a fome, e esta temática  está retratada no seu famoso poema “Morte e Vida Severina”, que revela a história de um retirante de 20 anos que sai em buscas de melhores condições de vida.”

CATANDO FEIJÃO
João Cabral de Melo Neto

Catar feijão se limita com escrever:
Jogam-se os grãos na água do alguidar
E as palavras na folha de papel;
e depois, joga-se fora o que boiar.
Certo, toda palavra boiará no papel,
água congelada, por chumbo seu verbo;
pois catar esse feijão, soprar nele,
e jogar fora o leve e oco, palha e eco.

Ora, nesse catar feijão entra um risco,
o de que, entre os grãos pesados, entre
um grão imastigável, de quebrar dente.
Certo não, quando ao catar palavras:
a pedra dá à frase seu grão mais vivo:
obstrui a leitura fluviante, flutual,
açula a atenção, isca-a com risco.

Tarcísio na linha de tiro da política: sem Bolsonaro e sem rumo

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Delegado Shor erra de novo e deve ser incriminado na Lei Magnitsky

Delegado da PF relata “recado de intimidação” após indiciar Bolsonaro

Shor acusa Felipe Martins, que provou ser inocente

Deu na Timeline

O delegado da Polícia Federal Fábio Shor encaminhou documento ao ministro Alexandre de Moraes em que afirma haver “a possibilidade de que integrantes da ‘organização criminosa’ tenham se utilizado do procedimento migratório diferenciado relacionado a comitivas de chefes de Estado para simular uma falsa entrada de Felipe Martins, ex-assessor de Bolsonaro, em território americano”.

 A PF ainda comparou o caso a práticas atribuídas à chamada “milícia digital”, sob investigação no STF, apontando o uso da internet por “influenciadores e advogados para propagar informações falsas e desacreditar autoridades”.

DELEGADO FACCIOSO – A defesa de Martins reagiu ao pedido. Em nota, os advogados afirmaram que o ofício da PF é “um documento que, sob a aparência de relatório técnico, é na verdade uma tentativa de criminalizar a advocacia, a imprensa e a cidadania”.

Segundo a defesa, o delegado responsável pela “investigação” teria “ultrapassado todos os limites que separam do arbítrio o Estado de Direito”.

Para os advogados, o relatório representa “uma tentativa desesperada de autopreservação” e “confissão de culpa”. “Quando o Estado precisa demonizar quem faz perguntas, é porque não tem resposta”, diz o texto.

DESVIO DE FINALIDADE – Eles também acusam o delegado de “negligência” e “desvio de finalidade”, afirmando ainda que a prisão de Filipe Martins, em fevereiro de 2024, teria sido utilizada “como método de tortura psicológica” e instrumento de pressão para tentar obter delações forçadas.

A defesa contesta o argumento da PF de que havia risco de fuga por parte de Martins. Segundo os advogados, a corporação já monitorava o ex-assessor desde outubro de 2023, quatro meses antes da prisão, por meio de dados telefônicos e de geolocalização:

“A Polícia Federal sabia exatamente onde ele esteve durante os anos de 2023 e 2024: em sua residência, vivendo normalmente com a esposa e atendendo a todas as demandas da Justiça. A PF e Moraes sabiam que ele não estava foragido e, mesmo assim, sustentaram essa mentira para justificar uma prisão abusiva. Trata-se de falsidade deliberada e de evidente desvio de finalidade”.

PROVIDÊNCIAS FORMAIS – Os representantes do ex-assessor também anunciaram que vão pedir providências formais. Entre as medidas listadas, estão o pedido de retirada dos trechos do relatório que citam advogados e jornalistas, a abertura de apuração disciplinar contra o delegado Fábio Shor e representações junto ao Tribunal de Contas da União, à Controladoria-Geral da União, ao Ministério Público Federal e à Ordem dos Advogados do Brasil.

O documento da PF foi enviado a Alexandre de Moraes depois que o ministro deu cinco dias para que a corporação esclarecesse as circunstâncias da suposta viagem de Filipe Martins aos Estados Unidos em 30 de dezembro de 2022, mesma data em que o então presidente Jair Bolsonaro deixou o país rumo à Flórida.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Excelente editorial enviado por Mário Assis Causanilhas. Mostra que o convívio com o ministro Alexandre de Moraes fez muito mal ao delegado Fábio Shor, que passou também a se julgar onipotente. Ele já perdeu o visto para viajar aos Estados Unidos e agora é um dos candidatos a ser incriminado na Lei Magnitsky, igualando-se a Moraes e passando a ser considerado transgressor das regras dos direitos humanos. (C.N.)

Ao nomear o radical Boulos para ministro, Lula deu um tiro no pé

Boulos é ministro do governo Lula

Lula prefere se ligar ao que há de pior na política brasileira

Vicente Limongi Netto

Ministério ruim. Não se sustenta. Pavoroso. Com as raras exceções de praxe, pouco ou nada produz para a coletividade. Ministério caindo pelas tabelas. Caminhando para o abismo da mediocridade. Ministério que não joga em campo de várzea.

Agora chegou o boçal Guilherme Boulos. Conhecido invasor de terras e prédios públicos e privados. Os proprietários de imóveis que se cuidem. Reforcem a segurança. Porque o que o arrogante Boulos mais sabe fazer é invadir edifícios para dar aos sem-teto. 

JOGA SUJO – É assim, com métodos nada republicanos que o PT, sob o comando do santinho de pau oco, Lula, amigo do ditador NIcolas Maduro, abre as cortinas para o pleito de 2026.

A nação sabe que o PT joga sujo. Passa por cima de bons costumes e atitudes decentes para obter o poder. As escolhas de Lula para auxiliares de confiança são patéticas e medonhas. Realmente a química nauseabunda entre Lula e Boulos é perfeita.

Fotos de Lula e Boulos enfatizam os sorrisos de abutres da dupla. O povo que se lixe. O que importa para o PT, Lula e Boulos é agrupar no poder central da República alicerces que beneficiem a patota petista. Tudo na base do “é nóis”.

PLANO B – Alguns já acreditam que o nocivo Boulos é o plano B para substituir Lula na disputa para o Palácio do Planalto, vejam a que ponto chegamos.

Brasileiros que amam o país, que raciocinam com a própria cabeça, que lutam por um Brasil digno e respeitado, para beneficiar as novas gerações, jamais admitirão tamanha afronta e desrespeito. 

A arma do bom senso dos brasileiros, para dar resposta a Lula e ao PT, será o voto. 

Entre o Planalto e o plenário: o centro de gravidade do poder brasileiro

Fux rompe com linha dura do STF, revê condenações e defende reparação de injustiças

Bolsonaro e Valdemar articulam ofensiva para rever penas do 8/1 e pressionar Orçamento de 2026

Ações buscam em vão saída que beneficie o ex-presidente

Luísa Marzullo
O Globo

O PL prepara uma nova ofensiva no Congresso para tentar destravar o projeto que reduz as penas dos envolvidos nos atos de 8 de janeiro e, ao mesmo tempo, acentuar o desgaste do governo Lula em votações consideradas essenciais para a gestão. A estratégia foi traçada nesta segunda-feira durante o encontro entre o presidente da legenda, Valdemar Costa Neto, e o ex-presidente Jair Bolsonaro, que cumpre prisão domiciliar.

Valdemar chegou ao condomínio de Bolsonaro em Brasília por volta das 14h e saiu às 17h30, após uma reunião descrita por aliados como “longa e política”. Segundo interlocutores, o diagnóstico de ambos é que o texto da dosimetria, relatado por Paulinho da Força (Solidariedade-SP), está paralisado por falta de empenho da cúpula do Congresso.

POSTURA INCISIVA – O ex-presidente defendeu que o PL adote uma postura mais incisiva no Senado, mas sem romper pontes com o Centrão. A orientação é poupar o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), de ataques diretos, por ele ter demonstrado intenção de dialogar com a oposição, e pressionar o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), a retomar as negociações.

Valdemar, segundo aliados, se comprometeu a ampliar a movimentação no Senado com apoio de Rogério Marinho (PL-RN), que coordena a bancada. O partido também avalia recorrer à obstrução das votações como forma de pressão política, caso o tema continue travado.

O projeto de dosimetria, travado há mais de um mês no Senado, é visto como bandeira simbólica para mobilizar as bases bolsonaristas e forçar o Congresso a se reposicionar diante da pressão popular.

OPOSIÇÃO – Bolsonaro também cobrou que o PL endureça a oposição ao governo, especialmente em torno de dois assuntos que podem representar novas derrotas expressivas para o Planalto: a eventual derrubada dos vetos ao licenciamento ambiental e a recomposição orçamentária da MP alternativa ao IOF.

O ex-presidente enxerga nesses temas a oportunidade de vincular o governo ao aumento de gastos e ao avanço de uma “agenda verde” que desagradaria ruralistas. Atuar contra as medidas que o governo avalia para recompor o rombo de R$ 46 bilhões em 2025 e 2026 em função da rejeição da MP também significaria, segundo essa leitura, deixar menos recursos na mão do Planalto em ano eleitoral.

MAPA ELEITORAL – A reunião também serviu para revisar o mapa eleitoral de 2026. Valdemar apresentou levantamentos sobre alianças regionais e nomes competitivos em estados-chave, enquanto Bolsonaro insistiu em priorizar palanques ideológicos em Santa Catarina, Distrito Federal e Rio de Janeiro. Em outros estados, como Bahia, Pará e Ceará, o partido deve apostar em alianças pragmáticas com o Republicanos e o PP.

Durante a conversa, os dois também trataram da iminente indicação do advogado-geral da União, Jorge Messias, ao Supremo Tribunal Federal. A avaliação foi de que o PL deve “dar trabalho” ao governo na sabatina, explorando contradições de seu passado.

O episódio que mais deve ser explorado ocorreu quando Messias era subchefe de Assuntos Jurídicos da Casa Civil. Em uma interceptação telefônica divulgada na Lava-Jato, em março de 2016, a então presidente Dilma Rousseff avisou a Lula que enviaria, por meio de “Bessias”, um termo de posse para que ele assinasse e, assim, se tornasse ministro da Casa Civil.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOGA articulação entre Jair Bolsonaro e Valdemar Costa Neto para reduzir as penas dos envolvidos no 8 de janeiro e pressionar o governo sobre o Orçamento expõe uma agenda voltada exclusiva e absurdamente à autopreservação política em detrimento do interesse público. Em vez de priorizar temas que afetam diretamente a sociedade, ambos apostam em manobras que tensionam o Congresso e aprofundam a polarização. O gesto revela uma oposição pautada pelo cálculo eleitoral, não pela responsabilidade institucional. (M.C.)

Piada do Ano! PF tenta ligar Filipe Martins à milícia digital

STF pode reabrir investigação contra Valdemar Costa Neto na trama golpista

Uma crítica à desigualdade social, na poesia realista de Jorge de Lima

Jorge de LIma, retratado por Silvia Meyer

Paulo Peres
Poemas & Canções

O alagoano Jorge Mateus de Lima (1893-1953) foi político, médico, poeta, romancista, biógrafo, ensaísta, tradutor e pintor. Neste soneto, ele usa a figura do acendedor de lampião para marcar a desigualdade social, com a qual jamais concordou.

O ACENDEDOR DE LAMPIÕES
Jorge de Lima

Lá vem o acendedor de lampiões de rua!
Este mesmo que vem, infatigavelmente,
Parodiar o Sol e associar-se à Lua
Quando a sobra da noite enegrece o poente.

Um, dois, três lampiões, acende e continua
Outros mais a acender imperturbavelmente,
À medida que a noite, aos poucos, se acentua
E a palidez da lua apenas se pressente.

Triste ironia atroz que o senso humano irrita:
Ele, que doira a noite e ilumina a cidade,
Talvez não tenha luz na choupana em que habita.

Tanta gente também nos outros insinua
Crenças, religiões, amor, felicidade
Como este acendedor de lampiões de rua!

STJ confirma exclusão de Dirceu, Genoíno e Delúbio de ação de improbidade do Mensalão

STF retoma julgamento do núcleo da desinformação ligado ao golpe

Segundo a PGR, grupo alimentou a narrativa de fraude nas urnas

Mariana Muniz
O Globo

O Supremo Tribunal Federal (STF) retoma nesta terça-feira o julgamento do núcleo responsável pela propagação de desinformação e ataques sistemáticos ao processo eleitoral com o voto dos ministros da Primeira Turma da Corte.

Esse núcleo, segundo as investigações, foi essencial para alimentar a narrativa de fraude nas urnas e insuflar apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro contra o resultado legítimo das eleições.

INCITAÇÃO À RUPTURA – A Procuradoria-Geral da República (PGR) aponta que os réus atuaram de forma coordenada para desacreditar o sistema eletrônico de votação, promover teorias conspiratórias e incitar a ruptura institucional. Na semana passada, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, pediu a condenação dos réus.

Os sete acusados desse núcleo são o ex-major do Exército Ailton Barros; o major da reserva Angelo Denicoli; o engenheiro Carlos Rocha; o subtenente Giancarlo Rodrigues; o tenente-coronel Guilherme Marques Almeida; o policial federal Marcelo Bormevet; e o coronel Reginaldo Vieira de Abreu. Segundo a PGR, a estratégia envolvia a disseminação de conteúdos falsos, lives com discursos inflamados e a articulação de manifestações antidemocráticas.

SUSPEITAS INFUNDADAS – Para a PGR, Ângelo Denicoli e Guilherme Almeida teriam contribuído para disseminar nas redes suspeitas infundadas contra as urnas. Já Denicoli e Reginaldo Abreu teriam tentado interferir no relatório do Ministério da Defesa sobre a votação, que não encontrou fraudes, inclusive com informações divulgadas por um influenciador argentino.

Em setembro, a Primeira Turma da Corte condenou Bolsonaro e outros sete envolvidos na tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022 e agora analisa a responsabilidade dos articuladores intelectuais e comunicacionais da ofensiva contra a democracia.

A expectativa é que os votos dos ministros sigam o posicionamento do relator, Alexandre de Moraes, a favor da condenação dos réus por associação criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e incitação ao crime.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOGSe depender da moderna “dosimetria” do ministro Moraes, cada um desses retardados será condenado à prisão perpétua, seguida da pena de morte. (C.N.)