Missão, o mais novo partido, declara guerra ao PL e tenta liderar direita

Renan mira o eleitorado jovem e insatisfeito com o governo

Bruno Ribeiro
Folha

Com o registro aprovado pelo TSE na última terça-feira (4), o Missão, partido ligado ao MBL, pretende lançar candidatura à Presidência, mira governos estaduais e rejeita alianças com o bolsonarismo e com o Novo, ampliando a disputa partidária pelo eleitor brasileiro de direita.

“[Os partidos da direita] estão sendo oposição ao governo Lula lutando pela anistia [a Bolsonaro]”, disse à Folha Renan Santos, futuro presidente da sigla, ao comentar a aprovação do novo partido. Ele critica o que avalia como falta de propostas no campo ideológico. “Não somos a mesma direita que os caras.”

IMPEACHMENT – O MBL já havia rompido com Bolsonaro ainda durante seu mandato. Nas eleições para a presidência da Câmara em 2021, na pandemia de Covid-19, o deputado Kim Kataguiri (União Brasil-SP) lançou candidatura com a pauta única de impeachment do então presidente. Embates entre membros do MBL e bolsonaristas são frequentes nas redes.

Oficializado, Renan mantém críticas ao grupo e ao partido Novo. Ele diz que o Missão mira o público jovem descontente com o governo e identifica no eleitorado liberal-conservador espaço para crescer. “O Novo aposta nas ‘tias do Zap’ do Bolsonaro. A gente aposta no millennial pistola e na geração Z”, afirma.

“[Os bolsonaristas] estão sendo oposição ao governo Lula falando de anistia. Nós estamos falando de desfavelização e classificação de facções como terroristas [proposta defendida por Donald Trump]. O Nikolas [Ferreira] tem uma posição sobre desfavelização? Agora, depois de pautarmos o assunto”, diz o dirigente, citando o deputado do PL de Minas Gerais.

FORÇA NAS REDES – O termo “desfavelização” ganhou força nas redes com vídeos feitos com inteligência artificial que mostram favelas reurbanizadas. No Instagram, Renan associa o tema à “falta de autoridade do Estado para reprimir invasões”. A Folha procurou Nikolas e o Novo, mas não obteve resposta.

Renan afirma que o Missão buscará candidatos alinhados à agenda do grupo e que não pretende atrair nomes conhecidos de outras siglas. “Para receber alguém do centro ou da direita, o futuro candidato teria de se comprometer com nossa agenda e se retratar”, afirma.

Nas redes sociais e no YouTube, alguns integrantes do grupo têm destaque na defesa da agenda do MBL, como os influenciadores Paulo Cruz e Ricardo Almeida, e há expectativa que sejam alguns dos nomes a serem lançados. Nas páginas do grupo, o MBL declara ter 1.100 colaboradores.

DIREITA DIVIDIDA – Para o professor André Borges Carvalho, da UnB, a onda anticorrupção e a Lava Jato, que impulsionaram o MBL a partir de 2014, perderam força. Ele vê uma direita dividida entre bolsonaristas e um campo conservador pró-mercado.

“Lula, quando foi preso, conseguiu manter o controle do PT e tinha uma estrutura partidária com ele. O Bolsonaro não comanda o PL, nunca comandou”. Contudo, ele avalia que uma candidatura de direita viável ainda precisa buscar os votos do eleitor do ex-presidente.

Renan rejeita a avaliação de que a iniciativa pode favorecer a esquerda ao dividir a direita. “Se um cara está pensando isso, deve pensar que eu não deveria ter feito oposição a Bolsonaro no passado”, diz. “Vox populi não é vox Dei [a voz do povo não é a voz de Deus].” Ele também descarta acordos regionais com bolsonaristas. “Acho o Tarcísio um puxa-saco do Bolsonaro”, afirma.

FINANCIAMENTO – A coleta das 589 mil assinaturas foi financiada, segundo o grupo, por meio da venda de uma coleção de livros com propostas do partido. Renan preferiu não informar quanto arrecadou, mas estimou que o custo para cada assinatura enviada ao TSE ficou entre R$ 2 e R$ 3.

O MBL surgiu há 11 anos, no rescaldo dos protestos de 2013, e elegeu representantes por outros partidos, como o União Brasil. O movimento foi abalado em 2022 após a divulgação de um áudio misógino do então deputado estadual Arthur do Val, o Mamãe Falei, que terminou cassado.

5 thoughts on “Missão, o mais novo partido, declara guerra ao PL e tenta liderar direita

  1. Mais um arremessador de rato podre dentro da sopa da direita.
    Esse desfavelizador é um bruto, desfaveliza desde o primeiro cagar dos pintos e desde que os Klingons cagaram na Estação Espacial Intergaláctica.

    • Querem os votos do bozo,sem o bozo e seus bozos filhos.
      obs: Concordo com o bozo dos EUA, se querem se eleger que o façam com suas histórias e votos.
      Bando de sanguessugas

  2. “Missão!”
    Texto lindo!
    Vale a pena ler até o final!🌹

    “Dona Marcela”

    — Desculpe… para onde está me levando? — perguntou a mulher baixinho, olhando confusa pela janela do carro.
    — Dona Marcela, chegamos. Este é o lar de idosos “Santa Ana”. A partir de hoje, a senhora vai ficar aqui.
    — Ficar aqui? — a voz dela tremia. — E a minha filha? Ela não vem?
    — Disse que vai telefonar, — respondeu o motorista, colocando no chão uma pequena bolsa: um casaco, uma escova, uma fotografia antiga.
    — Muita saúde, dona Marcela. A senhora vai se sentir bem aqui.

    O carro partiu.
    Marcela ficou sozinha, com o vento frio acariciando-lhe o rosto úmido.

    Na porta, uma mulher de bata azul a esperava.
    — Seja bem-vinda, dona Marcela. Eu sou a Nicoleta, enfermeira aqui. Venha, vou levá-la para o seu quarto.
    — Quarto? Eu tinha uma casa… um jardim… e flores…
    — Aqui também vai ter flores, vai ver, — respondeu Nicoleta com doçura.

    O quarto era pequeno, mas limpo. Na cama ao lado dormia uma senhora idosa.
    — O nome dela é tia Ileana, — explicou Nicoleta. — Fala pouco.
    — Tudo bem, — sorriu Marcela. — Eu nunca fui boa em ficar calada.

    Os dias passavam devagar.
    Os moradores eram silenciosos, cansados, cada um com suas lembranças.
    Alguns esperavam visitas que nunca chegavam, outros viviam apenas do passado.

    Mas Marcela não sabia ficar parada.
    Certa manhã, pediu uma pá.
    — O que vai fazer, dona Marcela? — perguntou o porteiro.
    — Preciso de um pedaço de terra. Quero plantar flores.

    E plantou — hortelã, manjericão, calêndulas.
    — Aqui vai ser a nossa primavera, — dizia às outras. — Se não temos o que esperar, vamos esperar florescer.

    Algumas semanas depois, o pátio cheirava a vida.
    Um dia, tia Ileana sussurrou:
    — Cheira à infância…
    — Sim, minha querida. À infância e a Deus, — respondeu Marcela.

    Daquele dia em diante, Ileana voltou a falar.

    Marcela foi falar com a diretora:
    — Deixe-nos fazer uma pequena oficina de costura e histórias. Todo mundo tem uma história. Se a gente não contar, ela morre com a gente.

    A diretora sorriu.
    — Está bem, dona Marcela. Se conseguir reunir o pessoal, eu arranjo os materiais.

    E conseguiu.
    Poucos dias depois, a sala de jantar estava cheia de vozes, risos e linhas coloridas.
    — Eu fui costureira em Iași! — dizia uma.
    — Eu fazia roupas para artistas! — acrescentava outra.
    Marcela ria:
    — Viram? Ainda estamos vivas. Temos mãos, temos coração. Só faltava vontade.

    A primavera verdadeira chegou.
    O lar estava diferente: flores por toda parte, paredes pintadas, rostos sorridentes.
    Na porta, um poema de Marcela dizia:

    “Não importa onde é a tua casa,
    importa ter alguém que te escute,
    e um pedaço de céu onde possas dizer ‘obrigado’.”

    Num domingo, um carro elegante parou em frente ao portão.
    Dele saiu uma mulher jovem, elegante.
    — A minha mãe está aqui. Marcela Ioniță.

    Marcela estava no jardim, regando as flores.
    — Irina…
    — Mamãe… vim te levar para casa.
    — Para casa? — sorriu. — Eu já estou em casa.

    — Mamãe, me perdoa… achei que estava fazendo o melhor.
    — Você fez o que sabia, minha filha. Mas veja — essas pessoas não têm mais ninguém. Se eu for embora, quem vai regar as flores delas?

    — Mas você não é obrigada a cuidar delas, mamãe.
    — O amor não é obrigação, Irina. É presente.

    Irina olhou ao redor — flores, paz, sorrisos.
    — É bonito aqui, mamãe.
    — É. E o mais bonito é que eu achava que a vida tinha acabado… e ela só estava começando.

    Desde então, Irina vinha todos os fins de semana.
    Trazia frutas, doces, roupas.
    Marcela a apresentava com orgulho:
    — Esta é a minha filha. Ela me ensinou que não devemos ficar magoados com quem nos deixou. Devemos apenas mostrar que ainda sabemos ser felizes.

    Com o tempo, a diretora lhe disse:
    — Dona Marcela, todos aqui a amam. Queremos que seja coordenadora das atividades.
    — Eu? Com setenta e três anos? — riu ela.
    — Sim. A senhora é a alma deste lugar.

    E assim, ela se tornou “dona Marcela” — a mulher que trazia esperança.
    Escrevia poemas, preparava chá de hortelã, organizava noites de canções.
    — De onde vem tanta força? — perguntou Nicoleta.
    — Das lágrimas que decidi não chorar. Transformei-as em sorrisos.

    Três anos depois, o lar “Santa Ana” não era mais um lugar de solidão, mas de vida.
    Os jornais escreveram: “Os idosos que renasceram graças a uma mulher simples.”

    Marcela recebeu uma homenagem da prefeitura.
    Ao subir ao palco, disse apenas:
    — Obrigada. O maior prêmio é saber que ainda temos um propósito. A felicidade não vai embora com a juventude — vai embora quando deixamos de amar.

    Numa manhã, Marcela partiu serenamente, enquanto dormia.
    Na mesinha de cabeceira, um bilhete:

    “Não chorem.
    Fui apenas regar as flores do outro lado.
    Cuidem uns dos outros.
    O amor nunca se aposenta.”

    Irina encontrou o bilhete e chorou — não de tristeza, mas de gratidão.
    Continuou o que a mãe havia começado: visitava, ajudava, trazia flores e histórias.

    E assim, uma mulher simples, esquecida, tornou-se o início de uma nova vida para muitas almas.

    Porque às vezes não é preciso mudar o mundo inteiro.
    Basta regar uma flor.
    E um coração.

    Repasssem, por gentileza!
    Histórias como estas, não podem ficar somente no seu celular.”
    Autor desconhecido.

  3. O FATO é que a república do militarismo e do partidarismo, politiqueiro$, seus tentáculos velhaco$, uma espécie de rolo de cobrar, saco de gatos e balaio de golpistas, que, há 135 anos, opera à moda irmãos siameses simbióticos e autofágicos, arvorados em donos do Brasil, da política , da consciência nacional, da vida e da convivência do povo brasileiro, há muito tempo passou a transpirar decadência terminal por todos os seus poros, e nem mesmo a famigerada ditadura militar, por 21 anos consecutivos, conseguiu dar jeito na dita-cuja, nem mesmo armada até os dentes, inclusive com canais de TV a bordo, na proa, impondo regra$ e condiçõe$, apropriando-se de tudo à sua mercê, inclusive dos braços do último presidente militar, apunhalando-o pelas costas, após sugar para si todas as vantagens ao seu alcance, e assim continuou apegada ao erário, trocando apenas de camisa após o exaurimento da dita-cuja, mas sem abrir mãos da sua velha índole, mentalidade e espírito golpista, chupa-cabra, louca por dinheiro, poder, vantagens, privilégios, sem limite$, operando à moda todos os bônus para ele$ e o resto que se dane, daí o advento necessários da RPL-PNBC-DD-ME, com a mega solução, via evolução, na bagagem, há 35 anos na estrada da vida, munida de projeto próprio, novo e alternativo de política e de nação, sem bandido de estimação, propondo-se a resolver o país, a política, a vida e a convivência pacífica do conjunto da população, com o Brasil projetado na vanguarda democrática do necessário novo mundo civilizado, mais justo, mais humano e mais civilizado…, proibido de entrar na cena eleitoral e midiática, desde 2010, pelas ditaduras dos donos de partidos, da imprensa (falada, escrita e televisionada, conservadora da plutocracia putrefata, com jeitão de cleptocracia e ares fétidos de bandidocracia…, made in USA, copiada mal e porcamente pela república dos me$mo$, infeliz e desgraçadamente, que gira feito barata tonta e faz o povo girar na mesma sintonia porém sem arredar pé do velho lugar comum), do capital velhaco, do militarismo, do partidarismo e do sindicalismo, politiqueiro$, e seus tentáculos velhaco$, enquanto forjadores, protagonistas e desfrutadores do estado de coisa$ e coiso$ que aí estão, há 135 anos, com o povo socialmente dividido, majoritariamente em duas facções em constante estado de guerra tribal, primitiva, permanente e insana…, com os me$mo$ arvorados em donos do monopólio eleitoral que, pela definição natural de democracia, deveria ser do povo arvorado em estado de direito e não dele$… Não é mesmo dona Eliane ? https://www.tribunadainternet.com.br/2025/11/07/direita-avanca-ameaca-o-governo-e-poe-favoritismo-de-lula-em-xeque/#comments

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