
Eustáquio foi detido no mesmo inquérito prendeu Sara Giromini
Jussara Soares, Breno Pires e Paulo Roberto Netto
Estadão
A Polícia Federal prendeu nesta sexta-feira, dia 26, o blogueiro bolsonarista Oswaldo Eustáquio, investigado no inquérito que apura o financiamento de atos antidemocráticos no País. Ele foi detido em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. A prisão é temporária, de cinco dias. Segundo apurou o Estadão, investigadores identificaram risco de que ele pudesse fugir do país. Monitorado pela PF, Eustáquio poderia estar em contato com outros investigados através de terceiros.
Oswaldo teve o sigilo financeiro e bancário quebrado por ordem do ministro Alexandre de Moraes na semana passada, que também cobrou o envio de relatórios financeiros e pagamentos efetuados ao blogueiro pela monetização de vídeos e publicações feitas em suas redes sociais.
MARCO – A quebra de sigilo engloba o período de 19 de abril do ano passado, o Dia do Exército, ‘marco mais remoto que se pode cogitar do início de eventual concertação para organizar os atos antidemocráticos em apuração’, até o dia 03 de maio deste ano – ‘data da manifestação imediatamente seguinte à que aconteceu durante a celebração daquela efeméride neste ano’.
A sede de uma empresa de comunicação da qual Oswaldo é sócio-administrador em Curitiba foi alvo de buscas e apreensões pela Polícia Federal na semana passada.O blogueiro mantém um site em que defende medidas e propostas caras ao Planalto, suas publicações são replicadas pelos filhos do presidente nas redes sociais.
DESINFORMAÇÃO – Em uma de suas lives, um ativista insinuou que o deputado federal Jean Wyllys teria tido contato com o esfaqueador do presidente, Adélio Bispo. Perante a Polícia Federal, o homem não sustentou a versão. Apesar do desmentido, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) compartilharam uma peça de desinformação derivada da live.
Os dois foram condenados pela Justiça a excluírem as publicações em ação movida por Jean Wyllys – Oswaldo também foi alvo da medida. O blogueiro foi detido no mesmo inquérito que levou à prisão a extremista Sara Giromini, solta nesta semana após dez dias de prisão provisória.
Ambos são investigados por integrar núcleo de suposta organização criminosa que visa obter ganhos econômicos e políticos com a divulgação e coordenação de atos antidemocráticos no País. O inquérito sigiloso está nas mãos do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
ALVOS – Além dele, outras seis pessoas já foram presas durante a investigação a pedido da Procuradoria-Geral da República, incluindo Sara. Todos eles foram soltos nesta semana, mas serão monitorados por tornozeleira eletrônica.
Pelas redes sociais, Oswaldo afirmou que o seu ‘núcleo de jornalismo investigativo’ estava na fronteira com o Paraguai para desvendar o ‘segredo do sucesso’ do País no combate ao novo coronavírus, afirmando que seria a abertura do comércio.
OFENSA – Oswaldo foi condenado em fevereiro a indenizar o jornalista Glenn Greenwald por ter ofendido a mãe dele, Arlene Greenwald, que morreu em dezembro vítima de um tumor no cérebro. Meses antes, o militante postou nas redes que a doença da mãe de Glenn era mentira. A mulher dele, Sandra Terena, é secretária nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial no Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.
O inquérito que apura atos antidemocráticos foi aberto em abril a pedido da Procuradoria-Geral da República. Foi no âmbito desta investigação que Sara Giromini foi presa provisoriamente desde o dia 15 de junho. No dia 14, Moraes autorizou a soltura da apoiadora bolsorista, mas determinou o uso da tornozeleira. Sara só pode sair de casa para trabalhar ou estudar, mantendo distância mínima de 1,5 do Congresso e do STF.
Com a medida cautelar, a extremista está proibida de participar de atos ou manifestações que tem sido conduzidas pelo grupo que liderava, o ‘300 do Brasil’. As medidas cautelares se estendem a outros cinco investigados do inquérito, que também foram detidos.
CONTRA A DEMOCRACIA – Em decisão tornada pública na segunda-feira, dia 22, Moraes mencionou trechos de manifestação sigilosa da PGR que apontam a ‘real possibilidade’ de atuação de uma associação criminosa voltada para a ‘desestabilização do regime democrático’ com o objetivo de obter ganhos econômicos e políticos.
“Os indícios apresentados na manifestação apresentada pela Procuradoria-Geral da República confirmam a real possibilidade de existência de uma associação criminosa”, escreveu Moraes, em decisão que autorizou buscas e apreensões contra apoiadores do governo. O sigilo bancário de dez deputados e um senador, todos bolsonaristas, foi quebrado.
NÚCLEOS – A PGR identificou vários núcleos ligados à associação criminosa, sendo eles ‘organizadores e movimentos’, ‘influenciadores digitais e hashtags’, ‘monetização’ e ‘conexão com parlamentares’. Na avaliação da Procuradoria, os parlamentares ajudariam na expressão e formulação de mensagens, além de contribuir com sua propagação, visibilidade e financiamento.
“Os frequentes entrelaçamentos dos membros de cada um dos núcleos descritos acima indiciam a potencial existência de uma rede integralmente estruturada de comunicação virtual voltada tanto à sectarização da política quanto à desestabilização do regime democrático para auferir ganhos econômicos diretos e políticos indiretos”, apontou trecho da manifestação da PGR reproduzida por Moraes. A Procuradoria destacou a existência de ‘abusos e crimes que precisam ser apurados’ no caso.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Eustáquio recentemente estava em uma live com Roberto Jefferson, quando o político defendeu que haveria uma “tentativa de golpe” contra Bolsonaro (Sem Partido-RJ). A conversa, inclusive, foi retransmitida ao vivo pelas redes sociais de Jair. A ação mostra que o cerco continua se fechando, já que Eustáquio é uma espécie de cangaceiro virtual que trabalha para Carluxo disseminando desinformação, ódio e asneiras. (Marcelo Copelli)
Oswaldo Eustáquio virou Tchutchuca. Bolsotrouxas piram! 🙂
Eu ainda não entendi o porquê do Roberto Jefferson não haver sido preso até agora depois daquela exibição dele.
As bolsonaretes estao se borrando.
Oswaldo Eustáquio é jornalista diplomado, conservador, foi repórter do Jornal Gazeta do Povo por sete anos, coordenador de jornalismo da TVCI por dez anos. Atualmente, é repórter especial e correspondente em Brasília do Jornal Agora Paraná.
Capela, ele não é nenhum “quebra-galho”, se é que você me entende.
O Brasil se soma à China, Venezuela e Coreia do Norte ao efetuar a prisão de jornalistas sem que haja motivo. Bravo!!!
Coppeli é vergonhoso, nunca imaginei ver um jornalista feliz com a prisão de outro jornalista por expressar a sua opinião.
Esse tipo de atitude joga na lama toda a historia de luta do sr.Carlos Newton.
Capella é um blogueiro. Simples, não?
Quando um jornalista de esquerda insulta ferozmente o Presidente, a imprensa militante defende com unhas e dentes a liberdade de expressão para o colega em questão, mas quando um jornalista de direita denuncia as arbitrariedades do STF, ele deixa de ser chamado de jornalista, e passa a ser apenas um blogueiro sem poder usufruir do direito à liberdade de imprensa.
Macartismo as avessas.
O senhor Marcelo Copelli virou o senador americano Joseph McCarthy.
Da Wilki.
Durante os seus dez anos no Senado dos Estados Unidos, McCarthy e sua equipe tornaram-se célebres e infames pelas investigações agressivas contra o governo federal dos EUA e pela campanha contra todos que eles suspeitassem ser ou simpatizar com os comunistas.
Este período compreendido entre 1950 e 1956, conhecido como o “Terror vermelho” (Red Scare), também ficou conhecido como Macartismo ou ainda “Caça às Bruxas”, numa alusão aos simulacros de processos que sofreram as mulheres acusadas de bruxaria durante a Idade Média e parte da Idade Moderna. Eram comuns as delações provocadas pelo clima de histeria causado por McCarthy e seus acólitos.
Assim, durante esse período, todos aqueles que fossem meramente suspeitos de simpatia com o comunismo, tornaram-se objeto de investigações e invasão de privacidade. Pessoas da mídia, do cinema, do governo e do exército foram acusadas de espionagem a soldo da URSS. Muitas pessoas tiveram suas vidas destruídas pelos macartistas, inclusive algumas sendo levadas ao suicídio.