Carta de um humilde devoto de Dom Bosco para o Padre Julio Lancellotti

Padre Júlio Lancellotti é conhecido nacionalmente pelo trabalho que realiza com a população em situação de rua na capital paulista

Padre Júlio é coordenador da Pastoral do Povo dd Rua

Jorge Béja

Padre Júlio, o senhor é descendente de italiano. A vocação pelo sacerdócio brotou e se concretizou em sua vida. Certamente, o Padre Júlio conhece a biografia de um outro sacerdote italiano. Giovanni Melchior Bosco (15.8.1815-31.1.1888).

Dom Bosco nasceu, cresceu, viveu e também dedicou toda a sua vida missionária à proteção dos meninos pobres, desvalidos, que aos bandos assaltavam, roubavam, matavam…. O ópio era a droga maligna naquela Itália dividida em reinos.

BATINA ENCARDIDA – Sozinho, sem ajuda da classe chamada de “nobre”, sem ajuda dos políticos, sem ajuda do reino, Dom Bosco deles cuidou. Eram os chamados “birichinis”. O primeiro a se aproximar de Dom Bosco foi Bartolomeu Garelli. Dias depois Garelli trouxe outros, muitos outros, todos os outros. Sujos, descalços, desnutridos, violentos, Dom Bosco de todos foi cuidando.

A elite do Piemonte, os “nobres”, os políticos, todos sentiam ódio de Dom Bosco “aquele padre de batina preta suja e encardida que anda acompanhado de um bando de jovens criminosos”. Era como viam e descreviam Dom Bosco.

E Dom Bosco deles fez homens de bem. Deu-lhes profissões. Apenas um empresário italiano de nome Pinardi colaborou com Dom Bosco. Entregou ao padre o seu imenso galpão em que guardava animais, charretes, produtos agrícolas, ferramentas, madeiras…Esvaziou tudo e doou ao sacerdote que passou a morar com os “birichiniis” naquele galpão que passou a ser chamado de “Casa Pinardi”.

CPI Á ITALIANA – Saiba o senhor, Padre Julio Lancellotti, que Dom Bosco também foi alvo de uma espécie de “CPI”, então chamada de “Commissione d’Inchiesta del Regno”. Era para investigar a conduta de Dom Bosco com os menores. Mas a bem da verdade era repulsa, ódio, vingança, covardia da classe política e da “nobreza” contra Dom Bosco.

Mas o efeito foi adverso para o parlamento do Piemonte. Da tal “CPI”, o investigado foi reconhecidamente proclamado Benfeitor dos Jovens. E a notícia teve tanta repercussão noutros países da Europa que o Papa Pio IX passou a contribuir, fortemente com a obra de Dom Bosco. Devoto de São Francisco de Salles, Dom Bosco criou a Congregação Salesiana, hoje a terceira mais numerosa do mundo.

Padre Julio Lancellotti, caso esta odiosa e nefasta CPI venha mesmo ser criada no parlamento da Cidade de São Paulo, dela o senhor sairá muito mais fortalecido. Sairá com todas as condições de continuar sua abençoada obra.  E até mesmo recuperar com melhores condições todos aqueles que Padre Julio atende, cuida, ensina e faz retornar à trilha do caminho certo da vida.

17 thoughts on “Carta de um humilde devoto de Dom Bosco para o Padre Julio Lancellotti

  1. Tudo…muito bonito…cuidar das crianças etc..etc..etc…
    Mas…Seja lá quem for se recebe dinheiro publico tem que prestar contas…
    Se receber via “ongs”
    Pior ainda…E se o parlamento seja municipal/Estadual e Federal abrir CPI para investigar…qual o problema? Afinal eles são pagos para investigar/Trabalhar…Creio que essa celeuma não passa de mi mi…ou alguém tem algo a esconder? Seja padre..bispo…pastor..pai de santo…babalorixa…médium etc..etc…Se recebem dinheiro público para suas ações sociais…vias ongs ou utilidades pública…etc…Se forem chamadas em CPI…tem que ir sem mi mi..Afinal TODOS são iguais DIANTE da lei.

    YAH o ALTÍSSIMO seja LOUVADO..

  2. Obrigado Jorge Béja, por essa contribuição magnifica valorizando o ser Lancelotti, desprovido de tudo qual for a vaidade, apenas um ser humano cuidando de outro ser humano menos favorecido, lembrando em seu belo texto de outro Italiano que também fez o mesmo.
    Afinal aqui na Tribuna está difícil de ler textos coerentes, imparciais livres de ataques desnecessários, até parece que as opiniões e falas são dos pais da razão, e que a vida tende a ser perfeita demais em suas realidades.

    • Prezado Cidadão contribuinte…Sr. Edivaldo é seu direito questionar isso é salutar…Só lhe digo que não me considero dono da razão…Mas creio que como cidadão contribuinte que sou…tenho direito de questionar quem se “espreme” de medo em prestar contas de suas ações caridosas em favor dos pobres que eles tanto tem zelo…(espero que tudo seja VERDADE…tendo em vista que tem uma certa religião cheia de pompa…MAS…fechou seus “olhos” diante do tráfico negreiro e nas matanças do nativos…O que no mínimo é uma maldita hipocrisia).
      Portanto meu nobre cidadão contenha seus arroubos dentro dos limites…pelo menos lógicos…com relação ao tema…ok..
      Ao mais um Novo Ano com a paz do ALTÍSSIMO YAH NOSSO CRIADOR…sobre sua Casa…e sua Alma…ok.
      YAH o ALTÍSSIMO SEJA LOUVADO SEMPRE

  3. Maravilhosa, sensacional e justa, a defesa do Padre Júlio Lancellotti, neste artigo antológico do jurista dos pobres, Jorge Béja.
    A perseguição do deputado paulista, do União Brasil, para tentar atingir a honra do Padre Júlio , foi uma covardia.
    A CPI já nasceu morta.
    A reação contrária foi tão avassaladora, que vários deputados, que tinham assinado a lista de convocação, retiraram seus nomes. Somente o presidente da Câmara dos Vereadores de São Paulo, se manifestou a favor da CPI.

    Quem financia o abrigo, o almoço e o jantar, dos brasileiros, que dormem ao relento, viciados em crack é a Arquidiocese de São Paulo. O padre ajuda, as pessoas, há mais de 40 anos. Dedica a sua vida, para reduzir o sofrimento, de quem mais precisa. Esses deputados insanos, covardes, não ajudam, mas, querem atrapalhar quem ajuda.

    Não se pode, atuar dessa maneira vil, em ano de eleição para se manter na mídia, em busca de holofotes, nas costas de pessoas de bem, como o padre Júlio Lancellotti.

    Foi simplesmente abominável, tentar criar uma CPI para atingir o Padre. Se passasse, não iriam encontrar nada e sairiam desmoralizados.

    Uma observação: Não existe nenhum recurso público, no trabalho social, executado pelo Padre Júlio Lancellotti, na área da Cracolândia e na cidade de São Paulo.

    Mais uma vez, parabéns, mestre Jorge, um guerreiro, sempre pronto para usar sua espada afiada, na defesa das boas causas.

  4. Eu também, Werneck. É uma impossibilidade prática, deixar de ficar extasiado, lendo os textos de Jorge Béja.
    Sempre uma aula de Direito e de Cidadania .
    Presta um serviço público de excelência.

  5. Parabéns Dr Jorge Béja, estávamos com saudades de seus artigos.
    Este tem uma característica especial pois mesmo sem ser esta a intenção,
    É uma bofetada no orgulho e egoísmo que existe em todos nós, em maior ou menor grau.

  6. Parabéns, caro Béja! Alegra-me vê-lo mais uma vez levantar a bandeira de apoio aos injustiçados que sempre norteou sua vida. Revolta imensamente ver o sujo jogo político (que disso se trata, covardemente disfarçado de preocupação com o dinheiro público) onde se procura assassinar a reputação do padre Júlio Lancelotti simplesmente para evitar que Boulos, seu amigo, suba no confronto contra Ricardo Nunes e a direita perca essa eleição.

  7. O problema da Cracolandia é imenso. Padre Julio Lancelotti pode ser parte da solução apesar de as vezes também causar problemas qunado atrapalha o poder público nas necessárias medidas repressivas que infelizmente tem que ser tomadas.
    Mas as medidas repressivas por si só, também não resolvem o problema . Urge que sejam tomadas providencias médicas e de assistencia social. Por isso, Lancelotti também tem que fazer parte da solução. Não é com esta animosidade que as soluções serão encontradas.

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