Carlos Chagas
Na Inglaterra, melhor, no Reino Unido, não haverá um só cidadão capaz de se dizer contra o Robin Hood. Há unanimidade em torno do lendário herói que tirava dos ricos para dar aos pobres.
Aqui no Brasil é diferente. Metade do Congresso está homenageando Eduardo Sabóia. A outra metade o abomina. Uns o comparam a Robin Hood, tendo atravessado território mais perigoso do que a Floresta de Sherwood para salvar um senador boliviano perseguido político. Além disso, colocou a própria cabeça a prêmio como contestador das leis diplomáticas brasileiras. Outros o hostilizam, preferindo ficar com o poder institucionalizado que João Sem Terra exprimia. Resta saber quem será o Ricardo Coração de Leão.
Seria bom deixar a poeira assentar, antes de se condenar ou absolver o Encarregado de Negócios do Brasil na Bolívia, pelo fato de haver trazido um hóspede indesejado, mas condenado a permanecer indefinidamente trancado num quartinho da embaixada, por discordar do presidente de seu país. Iria completar dois anos sem saber quantos mais ficaria sem ver o sol, dada a negativa do governo de seu país de conceder-lhe o salvo-conduto.
Espantou-se quem assistiu a sessão do Senado no dia em que, no Congresso, tacape e borduna na mão, a presidente Dilma atacou Eduardo Sabóia. A corte não demorou uma hora para coadjuvá-la, ao tempo em que as oposições empunhavam lança e espada em defesa do diplomata.
Lindbergh Farias agrediu Aécio Neves, que precisou apelar para o artigo 14 do Regimento Interno para voltar à tribuna e denunciar que a diplomacia brasileira, ao invés de reconhecer o sentido humanitário da libertação do senador boliviano, mostrou um inadmissível viés ideológico ao censurar e pretender punir Eduardo Sabóia.
Seguiu-se uma batalha campal. De um lado, Aloísio Nunes Ferreira, Mário Couto, Pedro Taques, Petecão, Cristóvan Buarque, José Agripino e outros, lembrando atos hostis do presidente Evo Morales, censurado por não seguir os costumes do asilo político. Trouxeram como exemplo os generais-presidentes brasileiros e até o general Pinochet, que sempre concederam salvo-conduto aos que se refugiavam em embaixadas estrangeiras, ao contrário do chefe do governo boliviano.
Contra eles, Inácio Arruda, Wellington Dias, Walter Pinheiro, Eduardo Suplicy, Paulo Pain e Humberto Costa, aferrados a argumentos opostos, de que a representação brasileira havia desrespeitado o governo da Bolívia e as regras do direito, promovendo uma fuga sem autorização de Brasília, além de expor o senador a eventuais atentados.
Transferiu-se para o plenário do Senado uma intrincada tertúlia, sob a ironia de estar em causa a sucessão presidencial do ano que vem, muito mais do que preocupações diplomáticas. Assim parece que iremos até outubro do ano que vem, qualquer que seja o tema em debate.
PERFUMARIA
A Comissão de Constituição e Justiça do Senado acabou gerando um rato, em matéria de reforma política. Foram aprovadas apenas pequenas mudanças no processo eleitoral, como a redução do tempo das campanhas e restrições à propaganda dos candidatos.
Como sempre, nessas posturas cada vez mais politizadas e menos democráticas que presenciamos no nosso país atualmente, e que ameaçam o próprio Estado de Direito, esqueceu-se do fato principal em todo esse episódio: A Constituição diz claramente que a política externa é exercida pela Presidente da República, assessorada pelo Ministério das Relações Exteriores. Cabe unicamente a ela a decisão; e ela vem tentando, através do Itamaraty, achar uma solução que mantenha o interesse fundamental, esse sim realmente importante: as relações entre dois países vizinhos soberanos sul-americanos.
Se não houver mais respeito à hierarquia no Itamaraty, nas Forças Armadas, e nas demais carreiras de Estado, o Brasil certamente mergulhará no caos político e institucional que hoje atinge países como o Iraque, a Síria, o Egito, etc.
Mas estamos caminhando, seja a médio ou longo prazo, para o caos político e institucional, caso continuemos a nos esquecer do homem como ficou mais do que evidente nesse episódio, em que, conforme veio a público, o Brasil reiteradas vezes solicitou ao governo bolíviano expedição de salvo conduto para que o senador fosse autorizado a vir para o nosso país e mesmo assim aquela nação se fez de rogada.Defende-se a hierarquia, e é preciso que ela seja respeitada, mas o quê pode ser feito se uma das partes mantém intransigente postura? É possível parceria sem diálogo coerente? Quantas vezes já aquele país ignorou “solenemente” o nosso, seja no caso da invasão de acervo da Petrobrás, seja na invasão de aeronave em que se encontrava nosso chanceler, pressupondo que ali estava o senador Pinto. O quê revelam esses fatos? No mínimo, talvez, desapreço aos trâmites diplomáticos.
Caros senhores, bom dia.
Torno a repetir: GOVERNOZINHO DE MERDA.
Isso, nada mais eh, um reflexo da estatura moral dos nossos governantes.
Pessoas, totalmente, despreparadas para as posicoes.
O diplomata agiu no vacuo da autoridade.
Hierarquia tem limite e, deve ser utilizada por quem foi formado para respeita-la.
Causa espanto ver pessoas falar em HIERARQUIA sem a minima nocao de conhecimento.
Com certeza ele nao agiu sozinho.
Houve sim, uma grande omissao por parte da presidanta e do patriota.
Num pais SERIO, realmente, isso seria uma atitude impensavel. Entretanto, em banania, zona generalizada, com a logica bolivariana, tudo eh possivel.
Continua a logica do caos total, implantada pelo Mr Magoo, a pessoa mais desastrada e mal intencionada, jose dirceu.
GOVERNO DE MERDA ACABA CONSTRUINDO UMA REPÚBLICA DO MESMO MATERIAL ORGÂNICO EM DECOMPOSIÇÃO.
NESTE CASO, A SITUAÇÃO POLÍTICA FICOU CÔMICA: SE O AGRICULTOR EVO MORALES NÃO RECEBER O PINTO DE VOLTA FICARÁ DESGASTADO POLITICAMENTE.
PORÉM, SE A DRA. DILMA ENTREGAR O PINTO, QUEM FICARÁ DESGASTADA SERÁ ELA.
O SAUDOSO BARÃO DE ITARARÉ DIZIA QUE “MUITOS MALANDROS JUNTOS ACABAM SE ATRAPALHANDO…”.
QUEM SABE A DRA. DILMA PODERÁ TROCAR, COM O “CUMPANHÊRO” EVO MORALES, O PINTO POR UMA REFINARIA, LOCALIZADA NA BOLÍVIA, QUE ELE SURRIPIOU DA PETROBRÁS ?
SE O PINTO VALE TANTO, A TROCA PODERÁ SER FEITA E TODAS AS PARTES FICARÃO SATISFEITAS.
AFONSO
Senhor, por favor, aceite nota máxima pelo seu comentário.
CELSO
Senhor, também igual ao AFONSO, aceite, por favor, minha nota máxima.