A confusão poética entre o amor verdadeiro e o falso

O poeta Dante Milano (1899-1991), nascido em Petrópolis (RJ), é um dos poetas representativos da terceira geração do Modernismo. Em “Poema do Falso Amor”, Milano mostra a diferença entre o falso e o verdadeiro amor, para questionar: Qual dos dois é o verdadeiro?

POEMA DO FALSO AMOR
Dante Milano

O falso amor imita o verdadeiro
Com tanta perfeição que a diferença
Existente entre o falso e o verdadeiro
É nula. O falso amor é verdadeiro
E o verdadeiro falso. A diferença
Onde está? Qual dos dois é o verdadeiro?

Se o verdadeiro amor pode ser falso
E o falso ser o verdadeiro amor,
Isto faz crer que todo amor é falso
Ou crer que é verdadeiro todo amor.
Ó verdadeiro Amor, pensam que és falso!
Pensam que és verdadeiro, ó falso Amor!

     (Colaboração enviada por Paulo Peres – site Poemas & Canções)

 

One thought on “A confusão poética entre o amor verdadeiro e o falso

  1. E o Brasil ficou mais pobre:
    de dignidade
    de ética
    de decência
    de nacionalismo
    de brasilidade.

    Foi-se o nosso Mestre,
    o nosso Maestro ‘armorial.’
    O defensor ferrenho da nossa cultura,
    de nossas raízes.
    O criador de cabras das tres raças representando as tres raças formadoras do povo brasileiro.

    Foi-se o poeta do semi-árido que não suportava nada que tivesse a mais leve “catinga de gringo”, o pernambucano, nascido na Paraíba.
    Um dos raros brasileiros que nos fazia sentir orgulho de, como ele, também sermos, brasileiros.

    O primeiro texto teatral que li, aos 14 anos de idade, foi o seu magnífico AUTO DA COMPADECIDA. Foi um alumbramento. Li-o tres vezes seguidas, sem intervalo.

    Se existe uma outra dimensão após essa, que ele esteja no mais escolhido e aprazível lugar na companhia dos seus amados personagens do Maracatu: caboclos de lança, rei, rainha, baianas, porta-estandarte, pés-de-bandeira, damas-de-buquê, dama-de-paço, caboclos de pena. E o mestre, que canta as toadas e comanda a orquestra.

    Para nós que o amávamos, respeitávamos, fica a saudade.

    Uma homenagem de outro grande poeta esse, lá de baixo, gaúcho (Mário Quintana), quem sabe à sua espera nessa suposta outra dimensão: “A primeira vez que me assassinaram, levaram um jeito de sorrir que eu tinha.
    A cada vez que me mataram, levaram uma coisa minha.”

    Adeus, Ariano Suassuna.

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