Carlos Chagas
Menos por conta das pesquisas, mais em função das farpas trocadas na campanha, por Dilma Rousseff e José Serra, parece claro estar empatada a sucessão presidencial. Fossem realizadas hoje as eleições e a vitória de um dos candidatos seria decidida no olho mecânico. Até outubro as coisas poderão mudar e a pergunta feita nos dois comitês é como. De que maneira superar o adversário, sensibilizando o eleitorado?
Tem uma saída, até agora ignorada por eles: apresentar planos e projetos revolucionários, capazes de exprimir mudanças radicais para a solução de problemas até hoje não resolvidos pelos sucessivos governos nacionais. Propostas que entusiasmariam a maior parte da sociedade, mesmo polêmicas.
Tome-se a questão da segurança pública. Não basta anunciar a criação de um ministério específico. O país inteiro quer saber de medidas concretas, como a mudança nas leis penais, extinguindo recursos e benesses que, em pouco tempo, põem na rua criminosos de alta periculosidade. Senão a pena de morte, por que não a prisão perpétua? Ou o cancelamento da redução de penas para crimes hediondos? A ocupação de pontos de tráfico de drogas até pelas forças armadas. A criminalização do uso continuado de drogas através de penas de prestação de serviços comunitários. A punição implacável dos crimes de colarinho branco, da lavagem e do envio de dinheiro irregular para o estrangeiro.
Quantas iniciativas a mais permitiriam ao cidadão comum deixar de ser um prisioneiro dentro de sua própria casa? Educação, saúde, infraestrutura e outros setores também exigem propostas claras e efetivas, vale repetir, até revolucionárias. E os candidatos?
Reivindicação justa
Coube ao senador Mozarildo Cavalcanti, do PTB de Roraima, apelar para seus colegas, para as autoridades e os meios de comunicação no sentido de retificarem a verdade absoluta e secular de que as fronteiras do Brasil vão dos rios Oiapoque, no Amapá, ao Chuí, no Rio Grande do Sul. Porque está provado cientificamente localizar-se no Monte Caburaí, em seu estado, o ponto mais ao norte do país. Fica registrado o apelo do senador.
Em busca da felicidade
Numa de suas várias constituições, já se vão mais de cem anos, a Espanha estabeleceu, num de seus primeiros artigos: “todo cidadão espanhol tem a obrigação de ser feliz”.
O direito à felicidade foi referido esta semana pelo senador Cristóvam Buarque, do PDT de Brasília. Quer mudar a Constituição, como disse, para humanizá-la. Propôs acrescentar, no artigo que define os direitos sociais, o adendo de que eles “são essenciais à busca da felicidade”.
Avanço significativo
Nos idos do século XVI a Holanda, então conhecida como Nederlândia, era dominada pela Espanha. Massacres se repetiam, sob a forma de lutas religiosas, pois os espanhóis eram católicos e os holandeses, em maioria, protestantes. O Duque de Alba ficou famoso pelo número de cabeças que mandou cortar e de pescoços que enforcou, tudo em nome de um mesmo Deus, mas, na verdade, por conta da competição comercial.
Dá gosto a gente ver que, hoje, Espanha e Holanda resolverão suas diferenças dentro de um campo de futebol, em torno de uma bola…