O cantor e compositor Taiguara Chalar da Silva (1945-1996) nascido no Uruguai durante uma temporada de espetáculos de seu pai, o bandoneonista e maestro Ubirajara Silva, foi um dos melhores compositores da MPB e considerado um dos símbolos da resistência à censura durante a ditadura militar, tanto que teve, aproximadamente, 100 músicas vetadas, razão que o levou a se auto-exilar na Inglaterra em meados de 1973.

Trago em meu corpo as marcas do meu tempo
Meu desespero, a vida num momento
A fossa, a fome, a flor, o fim do mundo…
Hoje
Trago no olhar imagens distorcidas
Cores, viagens, mãos desconhecidas
Trazem a lua, a rua às minhas mãos,
Mas hoje,
As minhas mãos enfraquecidas e vazias
Procuram nuas pelas luas, pelas ruas…
Na solidão das noites frias por você.
Hoje
Homens sem medo aportam no futuro
Eu tenho medo acordo e te procuro
Meu quarto escuro é inerte como a morte
Hoje
Homens de aço esperam da ciência
Eu desespero e abraço a tua ausência
Que é o que me resta, vivo em minha sorte
Sorte
Eu não queria a juventude assim perdida
Eu não queria andar morrendo pela vida
Eu não queria amar assim como eu te amei.
Taiguara, poeta genial e músico melhor ainda. Sempre esquecido, deveria estar com o nome no panteão. Países aqui, abaixo da linha do equador não mereceram abrigar tão grande bardo!
Que Saudade do Taiguara, músicas belíssimas, um apaixonado pelo Brasil como eu, realmente merecia ter suas músicas regravadas, para que a nova geração passa conhecer um trabalho tão maravilhoso.
Genial! Uma poesia lindíssima. São a essas pessoas que devemos honrar por desfrutarmos a liberdade de hoje. Sinto que hoje os beneficiários da luta de tantos heróis não praticam, no poder, atos a altura dos sacrifícios do passado.
Reclamou no programa da Ana Maria Braga que era na CNT que foi esquecido pelos “lutadores da liberdade” que o deixaram sozinho…