A rosa radioativa de Hiroshima, na visão poética de Vinicius de Moraes

Resultado de imagem para vinicius de moraesPaulo Peres
Poemas & Canções

O diplomata, advogado, jornalista, dramaturgo, compositor e poeta Vinícius de Moraes (1913-1980), no poema “Rosa de Hiroshima”, chama à atenção para a barbárie da guerra, sem esquecer as consequências da estupidez (da rosa radioativa) que mata. A mensagem é direta a fim alertar e despertar consciências para a liberdade do desejo de viver. Rosa de Hiroshima foi musicada por Gerson Conrad e gravada no primeiro e antológico LP que leva o nome do Secos & Molhados, em 1973, pela Continental.

ROSA DE HIROSHIMA
Vinícius de Moraes

Pensem nas crianças
Mudas telepáticas

Pensem nas meninas
Cegas inexatas

Pensem nas mulheres
Rotas alteradas

Pensem nas feridas
Como rosas cálidas

Mas, oh, não se esqueçam
Da rosa da rosa

Da rosa de Hiroshima
A rosa hereditária

A rosa radioativa
Estúpida e inválida

A rosa com cirrose
A anti-rosa atômica

Sem cor sem perfume
Sem rosa sem nada

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