Discurso de Fux trouxe esperanças aos homens de bem
Pedro do Coutto
Com seu discurso de posse na presidência do Supremo, anunciando a independência do Tribunal e o combate frontal à corrupção, o ministro Luiz Fux começou a escrever um novo e belo capítulo na história não só do STF, mas da própria História do Brasil. Como se sabe, a História se escreve por capítulos e por versões que ficam no tempo e que serão analisadas por vários ângulos. Para mim, parecem bastante afirmativas as palavras do novo presidente da Corte Suprema.
Com seu discurso, tendo ao lado o presidente Jair Bolsonaro Fux supera um período marcado tanto por controvérsias quanto por hesitações que contribuíram para conter o ímpeto da moralidade pública, no que se refere ao enriquecimento a qualquer preço.
O FIM DO CINISMO – Ao exaltar o mensalão e a operação Lava Jato, Luiz Fux balizou seu caminho e desestimulou todos aqueles que tentam obstruir a iluminação dos escândalos financeiros na sequência impressionante em que se encontram e cujos protagonistas assumem posições acentuadamente cínicas.
Acusados há que não se defendem dos roubos a que são imputados: preferem o caminho simples da obstrução dos processos que contra eles lhe move a própria sociedade brasileira. Se inocentes fossem, não seriam necessários tais recursos às sombras. Comprovariam sua própria absolvição. Sobretudo porque não existe absurdo maior do que o de condenar inocentes.
Mas os acusados não querem discutir o conteúdo concreto das acusações que pesam sobre si.
NOMES NA HISTÓRIA -Ao escrever este artigo me pergunto, por exemplo, quais as versões sobre o ex- presidente Lula, o presidente Bolsonaro e o ministro Dias Tofolli que vão ser reservadas nas páginas da História do Brasil. Inspirei-me na comparação entre os discursos de ministros do STF exaltando a gestão de Tofolli com os artigos que sobre ele escreveram Merval Pereira, Miriam Leitão e Bernardo Mello Franco.
São matérias absolutamente opostas. Como opostas são as análises sobre o metalúrgico Lula da Silva, que chegou ao poder nas urnas de 2002. Um fenômeno, que também inclui o vírus da corrupção em larga escala que contaminou o Brasil.
E BOLSONARO? – A História, em seu eterno processo, terá como responsabilidade sua o julgamento de Jair Bolsonaro. Ele se elegeu por ser o antiLula e o antiPT.
Mas que dizer da reunião ministerial de 22 de abril e de sua reação silenciosa diante do ataque do ex-ministro Weintraub ao Supremo. Ao contrário do que se poderia esperar, Weintreaub foi nomeado representante brasileiro no Banco Mundial.
Retornem aos anos 80 e se lembrem de algo ocorrido em alguma Seção Eleitoral em Bangu.
Calma está só no começo. Só precisa julgar. Não precisa dar entrevistas.
Se o ministro Fux cumprir com suas obrigações já estará fazendo mais do que o Toffoli fez!
Mas que se limite ao STF e as responsabilidades dele.