Bolsonaro defenderá “soberania nacional” e fará discurso “objetivo” sobre a Amazônia

(Arquivo do Google)

Filipe Matoso
Guilherme Mazui
G1

O presidente Jair Bolsonaro embarcou na manhã desta segunda-feira, dia 23, para Nova York (EUA), onde participará da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). O presidente deixou o Palácio da Alvorada às 6h30.

O avião da comitiva presidencial decolou pouco depois da Base Aérea de Brasília. Tradicionalmente, desde 1949, cabe ao Brasil abrir o debate geral, e Bolsonaro tem dito que defenderá a “soberania nacional” e a atuação do governo na Amazônia.

“OBJETIVO” – Em uma transmissão ao vivo em uma rede social, na última semana, Bolsonaro disse estar “na cara” que ele será cobrado por outros chefes de Estado na questão ambiental. Diante disso, afirmou que fará um discurso “bastante objetivo” sobre a Amazônia.

O presidente também disse que não vai “fulanizar” ou “apontar o dedo para nenhum chefe de Estado”. Ele afirmou ainda que, vendo discursos de outros presidentes brasileiros na ONU, concluiu que “se falava, falava e não se dizia nada”.

Pela agenda informada pela Presidência, Bolsonaro embarca para Nova York nesta segunda-feira e retorna ao Brasil na quarta-feira, dia 25. Inicialmente, o presidente iria também a Dallas, no estado do Texas, para se reunir com empresários do setor de tecnologia, mas a viagem foi cancelada.

COMITIVA – Entre outras pessoas, integrarão a comitiva de Bolsonaro a primeira-dama, Michelle, os ministros Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo) e Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e o médico Ricardo Camarinha, que avaliou o quadro clínico de Bolsonaro nesta semana.

Durante a viagem de Bolsonaro, o vice-presidente, Hamilton Mourão, assumirá o exercício da Presidência da República. A transmissão de cargo foi registrada na manhã desta segunda-feira.

MEIO AMBIENTE – A estreia de Bolsonaro na ONU gerou expectativa em razão da crise diplomática e ambiental provocada pelas declarações do presidente em razão do aumento das queimadas na Amazônia. Nos últimos meses, o presidente fez declarações críticas à Alemanha e à Noruega e chegou a trocar farpas públicas com o presidente francês, Emmanuel Macron, que deixou em aberto uma possível discussão sobre status internacional para a Amazônia.

Macron chegou a anunciar a intenção do G7, grupo que reúne as sete principais economias do mundo, de destinar ao Brasil US$ 20 milhões, mas Bolsonaro questionou a motivação do envio e afirmou que o montante era uma “esmola”. Bolsonaro chegou a afirmar, sem apresentar provas, que organizações não-governamentais (ONGS) estariam envolvidas nas queimadas na Amazônia a fim de desgastar o governo, declaração contestada por ambientalistas.

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DISCURSOS DE EX-PRESIDENTES

De acordo com o acervo da Fundação Alexandre de Gusmão (Funag), vinculada ao Ministério das Relações Exteriores, Bolsonaro será o oitavo presidente brasileiro a discursar na Assembleia Geral da ONU – o primeiro foi João Baptista Figueiredo, em 1982.

De acordo com levantamento do G1, a soberania nacional e preservação da Amazônia foram temas abordados por todos os antecessores de Bolsonaro na ONU.

Além de Bolsonaro e Figueiredo, também discursaram no debate geral da assembleia da ONU os ex-presidentes Michel Temer, Dilma Rousseff, Luiz Inácio Lula da Silva, Fernando Henrique Cardoso, Fernando Collor e José Sarney. Ao todo, de 1982 a 2018, foram 20 discursos de presidentes brasileiros.

7 thoughts on “Bolsonaro defenderá “soberania nacional” e fará discurso “objetivo” sobre a Amazônia

  1. “Quando subir ao púlpito do plenário da Organização das Nações Unidas (ONU) para abrir a 74ª edição da Assembleia Geral, nesta terça-feira, 24, o presidente Jair Bolsonaro deve reposicionar o Brasil no xadrez global, diante dos líderes de outros 192 países.

    Há exatos 70 anos, em 1949, o diplomata brasileiro Oswaldo Aranha fazia pela primeira vez a abertura do encontro de nações, inaugurando a tradição que, historicamente, daria ao Brasil a prioridade sobre o microfone e enunciando valores que norteariam a participação do país na ONU: o multilateralismo, uma agenda comprometida com a neutralidade e a mediação diante de conflitos internacionais.

    Sete décadas mais tarde, às vésperas de completar 10 meses de mandato, Bolsonaro enfrentará expectativa oposta em relação ao seu discurso inaugural na ONU. Bolsonaro falará logo depois do secretário-geral da ONU, o português António Guterres, e imediatamente antes do discurso do mandatário do país anfitrião, os Estados Unidos, de Donald Trump, o que aumentará ainda mais a audiência das palavras do presidente.

    Desde que assumiu, Bolsonaro vem operando uma alteração profunda na política internacional brasileira, combatendo o que chama de globalismo, climatismo, ideologia de gênero e defendendo o que denominou de “verdadeiros direitos humanos” – a defesa de valores religiosos e o princípio da família tradicional.

    “É o primeiro governo eleito democraticamente em um século que diz abertamente que veio romper com as tradições diplomáticas brasileiras”, afirma Guilherme Casarões, professor de Relações Internacionais da Fundação Getúlio Vargas.”
    (…)

    Artigo completo:
    https://www.bbc.com/portuguese/brasil-49778900

    (PS: A BBC é tão imparcial quanto o Greenpeace)

  2. Bolsonaro está coberto de razão em viajar para os EUA, e discursar na ONU sobre nossa soberania nacional, onde está incluída a NOSSA Amazônia.

    Desde Collor, de triste e apavorante lembrança, passando por FHC, Lula, Dilma e Temer, que esses ex-presidentes corruptos eliminaram das escolas a palavra PATRIOTISMO!

    Collor, um reles criminoso, assassino, que confiscou o nosso dinheiro e poupança, medida de extrema violência que nem os dois períodos de ditadura que tivemos ousaram tanto, iniciou desprezando o que produzíamos, declarando que nossos carros eram carroças, se comparados aos importados;
    FHC deu de presente inúmeras estatais para agradar estrangeiros;
    Lula e Dilma, implantaram um sistema onde o Brasil deixava de ser uma nação para compor uma América Latina socialista, comunista, exclusiva de lideranças corruptas, ladras, genocidas;
    Temer só roubou e protegeu seus cúmplices.

    Bolsonaro surgirá na ONU com outro discurso, tipo, “quem manda no Brasil são os brasileiros”.
    – Podemos ser dependentes de tecnologias, de ciências, de importações de muitos produtos mas, o nosso território, é nosso, e ninguém tasca – deverá conter essas palavras a sua peroração perante os líderes do resto do mundo.

    Bolsonaro tá certo!

    • Corretíssimo, meu caro Bentl.
      Também sigo a linha de pensamento do jornalista Carlos Newton:
      -Quando acertar, afagos!
      -Quando errar, pedradas!

      Dizem que Deus pode usar até mesmo o diabo (Lula?) para fazer a obra dele. Não sei se é verdade; entretanto, ao fazê-lo, este será digno de elogios.

      Abraços, saúde, vida longa e próspera, como dizia o senhor Spock!

      • Francisco, meu xará de Brasília – DF,

        Grato pelo comentário, e me alegro que tenhas concordado comigo.

        Às vezes, até mesmo presidentes de Repúblicas devem chutar o balde, e berrar que não lhe devem pisar no pala, como se diz no meu RS, pois vai ter troco!

        O Brasil hoje é visto com olhos estrangeiros de cobiças, de nos colocarem de novo na condição de colônia.
        Apesar de já estarmos há tempos na dependência de tecnologias e ciências dos países mais desenvolvidos, eles ainda não nos atacaram, motivados pela intenção de “preservar a Amazônia”!

        Os objetivos estão além da riqueza do solo amazônico. Eles estão direcionados à água, onde temos a maior reserva do planeta de água doce!

        E será este o líquido mais precioso dentro de poucos anos.

        Quem o tiver, poderá subjugar os demais países na venda desse produto, simplesmente essencial à vida!

        O Aquífero Guarani, o Aquífero maior ainda que este que citei na Amazônia, os rios daquela região, o volume d’água que temos e que é nosso, aguça os europeus, provoca-os para nos invadir e tomarem conta da Amazônia, alegando ser patrimônio internacional!

        Se é assim, Paris, Berlim, Roma, Madrid … essas capitais também são nossas ou estou enganado?
        Somente a Amazônia que é de todos?!

        Abração.
        Saúde.

        • Caro Bendl, o aquífero Guarani só perde para outro brasileiro, aquífero Alter do Chão, na região norte. “O maior reservatório de água do planeta está aqui no Brasil. Com um volume 86 mil km³, o aquífero Alter do Chão, localizado entre os estados do Amazonas, Pará e Amapá, tem capacidade para abastecer toda a população mundial por cem vezes”, (fonte Google).
          Brasil é único!

      • Quem se movimenta em zig-zag é larva de mosquito na água. Ou seja, essa de condenarmos quando o lider erra e de aplaudirmos quando ele acerta é um estímulo á mediocridade.
        O Bolsonaro é presidente, ele não é operário aprendiz de feiticeiro. Ele tem que ser atencioso no que diz e faz – o país é uma locomotiva com grande inércia cuja correção de trajetória se faz com alto custo.

  3. Bolsonaro declarou ser contra uma forma racional de enfrentarmos o problema evidente do meio ambiente. Todos nos recordamos da sua fórmula indecente de comer menos, defecar menos e reproduzir menos para ajudar o planeta Terra. Além de a fórmula ser deselegante ela mostra a ser advinda de uma mente doentia ou vazia.
    Einstein, além de cientista, era também pensador. E o que vai abaixo diz tudo sobre o que esperar do presidente Bolsonaro:
    “Whoever is careless with the truth in small matters cannot be trusted with important matters”

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