Carlos Chagas
Gostar, é claro que a presidente Dilma não gostou da última pesquisa do Ibope, encomendada pela CNI. Mais importante do que a queda em sua popularidade estão os índices de “confiança” e “maneira de governar”, onde os números negativos superam os positivos. Espaço para novas quedas sempre existirá. Para os estrategistas do governo o principal será reverter a confiança, coisa que dificilmente acontecerá com discursos e palavras, mas apenas com obras e realizações. Uma reativada no PAC seria oportuna, assim como a agilização do fluxo de recursos já destinados à saúde, educação e segurança pública.
A presidente sabe que precisará aproximar-se mais dos prefeitos, imaginando reuni-los por regiões e estados. Um programa de viagens aos municípios, mais do que às capitais, poderia ser preparado com rapidez, de forma a acentuar a presença da administração federal em todo o país. Mesmo sem esquecer o Congresso, a prioridade seria para demonstrar ação efetiva e continuada da máquina federal.
Os ministérios, e os respectivos ministros, necessitam preparar roteiros detalhados de distribuição de verbas e inauguração de obras, com ênfase para postos de saúde, hospitais e escolas, de um lado, bem como de rodovias e ferrovias. Essa aplicação envolverá maior rigor com as empreiteiras e vigilância sobre os serviços terceirizados.
Está afastada a hipótese de mudanças na equipe de governo e, muito menos, a redução do número de ministérios. Qualquer movimento nesse sentido determinaria perda de tempo e protelação nas ações previstas. Os atuais ministros que se virem, pois serão cobrados.
CHÁ ENVENENADO
O episódio é conhecido mas merece ser recordado. Uma daquelas impertinentes matronas dirigiu-se a Winston Churchill dizendo que se fosse casada com ele, botaria veneno no seu chá. Ele respondeu de bate-pronto: “e se eu fosse seu marido, tomaria até a última gota do chá…
Assim estão o PMDB e o PT, na atual fase de seu relacionamento, importando menos saber quem faz o papel do primeiro-ministro ou da matrona. Cada vez os dois partidos toleram-se menos e agridem-se mais. Com o reinício dos trabalhos do Congresso,semana que vem, aumentará a temperatura.
Ora, ora, PT e PMDB vão se entender perfeitamente. O Poder tem a varinha de condão que tudo perdoa.