Congelar salários leva à queda do consumo e reduz também a arrecadação dos impostos

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Charge do André Dahmer (Arquivo O Globo)

Pedro do Coutto

Falando aos repórteres Manoel Ventura e Cássia Almeida, em O Globo de sábado, o economista Mansueto Almeida, secretário do Tesouro Nacional, afirmou que, mesmo depois de aprovada a reforma da Previdência, outras medidas precisam ser tomadas. Entre elas a suspensão dos concursos públicos e o congelamento de salários dos servidores. A opinião de Mansueto Almeida encontra-se no contexto de uma exposição do ministro Paulo Guedes.

O titular da Economia revela que o governo lançará medidas com foco no equilíbrio fiscal, competitividade e melhora dos serviços públicos.

PRIVATIZAÇÕES – A reportagem ocupou página inteira do jornal, incluindo também afirmativas do presidente Jair Bolsonaro a respeito de privatização de empresas estatais. O governo já tem como certa a desestatização da Eletrobrás, e também na primeira fase o processo de privatizar os Correios.

Na minha impressão, o congelamento dos salários representa uma opção amarga para os servidores das estatais e para os funcionários federais. Além de ser inconstitucional, essa política certamente terminará acarretando o resultado inverso do que aquele que o Planalto espera alcançar. Não é maneira de incentivar o consumo, uma meta que proporcionaria aumento da produção econômica. Na realidade, restringindo o poder de compra, a consequência vai se refletir negativamente nos níveis de consumo.

PREVIDÊNCIA – Este exemplo acontece na Previdência Social. A Praça dos Três Poderes, nela incluído o Congresso, está aprovando restrições à aposentadoria. Pois há duas leis irrevogáveis: a lei da gravidade e a lei do menor esforço. Se o ministro Paulo Guedes não tivesse a intenção de conter os gastos do sistema não teria elaborado o projeto que elaborou. O processo econômico social é extremamente complexo porque tem de harmonizar a economia, as finanças e a remuneração do trabalho como pilares de qualquer projeto de governo. Afinal de contas a política existe e tem como objetivo essencial transformar-se num instrumento de avanço da espécie humana.

Se assim não fosse não seria o instrumento de progresso que é, trazendo conquistas que vão se acumulando através do tempo. 

JUSTIÇA SOCIAL – O destino dos projetos têm que visar, acima de tudo, uma redistribuição mais justa de renda. Não se trata de dividir o produto econômico por dois. Mas seria mais justo dividir por 10: nove para o capital e um para o trabalho.

Se ocorresse essa divisão minimamente justa entre capital e trabalho, destinando-se 10% do investimento empresarial pra pagamento de salários, isso já seria suficiente para apagar a miséria dos cenários nacional e mundial.

4 thoughts on “Congelar salários leva à queda do consumo e reduz também a arrecadação dos impostos

  1. O grande e experiente Jornalista Sr. PEDRO DO COUTTO, em sua visão Econômica Humanista, na busca de Justiça Social, observa que as medidas de AUSTERIDADE do Governo para atingir o equilíbrio Fiscal, reduzem o Consumo e a Arrecadação de Impostos, constituindo-se num freio para a necessária volta do crescimento redutor do Desemprego.
    Ocorre a nosso ver, que o Deficit Fiscal contínuo e crescente e seu efeito de Endividamento Público até o limite, causam um freio ao crescimento bem maior.
    É necessário porém também algum freio de AUSTERIDADE. Não exagerado porém.

    O ponto fundamental de uma Economia é sua PRODUTIVIDADE ( Produção por hora trabalhada), e a nossa é muito baixa, +- 1/6 dos EUA.
    Ora, se nossa PRODUTIVIDADE é muito baixa, o Salário Médio que é igual a Produtividade Marginal do Trabalho, ( Excedente que o último Trabalhador contratado pela Empresa gera) também é muito baixo, ( R$ 2.500/mês) não permitindo que os Salários Médio dos Funcionários Públicos sejam muito altos, e mesmo assim ele atinge +- (R$ 3.800/mês), bem acima da Produtividade Média Salarial Brasileira.

    E porque nossa PRODUTIVIDADE ? tão baixa?
    1- Culturalmente Nós Brasileiros de maneira geral não vemos o EMPRESÁRIO como o principal motor gerador de RIQUEZA, mas como um explorador do Trabalho Humano. Logo ele deve ser mal tratado pelo Governo, acumulado de Burocracias, Regulamentacões desnecessárias, Carga Tributária de 37% do PIB, etc, etc.
    Enquanto não mudarmos essa Mentalidade e não entendermos que o grande gerador de RIQUEZAS é o EMPRESÁRIO, nossa PRODUTIVIDADE sempre será muito baixa.
    2- Muitos Brasileiros fazendo TRABALHO INÚTIL, ( Trabalhos Domésticos, Guarda, Vigias, Cobradores, Frentistas, Seguranças, etc, etc, todo Trabalho que não gera Excedente de PIB ). O grande Economista ADAM SMITH já nos alertava para isso em 1776, da importância de produzirmos TRABALHO ÚTIL em vez do INÚTIL.
    3- Baixa quantidade de TECNOLOGIA e CAPITAL usada nos Postos de Trabalho.
    4- Infra-Estrutura de Transportes, Energia, etc, muito deficiente.
    5- Altos JUROS COMERCIAIS vigentes na Economia principalmente devido ao Governo necessitar girar +- R$ 1.500 Bi/Ano de Dívida Pública.
    ……………………………
    Para melhores SALÁRIOS Públicos e Privados temos que melhorar nossa PRODUTIVIDADE, e isso infelizmente não se faz com Leis.

    Agora, a nosso ver, sendo Verdade tudo o que foi dito acima, o Governo deve sempre dar preferência para o CAPITAL NACIONAL, o único que gera TECNOLOGIA NACIONAL E CAPITALIZA 100% AQUI DENTRO.
    Como sempre nos ensinou o grande Gov. CARLOS LACERDA, ( 1912 – 1977)”CAPITAL BOM É O CAPITAL BRASILEIRO”.

  2. Chamam de investimento a venda de empresas lucrativas e estratégicas.
    Empresas estratégicas é de fundamental importância, é através delas que o governo pode influenciar e controlar o mercado,
    Uma multinacional quando compra uma empresa, a primeira medida e enxugar a máquina, isto é, desempregar, diminuindo a folha de pagamentos e aumentar o lucro, que vai direto para a matriz. Empresas estrangeiras não têm compromisso com o social, seu compromisso é o lucro É o lucro das empresas nacionais investido no próprio país, que gera desenvolvimento.
    Inibir o consumo através de arrocho dos salários, e do desemprego é fazer o país andar para trás, é o atraso. Sem consumo não há progresso

  3. O empresário brasileiro só gera riquezas a si mesmo, simples assim.
    O contrário só se dará quando o capitalismo, no Brasil, for imposto aos ” capitalistas ” brasileiros.

    Exatamente isso, no Brasil: IMPOR o capitalismo aos ” capitalistas “.

  4. Artimanhas econômicas para melhor a condição de vida da população aqui no Brasil já foram tentadas aos milhares.
    nenhuma deu certo.

    O que funciona mesmo e isto está comprovado nos países ricos é fazer a coisa certa, ou seja, abaixar o custo Brasil que é altíssimo: como melhorar a infraestrutura em estradas e portos, menos impostos na produção e consumo, diminuir o estado pela metade, acabar com direitos absurdos trabalhistas, etc,etc,etc.

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