Naira Trindade
Correio Braziliense
O Conselho de Ética da Câmara cancelou a reunião prevista para ouvir nesta segunda-feira (28/7) testemunhas de defesa do deputado André Vargas (sem partido-PR). Outros depoimentos estão marcados para esta terça-feira, com o coordenador operacional da Arquidiocese de Aparecida, Denir Campos, e o consultor jurídico do Ministério da Saúde Fabrício de Oliveira Braga, às 14h, no plenário 11 da Câmara. Também está convidado a depor o próprio deputado André Vargas. Mas ele ainda não confirmou se participará da sessão.
Finalizada amanhã a fase de instrução do processo, o relator Júlio Delgado (PSB-MG) pretende concluir até o relatório a tempo de ser analisado no esforço concentrado, nos dias 5 e 6 de agosto. “Se não houver interpelação judicial, terei dez dias para encerrá-lo e pode ser que consiga apresentá-lo para o esforço concentrado”, diz Delgado.
André Vargas responde ao processo por quebra de decoro parlamentar pelo envolvimento com o doleiro preso pela Polícia Federal na Operação Lava-Jato Alberto Youssef. Vargas é acusado de atuar em favor da Labogen no fechamento de um contrato milionário junto ao Ministério da Saúde. Vargas nega.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – André Vargas tem um encontro marcado com a cassação. Foi abandonado pelo PT, ameaçou “abrir a boca”, mas o comando petista não levou fé. Sua defesa é apenas para ganhar tempo e seguir na ilusão de que um dia foi um político de alguma importância. Sua carreira política simplesmente acabou. (C.N.)
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – André Vargas tem um encontro marcado com a cassação. Foi abandonado pelo PT, ameaçou “abrir a boca”, mas o comando petista não levou fé. Sua defesa é apenas para ganhar tempo e seguir na ilusão de que um dia foi um político de alguma importância. Sua carreira política simplesmente acabou. (C.N.)
QUANTO CUSTA UM ANEL DE GIGES?
Lenda narrada por Platão, na sua obra, A República, fala de um pastor que teria, em suas andanças, encontrado um anel fabuloso, o qual daria o dom da invisibilidade a quem o portasse. Desde então, quando o pastor intentava executar um ato reprovável publicamente, ele enfiava o anel no dedo para não ser percebido.
Por vezes, chega-se a pensar que a classe política foi eleita bode expiatório. Pois existe um estímulo da mídia para escrachar a classe. Ou porque os meios de comunicação pertencem a grupos políticos e/ou porque estão a serviço deles; afinal, esculhambá-los, rende votos ou tira votos. Uma autoridade eleita pelo voto popular, representa, em última análise, o suprassumo de um eleitorado com suas virtudes e vicissitudes. Como pode um barco se manter inerte sobre um mar revolto? Um palhaço não ousaria contar piadas para uma plateia sisuda, pois no ambiente não iria ocorrer um feedback. Seria o mesmo que um camaleão vermelho tentar se esconder do seu predador em uma floresta verde. Enfim, um bandido de grosso calibre só prospera quando encontra ressonância na sociedade à qual está inserido, igualmente bandida. Atualmente, em nosso país, um gesto de honestidade tornou-se tão raro, que quando ocorre, é divulgado em rede nacional, como se não fosse uma obrigação moral, que dispensasse as quatro paredes.
Sem querer partir do particular para o geral, na região onde habito, se o sujeito tem algo de valor significativo para vender, a quem o vendedor procura? – Um traficante ou um pastor, é óbvio! O porquê destas duas preferências é de domínio do mais ingênuo dos brasileiros!
Benigno, a classe política não foi transformada no bode expiatório. Ela é o bode dentro da sala. A certeza da impunidade tem transformado os políticos em ladrões do dinheiro público sem o menor respeito pelo cidadão que paga os pesados impostos sem uma retribuição de serviços, eu diria, pelo mínimo aceitáveis. A honestidade, passa hoje, longe dos executivos e legislativos e temos até um judiciário bem contaminado. Na verdade, se o nosso judiciário já não estivesse devidamente contaminado, quantos dos atuais candidatos poderiam realmente concorrer a um cargo eletivo? Talvez, nem 20%. Somos o país dos fichas-sujas que são autorizados a concorrer por um judiciário subserviente. Em outubro, temos a oportunidade de tirar os bodes da sala e para sempre.
Paulo 2, em outubro os bodes entrarão em sua sala…e na minha.