Dançando na corda bamba, com a genialidade de Ismael Silva

O cantor e compositor Ismael Silva (1905-1978), nascido em Niterói (RJ), para fazer a letra de “Antonico”, inspirou-se em uma carta de Pixinguinha para Mozart de Araújo, na qual o maestro pedia ao amigo um emprego para o sambista em dificuldade. O samba “Antonico” foi gravado por Alcides Gerardi, em 1950, pela Odeon.

ANTONICO
Ismael Silva

Ô Antonico
Vou lhe pedir um favor
Que só depende da sua boa vontade
É necessário uma viração pro Nestor
Que está vivendo em grande dificuldade
Ele está mesmo dançando na corda bamba
Ele é aquele que na escola de samba
Toca cuíca, toca surdo e tamborim
Faça por ele como se fosse por mim

Até muamba já fizeram pro rapaz
Porque no samba ninguém faz o que ele faz
Mas hei de vê-lo bem feliz, se Deus quiser
E agradeço pelo que você fizer

             (Colaboração enviada por Paulo Peres – Site Poemas & Canções)

11 thoughts on “Dançando na corda bamba, com a genialidade de Ismael Silva

  1. Estácio. DNA-DO-SAMBA. Prostituição, Poesias, Prosas, Tiros, Porradas & Bombas.

    Diáspora dos Negros Brasileiros através do samba e carnaval.

    Conquistaram cidadania, dignidade, trabalho, renda, respeito e admiração em todo planeta. Após, a criação da primeira escolas de samba. A Deixa Falar em 1927. Por Ismael Silva e os bamba do Estácio.

    O livro foi concebido, para mostrar ás mudanças urbanísticas, políticas, econômicas, sociais e culturais desde a fundação da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro no morro do cão-Urca após a expulsão dos invasores Franceses por Estácio de Sá em 1565.

    Mostra, os diversos ectoplasmas, de sambistas, malandros, mulheres, gays e lésbicas do cais do Valongo, Lapa, Morros e Favelas Cariocas. Com suas crônicas, gírias, poesias, prosas, tiros, porradas e bombas. Onde o sindico mais famoso, cantor Tim Maia, dizia:

    Aqui prostituta apaixona-se por seu cliente
    Cafetão tem ciúme
    Traficante se vicia
    E pobre é da direita.

    Objetivo:

    Distribuir 2.000 exemplares para cada escola de samba do grupo especial no carnaval de 2015. Após, obter patrocínio de empresas através de leis de incentivos fiscais.

    Conto com apoio de todos, para meu projeto cultural para homenagear aos aniversários de 450 anos da cidade maravilha purgatório da beleza e do caos, 379 anos das festas da igreja da Penha, 131 anos da abolição, 110 anos do nascimento e morte de Ismael Silva e os bambas do Estácio e 51 anos anos da ditadura militar de 1964 com suas censuras sobre tudo e todos.

    Sinopse:

    Bandido preguiça era feliz na cadeia.

    “cadeia era sua casa”

    Em liberdade, fazia de tudo para ser preso novamente. A ponto de vender maconha na porta da delegacia no Estácio. Claro, entrava em cana e ficava todo feliz da vida. Morava em um barraco sem luz e água. Vem daí o seu apelido de preguiça pois a água tinha que ser carregada lá de baixo do morro na quebrada da soleira até sonhar de madrugada em ser preso novamente. Pois na cadeia, ele tinha comida, água, drogas, sexo com preso gay e todos companheiros de cela. Pois aqui fora não tinha amigos nem eira nem beira. Até hoje, deve ter preso com o mesmo comportamento dele. Isto é, prefere a cadeia a ficar na rua. Infelizmente, para alguns a cadeia e a casa deles.

    Bandido cacão

    Pega ladrão, pega ladrão, o PM Haroldinho do Estácio, com seu colega de serviço saí atrás do bandido. O bandido, entra em um botequim. Corre para o banheiro para se esconder. O PM Haroldinho do Estácio de 1,64 de altura e seu parceiro de 1,68 de altura. Estão diante, do bandido negão de 2.01 de altura pesando 130 quilos. Haroldinho com suas pernas tremula com a arma em punho cheio de medo. Grita! Saí daí com às mãos na cabeça? O negão dentro da banheiro com vaso sanitário entupido cheio de cocô. Não pensa? Pega toda merda e lambuza o corpo inteiro para não entrar em cana. Grita o PM Haroldinho do Estácio, Saí com a mão na cabeça. Saí o negão fedendo a merda todo sujo. Os PMs trocam olhares e saí da frente do negão e decide. Eu não vou prender esse merda e não vou levá-lo preso para delegacia. O Bandido malandro do Estácio é liberado, corre em direção ao morro e some nos becos e vielas.

    O exorcista

    Malandro, cansado de entrar e sair da cadeia. Pensa? Vou virar pastor. Um ano depois, passava nos botequins para convencer os velhos amigos. Ninguém acreditava nele. Até porque, já se sabia que ele era famoso em praticar exorcismo (Tirar demônio dos corpos), somente das mulheres novinhas ou casadas. Descobri-se que ele às levava para o quarto dos fundos e introduzia o seu cajado do milagre em suas…. Pedindo a elas, para ficar de olhos fechados e orando. Elas, que de bobas não tinham nada. Fingia de bobinhas e permitiam que ele as usassem sexualmente. Pois, a maioria, raramente tinha sido usadas sexualmente por serem barangas. Então ele, fez grandes milagres no morro de São Carlos. Deixou vários filhos para diversos cornos do morro de São Carlos. Andava cheio de jóias, carro e roupas finas tudo bancado por suas fiéis. Morreu de velhice aposentado da malandragem pelo INSS.

    Putas Virgens

    “Só vale sexo oral e anal”

    Os donos de escravas de ganhos, utilizavam também às escravas virgens para ganhar algum dinheiro com sua prostituição. Elas, para não serem perfuradas, eram convencidas a atender alguns clientes “Coronéis,Comerciantes,Militares e Políticos” discretamente a domicilio em suas fazendas e em suas residências, mandadas por seus donos a fim de conseguir recursos para comprar a sua alforria.”Liberdade”

    Putas Virgens Normalistas.

    Só valia sexo oral e anal.

    Na década de 50, existia na praça da Bandeira. Rua Mariz e Barros um puteiro de virgens explorado por uma cafetina descendente de escrava de ganho explorada na prostituição ainda virgem. Copiava o modelo de prostituição usada por escravagista cafetões. Só era admitida garotas virgens e estudantes normalistas. Segundo um cliente hoje com 94 anos. O lugar era muito discreto e só era permitida a entrada de clientes apresentados por outro cliente discreto e casado. Às garotas, não permitiam beijo na boca e muito menos ser perfuradas. Neste caso, o dinheiro, não era para obter a sua liberdade.

    Mais, sim, para comprarem esmalte, tintas de cabelos, vestidos, sapatos, bolsas e acessórios. Pois, a maioria eram de famílias muito pobre. Outras eram de fato sem vergonha mesmo. Faziam porque gostavam de sexo e sacanagem.

    Religiosamente falando, sou moça casta e pura.

    “Só pratico sexo oral e anal”

    Era do conhecimento de quase toda sociedade, o comportamento das escravas de ganhos, que recebiam dinheiro de seus maridos, namorados e noivos em troca de sexo com às escravas virgens. Sem que deixassem ser perfuradas e ficarem grávidas. Era um código social, para que uma moça tida como casta e pura, tivesse suas relações preservadas para casar com um rico fazendeiro igualmente como seu pai.
    Porem, nos salões de bailes, às conversas giravam em torno do comportamento sexual das escravas, que atrai às atenções de seus maridos e noivos. Por isso, algumas moças atrevidas sexualmente em poucos ou quase nenhum contatos com seus namorados e noivos, permitiam, que eles só chegassem até o ponto em que deixavam excitadas com às histórias contata nos salões por suas amigas. Isto é, deixavam que seus namorados, noivos e pretendentes tivessem um pouco de intimidade através do sexo oral e anal. Pois, Jamais permitiriam que fossem perfuradas e desonradas diante de uma sociedade patriarcal com costumes trazidos da Europa. Quando elas, se permitiam a fazer e atender os caprichos de seus parceiros com sexo oral e anal eram insuperáveis, devido a atmosfera religiosa vigente que traduzia tudo isso em pecado capital. Não nos dias de hoje é claro!

    Uma grande parcela das moças da classe média e alta tidas como castas, praticavam discretamente suas relações sexuais pecaminosas com seus parceiros. Todos sabiam, mais jamais discutia em rodas sociais abertamente. Hoje esse comportamento é discutido em redes sociais na internet. Se alguém quer matar-me de amor, que me mate no Estácio?

    Prefácio:

    A história do samba se revela cada vez mais surpreendentemente rica e imprevista. A prova é este livro de João Batista Martins, que desvenda e revela aspectos memoráveis da história da nossa cidade e do próprio samba. Registrando personagens e episódios que informam e diverte, ele abre caminhos novos no conhecimento da cultura popular carioca. Trata-se de leitura obrigatória para quem ama o Rio de Janeiro.

    Haroldo Costa

    O meio em que floresceu e se desenvolveu o samba carioca foi, sem dúvida, o “lado escuro” da cidade dita “maravilhosa”. Constituído por um contingente humano histórica e geograficamente marginalizado, com pouco ou nenhum acesso aos equipamentos garantidores da cidadania, esse meio, entretanto, gerou o componente mais forte da identidade cultural brasileira; nascido num ambiente que até hoje têm os seus próprios códigos de relacionamento e conduta, intra e Extra- Muros.

    O mérito deste livro é desvendar boa parte dessa realidade. Ele é o mundo do samba (sempre observado e tratado com paternalismo ou preconceito, voyeurismo ou medo, indiferença ou deslumbramento; e principalmente com muita hipocrisia) visto de dentro. Por um olhar que mostra o seu avesso de maneira tão contundente quanto uma lapada de cachaça vagabunda; e tão deliciosa e compatível quanto á sardinha frita (na farinha) que lhe serve de tira-gosto.

    Nei Lopes.

    Nei Braz Lopes (Rio de Janeiro, 9 de maio de 1942), ou simplesmente Nei Lopes, é um compositor, cantor e escritor.

    Ricardo Cravo Albin

    Musicólogo, historiador de MPB, produtor musical, produtor de rádio e televisão, crítico e comentarista, diretor da Embra-Filme (MIS)- Museu de imagem e do Som, Presidente Instituto Nacional de Cinema (INC) e também autor, desde 1973 de aproximadamente 2500 programas radiofônicos para a rádio MEC.

    O livro, Estácio de Sá. DNA- DO-SAMBA. Prostituição, Poesias, Prosas, Tiros, Porradas e Bombas. “Surpreendem, por que: é capaz em forma de geléia geral, traçar vários paralelos de paixões, fragmentos anárquicos, por vezes da alma ingênua da” civilização carioca (como costumo chamar os que do Rio fazem a cidade mais descontraída e boa praça dentre todas).

    O autor, que não tem papas na língua se aquece (a meu ver) pela paixão, perfila uma gama de carioquices, a partir do Estácio, o velho Estácio de Ismael Silva (um fraterno amigo meu nos anos 70), o Estácio “Dos Bambas” que fizeram (Ismael sempre à testa) a Deixar Falar, a primeira das Escolas de Samba, o mesmo Estácio de Jorge Ben e de Luiz Melodia tempos depois, o Estácio de sempre de sambas e de múltiplos DNAS.

    João Batista vai da escravidão aos primórdios da data de fundação da Cervejaria Brahma, primeira empresa Brasileira a dar empregos aos escravos recém libertos. Chegando até ao cadinho mágico que detém o morro de São Carlos, com seus malandros históricos, com “tiros, porradas e bambas”.

    O autor, embebido por puro amor, embriaga-se por episódios tão díspares como a maconha no Brasil, misturando logo depois eventos históricos como a Revolta dos Tenentes, Getúlio Vargas e até AI 5, que de uma forma ou de outra, acabaram por afetar a vida dos sambistas e compositores.

    Culminando uma surpreendente escalada em originalidades como as “Transas fiadas” (Do Zeca da Cuíca que transava fiado com as prostitutas da zona de meretrício do Estácio) e, os punheteiros do Morro de São Carlos, que tinham Vera Fischer sua musa de inspiração para concorrer em campeonato de punheta.

    Pouco? Pois ainda tem muito mais nas crônicas e na mistura do João Batista sobre a memória carioca, a partir, insiste dos múltiplos e audaciosos DNAs do bairro do Estácio de Sá e do Morro de São Carlos. Afinal, são eles os vizinhos da maior referência dos folguedos cariocas de hoje, à Passarela do Samba Darcy Ribeiro. Ao velho Estado de outrora se compara a antiga Praça XI, dos anos 10 e 20 do século passado e às mudanças urbanísticas.

    Ricardo Cravo Albin

    Presidente do
    Instituto Cultural Cravo Albin

  2. João Batista, mistura muito curiosa: Negras de ganho do séculos XVII e XVIII, com coisas acontecidas nos anos 40/50. Puteiro na Praça da Bandeira, Mariz e Barros, só de virgens normalistas valendo sexo oral e anal. Essa é boa em 1950 estava na Marinha e morava na Praça da Bandeira, nunca soube disso. Sempre frequentei a rua Ibituruna, Rua Ceará , Mariz e Barros onde tinha o Colégio de Normalistas. As duas primeiras vezes que votei foi no Colégio de Normalistas. Do Estácio se não falar de Sinhá, baiana sambista que morava no Zinco, que suas sobrinhas, mulatas bonitas excursaram com Haroldo Costa. Dos valentes Pororoca, Charrão, Waldemar de Brito, Mário Naval, Baiaco, Gaguinho do Estácio que só vestia camisa de seda pele de ôvo e muitos outros, não vale.No Estácio nasceu a primeira Casa da Banha. Descendo para Presidente Vargas estavamos na Zona do Baixo Meretríci Benedito Hípólito, Pinto de Azevedo. Valentes da Zona: Miguelzinho, Carabina, Sarong. Traficantes Darcy, Parangolé, Erú. Jorge Ben não era do Estácio, morava na Maia Lacerda quase no Rio Comprido seu apelido era Babulina. Tin Maia era o Tião que entregava m da pesão de sua família. Morava originalmente na Rua do Matoso. Foi conteporâneo de Erasmo Carlos que morava na Vila Matoso e recebia aulas de violão ele e Roberto Carlos que não morava ali de Timbó um criolo homossexual do cabelo esticado. essa história e longa. Para terminar o Tim Maia quando era Tião foi preso uma vêz porque passou em uma casa e vendo na entrada uma cadeira de ferro a surrupiou. Depois disso viajou para os Estados Unidos e voltou como uma grande cantor e compositor. Cáis do Valongo existiu no século XVII e XVIII, antecedeu o Cáis do do Porto. Depois de muitos anos inventaram que o samba nasceu na Pedra do Sal, errado. Nasceu na casa de Tia Ciata na Praça Onze. Ela era uma quituteira; foi a primeira baiana que vendeu quitutes perto do Café Nice, seu marido era médico. Conheci Ismael Silva no apogeu e nofinal de sua vida quando morava na Gomes Freire esquina de Riachuelo, tinha o pé esquerdo envolto em gaze. Essas pessoas não deviam morrer.

    • Antônio Santos Aquino,

      Tem nome de santo, já um grande presente. Ainda mais, que você é e pertenceu a nata da malandragem do Estácio. Conheceu, a vagabundagens os malandros, a zona e o zinco.

      Aos 10 anos, eu entregava leita no zinco e no macaco nos barracos ás 4:00 da madrugada.

      Aos 12 anos, Ismael Silva, no bar na Rua de São Carlos. Depois de me ver chateado com corte de cabelo tipo cascão. Obrigado por meu pai. Disse-me, garoto, se não sabe pra onde ir, qualquer bonde serve.

      O puteiro, da Mariz e barros nas décadas de 20/30 e 40. Era comandada por uma negra descendente da 3a. geração de escravas de ganhos. Então, não há convulsão. Peço desculpa, pois ainda não foi revisado, para passar a ideia correta.

      Quanto anos, você tinha nas décadas de 20/30 ou 40? Sempre houvia essa história no morro de São Carlos, na Rua São Roberto 247 esquina com Laurindo. História contada por um Sr. de 94 anos que trabalhou como condutor de bonde exatamente que passava por Mariz e Barros. Era um cliente assíduo do puteiro.

      Eu e você temos provavelmente idades próximas. Eu com 65 anos e vocês perto disso ou um pouco mais. Porem, nos dois temos em nossa memórias histórias viscerais da malandragens do morro como o Charão que cheguei a manda-lo se foder para não esconder e vigiar sua arma e droga na Praia do flamengo para jogar pelada com Nelson Galinha. Eu, tinha uns 16/17 anos.

      Ás suas lembranças, pode gerar um novo livro, com sua crônicas. Eu e você, somos apaixonado pelo Estácio. Uma parente minha nesta época era namorada do Roberto Carlos antes da fama.

      Todos, que você citou, são igualmente conhecidos por mim. Pois, fui aprendiz de cafetão na Vila mimosa na década de 60. Portanto, é provável, que tenhamos amigos em comum.

      Amigo,

      Escreva sua memórias e depois, vamos tomar uns biricuticos por aí. Sou amigo do Almir, Jorginho da banda, Schimidt, Massa, Alma negra, rato e irmão do Ari ex-jogador de futebol do Vasco, Vitória da Bahia, Paissand, Flamengo do Piaui, Ponte Preta e volta Redonda, Walfrido, Betinho, Mazinho, Mestre Ciça e Beloba.

      (e-mail:jbmartins2012@gamil.com)

      POR FAVOR, DIVULGUE ESSE PROJETO DE LIVRO.

    • Antônio,

      Coloque essa crônicas em folha de papel, para se transformar em um belo livro. Eu compro facinho. Tenho certeza do seu sucesso.

      O mundo precisa, de mais livros e boas histórias.

      Cai dentro malandro.

    • Uma viagem as narrativas! Criei-me na Lapa! Peguei a etapa final desse Rio boêmio, malandro e poeta. Morei na Av. Mem de Sá, 104, mesmo prédio do Salão do Jaime, onde Blecaute e Brilhantina alisavam sempre o seus cabelos. Minha mãe, Nedja, servia PFs para os fregueses em casa mesmo. Quase todos (as) amigos(as) e conhecidos(as) dela. Eu apesar de garoto me metia no meio da rapaziada da esquina da Riachuelo com Gomes Freire, composta por, dentre outros, Tarzan irmão do Didico que morreu jovem, Osias que era bom de briga, mas depois casou e sumiu e o Russo que anos depois encontrei morando em Cordovil na Cidade Alta. Era o apagar das luzes dessa malandragem que hoje é contada com tantos detalhes e cores. Historia de vida da vida de pessoas que ainda hoje são lembradas, algumas com saudade!
      ISMAEL SILVA é um desses personagens dessa época fértil ! Tive o prazer de conhece-lo, Isso em meados de 1964, 65. Naquela época “seu Ismael” já estava ficando meio esquecido pela imprensa. Ele era meu vizinho de quarteirão e sempre me pagava umas cocas ( Eu era garoto ainda) enquanto ele me contava suas histórias ou me dava uns conselhos. Era gente fina demais e de respeito! Presenciei um momento na vida de Ismael que marcou minha memoria. Certa ocasião ele estava eufórico e feliz no CAFÉ & BAR PRIMOS, Avenida Gomes Freire 740, porque a GLOBO havia marcado de entrevista-lo. Ele estava na maior expectativa! Eu fiquei com ele a tarde inteira esperando e fui presenciando a alegria ir dando lugar à decepção no rosto do ISMAEL. A reportagem não compareceu ao encontro marcado! Ismael Silva ficou decepcionado! Naquele momento se ele chorasse eu chorava junto com ele, mas malandro velho que era fez o que aconselhou ao JOÃO BATISTA, “Sem saber pra onde ir qualquer bonde servia, ele pegou o primeiro que passou e foi chorar escondido sua decepção! Saudoso ISMAEL SILVA! Saudoso tempo de uma malandra e irreverente vida carioca que pintava o quadro com cores vivas! Hoje ninguém consegue repetir a Aquarela e quando lemos relatos como estes de vocês fico com o peito cheio de saudade!
      Abraço!
      Augusto

  3. Paulo Peres, que legal, valeu a homenagem ao inesquecível cantor e compositor Ismael Silva, assim como, maravilha, os comentários de João Batista e Antonio Santos Aquino.
    Estava certo quem inventou a máxima: recordar é viver.
    Com certeza…

  4. Preciso corrigir, acho que o jogo e a vista me atrapalharam. 1) Tim Maia era o Tião que entregava marmitas da pensão de sua família. 2) O samba nasceu na casa de Tia Ciata, eram três irmãs Ciata, Merenciana , a outra não lembro. Isso está inclusive registrado em livro de Darcy Ribeiro. Tia Ciata morava na Rua Visconde de Itauna n° 147 nas proximidades da Praça 11. Depoi da Revolta da Chibata liderada por João Cândido Felisberto foi proibido o samba e outros folguêdos na rua. A Casa de Tia Ciata, era respeitada pela polícia e lá nasceu o samba e ao mesmo tempo o “samba fundo de quintal”, que perdurou por muito tempo. Só podiam tocar samba em casa no fundo de quintal e até determinada hora da noite. Tive a felicidade de frequentar por duas vêzes em 1956 uma dessas reuniões na casa de uma mulata de nome Tiana na rua de Santana, Praça 11. Fui com o Wilson sargento fuzileiro que morava em casa de sua mãe na rua de Santana. Nos acompanharam dois estivadores, um com apelido de Marca Pito e o outro Cabo Verde que era um negro da Ilha da Madeira mas era um retimista de mão cheia; como o Donga tocava prato. Chegamos umas 7hs da noite e saimos umas 9hs. Teve partido alto, samba sincopado e samba enredo na cantoria. Hoje o lugar é uma repartição da prefeitura se não me engano, fica ao lado da Casa Sendas ou Supermercado Extra. Isso vai longe.

  5. João Batista, gostei de dizeres que pertenci a nata da malandragem. Não companheiro, em 1950 eu era um jovem militar da Marinha, solteiro, dado um pouco à boemia e pelo impulso da idade, frequentava quando de folga esses lugares, sempre com cariocas de boa formação, que gostavam das coisas e tradições do Rio de Janeiro. Conheci a Sinhá quando fui convidado na praça da Bandeira para comer um cozido no “Zinco” ,morro do Estácio, convidado pelo Rodrigues Charutão, que tinha na cidade um escritório de compra de cautelas da Caixa Econômica e morava com a família na Rua Barão de Iguatemy, em frente 18ª DP. (Charutão na mocidade, fora malandro de mulheres na Lapa, conhecera a Sinhá nos anos 40. Era conhecido como “Cobrinha; deu a maior navalhada da historia da Lapa em um malandro que levou 153 pontos). Ele promoveu esse “cozido” e convidou alguns rapazes conhecidos que moravam na Praça da Bandeira e adjacências. O cozido foi regado a muita cerveja, cachaça para quem gostava, e muito samba. As sobrinhas da Sinhá eram sambistas cheirando a leite, bem novinhas, 18/ 22/23 anos. Eu não podia forçar barra, o lugar tinha que ser respeitado. Sinhá já estava com mais de sessenta anos era uma senhora educada e alegre e ainda sambava um pouquinho. Bons tempos. João Batista, você é de uma geração, vinte anos depois da minha. Valeu, obrigado.

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