Peças faziam parte do “patrimônio” de Cabral mantido no exterior
Italo Nogueira
Folha
As barras de ouro e pedras de diamante do ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral foram vendidas nesta quarta-feira, dia 29, por R$ 4,6 milhões pela Justiça Federal. As pedras preciosas fazem parte dos valores que Cabral mantinha no exterior em nome dos irmãos doleiros Renato e Marcelo Chebar, que chegava no total a cerca de US$ 100 milhões.
Os dois firmaram delação premiada e entregaram o dinheiro às autoridades.A pedra mais cara foi um diamante de 4,05 quilates, que tem o terceiro maior grau de pureza da escala (VVS1). Em formato de gota, ele foi comprado por R$ 335 mil. O valor arrecadado supera a avaliação inicial das peças, de R$ 3,8 milhões. Restam ainda outras 12 pedras de diamantes repatriadas pelo Ministério Público Federal a serem vendidas. Ainda não há data prevista para este leilão.
MANOBRA – As pedras preciosas foram compradas pelos doleiros como forma de ocultar ainda mais os valores de Cabral. O objetivo era fugir de auditorias de bancos da Suíça, que apertaram a fiscalização após o país ser criticado internacionalmente pelas regras frouxas de compliance que facilitavam a lavagem de dinheiro.
As cinco barras de ouro (quatro de um quilo, e uma de meio quilo, todas de 24 quilates) foram adquiridas em 2011. As pedras de diamante, compradas em julho e setembro de 2016 –dois meses antes da prisão do ex-governador. Tudo estava guardado em dois cofres em Genebra (Suíça).
Cabral inicialmente negava ser o dono das pedras preciosas, mas depois confessou ser o dono dos valores –embora não tenha sido o responsável pela ideia das compras. O reconhecimento também fez parte do acordo de delação premiada firmado com a Polícia Federal e homologado pelo ministro Edson Fachin, do STF (Supremo Tribunal Federal).
COOPERAÇÃO – O MPF iniciou um processo de cooperação jurídica com autoridades suíças em dezembro de 2016, quando a delação dos irmãos Chebar foi fechada. Elas chegaram ao país em março. A Justiça Federal ainda tenta organizar o leilão das joias com que Cabral presenteou sua mulher, Adriana Ancelmo. Ambos foram condenados pelo uso das peças para lavagem de dinheiro.
Um leilão chegou a ser marcado para vender 40 joias encontradas na casa do casal em novembro de 2016. Ele foi cancelado após a Folha revelar que a avaliação feita permitia um desconto de 78% em comparação ao valor de compra. O juiz Marcelo Bretas determinou que os delatores das joalherias H. Stern e Antônio Bernardo avaliassem as peças de suas lojas. A perícia, porém, foi adiada em razão da pandemia do novo coronavírus.
A PF também apreendeu outras 97 joias em dezembro de 2016 na operação que prendeu a ex-primeira-dama. O leilão dessas peças ainda não foi marcado. Cabral também devolveu outras 27 joias que manteve escondidas até fechar a delação com a PF. Entre elas, está a peça mais cara adquirida pelo ex-governador.
TURMALINA – Trata-se do brinco espeto de turmalina paraíba com diamantes, que custou R$ 612 mil. Outras duas peças com a pedra rara também foram entregues às autoridades: um colar (R$ 229 mil) e um anel (RS 159 mil). As três foram adquiridas na joalheria Antônio Bernardo para presentear a ex-primeira-dama Adriana Ancelmo em seu aniversário de 42 anos.
Cabral é réu em 31 ações penais decorrentes da Lava Jato, além de outras duas ações criminais sem relação com a operação. Já foi condenado em 13 processos, cujas penas somam mais de 282 anos de prisão.
Coitados dos arrematadores: tamanha não será a surpresa: quando tirarem a pamonha da palha, virão que levaram dissulfeto de ferro ou itajurana (ouro de tolos).
Aquilo que havia de ouro verdadeiro, no Brasil, ele mesmo, Cabral, roubou tudo!
Virão, não! Verão da saudosa VERA!
Ainda vai aparecer um advogado 5* para dizer que foi armação para incriminar seu cliente em corrupção.