Diferenças são na qualidade dos jogos e tamanhos dos escândalos

Chico Maia
O Tempo
Daqui a mais uns dias começaremos o retorno ao normal, falando do Campeonato Brasileiro, dos nossos times e das mazelas da CBF e arbitragens. O domingo sem jogos da Copa já provocou estranheza em muita gente que gosta de futebol, acostumada a dois grandes jogos diariamente, em horários distintos. Uma zapeada ontem na TV e dois “aperitivos” do que nos aguarda: amistosos entre Grêmio e Londrina, no Paraná; Corinthians x Uberaba no Uberabão. Se os nossos jogos oficiais têm sido sofríveis imagine amistosos.

No que se refere a mazelas, as da CBF e Fifa só mudam de tamanho da repercussão e dos volumes financeiros. Só na comercialização ilegal de ingressos os acusados ligados à Fifa faturam mais de US$ 1 milhão por jogo. Humberto Grondona, filho do chefão argentino e vice de Josep Blaterr, Júlio, teve ingressos da cota pessoal dele apreendidos, mas disse que deu de presente a um amigo e não sabe o que este fez com eles. Está explicado, e não se fala mais nisso. Um cartola forte da Fifa está bravo é com a Polícia Civil do Rio, que não avisou previamente à entidade que iria investigar a máfia.

Não muda
Nas arbitragens os problemas vividos pela Fifa são os mesmos da CBF, Federação Mineira de Futebol e demais federações do país e do mundo. Sempre haverá erros, mas enquanto os meios eletrônicos não forem adotados e algumas regras forem mudadas, ficaremos nessa avalanche de discussões. O basquete, o vôlei e o tênis mudaram e melhoraram, mas o futebol ainda resiste. Enquanto isso, assunto é que não falta para abastecer os nossos noticiários e debates.

Histeria
As pequenas e grandes falhas também são as mesmas, porém, com quase 40 câmeras de TV de última geração em cada jogo, em todas as posições do estádio, as falhas dos atuais árbitros são mais vistas, obviamente. A histeria nacional que tomou conta do Brasil em relação à “vítima” Neymar cegou até alguns dos mais sensatos comentaristas. Em coro com a CBF querem a cabeça do colombiano Zuñiga numa bandeja.

Coisa pouca

Perto do que fez o goleiro alemão Schumacher com o atacante francês Battiston, na Copa da Espanha, o lance do Zuñiga com o Neymar não foi nada. E apesar da entrada criminosa que deixou Battiston seis meses inativo, com costelas e dentes quebrados, o alemão não recebeu nenhuma punição; nem dentro nem fora de campo.

Faltas
Uma rede de TV fez uma seleção de faltas “assassinas” desta Copa. Não fossem as potentes câmeras, nenhuma mereceria nem cartão amarelo.

Experts
Um dos maiores defensores de pênalti da história, João Leite foi um dos primeiros goleiros do mundo a estudar em qual canto os cobradores de pênalti contra quem iria jogar chutavam. Só treinadores, colegas de time e poucos repórteres sabiam dos estudos do João. Em cinco, costumava defender três.

3 thoughts on “Diferenças são na qualidade dos jogos e tamanhos dos escândalos

  1. Antes mesmo de ler o post observei um detalhe que considerei estranho, a ausência do escudo do queridíssimo ESPORTE CLUBE BAHIA ( O ESQUADRÃO DE AÇO), entre os escudos de clubes estampados ao lado do texto. Só então direcionei minha atenção ao título do post, o que de imediato me fez entender a razão da ausência do escudo do primeiro campeão brasileiro da história em 1959 e por conta deste feito glorioso, foi o primeiro clube brasileiro a disputar a Copa Libertadores da América. Fez muito bem o autor, pois o teor do texto não condiz com o momento atual do BAHIA que desde 09/07/2013 o clube passou por uma transformação ampla e democrática, pondo fim a anos de desmandos. A mais importante das mudanças é a eleição direta para presidente através de seus sócios e a transparência em todos os níveis administrativos por força de regra de estatuto. Hoje o clube conta com quase 30.000 sócios e no caminho certo no plano administrativo, já com reflexos perceptíveis no campo.

  2. Mandou bem, senhor Chico Maia…
    Dessa vez, com algumas pinceladas diferenciadas, o texto ilustrou, na minha opinião, algumas facetas que se apresentam no futebol e nem percebemos.
    Valeu…

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