Carla Kreefft
Não é possível mais para o brasileiro saber a diferença entre a verdade e o que querem que se entenda como verdade. A confusão não acontece por acaso. Parece ter virado moda no Brasil haver dois ou mais entendimentos para qualquer fato.
Que haja divergências de interpretações é natural. O que não é compreensível, entretanto, é haver leituras diferentes para dados e fatos concretos. Quando isso acontece, o que existe é manipulação – e não há dúvida quanto a isso.
A polarização política, na qual o país está mergulhado desde o primeiro mandato do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, contaminou a capacidade de pensar do brasileiro. Todos escolheram um lado, e cada qual sustenta a sua verdade. Nada que seja diferente de uma dessas verdades é possível.
Em resumo, o Brasil vive uma constante disputa, como se o poder público estivesse dividido entre dois times – uma eterna final entre Atlético e Cruzeiro, na qual não é possível haver empate. Um dos dois tem que ganhar. É nessa obrigação de vencer o adversário que a verdade é colocada em risco.
Histórias são contadas pelas metades, dados são apresentados sob várias bases de comparação, análises são feitas de acordo com perspectivas escolhidas ou descartadas a dedo. Governo tem uma informação, oposição tem outra. É claro que os dois lados culpam a mídia de absolutamente tudo. Os equívocos são sempre de quem recebe e divulga as informações, nunca de quem as produz. As fontes são santas.
A GRANDE VÍTIMA
E no meio disso tudo está o cidadão comum – aquele que não tem contato direto com o poder e que, quase sempre, depende de alguma mídia para obter a informação. Esse é a grande vítima. Às vezes, em um mesmo dia, ele recebe duas ou mais informações completamente diferentes e relativas a um mesmo assunto.
A internet, que é, sem dúvida, o grande milagre da comunicação, contribui para a confusão. Qualquer informação desejada pode ser obtida na rede em poucos cliques. É possível confirmar ou derrubar qualquer tese. Se quiser uma pesquisa para comprovar qualquer loucura, é só dar um “google”.
Mas o maior risco desse antagonismo radical pode estar se aproximando da individualidade. O maniqueísmo contamina as pessoas, que acabam interiorizando valores artificiais e sustentados em teorias efêmeras e questionáveis, que, porém, são imutáveis. O risco da sedimentação de uma cultura de segregação não é pequeno.
Diante desse quadro, debates e discussões ideológicas perderam a razão de ser. Todos já sabem tudo de tudo e não pretendem saber mais nada de nada.
O benefício da dúvida está fazendo falta. Ele foi substituído pelo “com certeza”. (transcrito de O Tempo)
Sobre a charge acima, ao lado da matéria, informo que o Movimento Comunista Internacional é o responsável por projetos que visam amordaçar a imprensa brasileira. Eles, os comunistas, chamam isso de Controle da Imprensa.
É a mesma coisa que ocorre há milênios na Coréia do Norte e Cuba, por exemplo. Somos contra. Desejamos sempre a imprensa aberta. Sob todos os sentidos.
Eu prefiro o John Kerry do que Fidel Castro, Raul Castro e outras múmias obscuras do comunismo internacional. Aplico o mesmo aos ditadores do Equador, Bolívia e Venezuela.
Há milênios na Coréia do Norte e Cuba? Em que era geológia, arqueóloga? Somos contra quem, carapálida? Estou fora desse besteiról.
geológica, ao invés do erro de teclado acima. Perdão.
Waléria Pereira, saudações.
O secretário de estado John Kerry recentemente afirmou e a revista The Economist colocou na capa:
“Brazil is nobody’s back yard”
(“O Brasil é terra de ninguém” em tradução livre, já que back yard significa ‘quintal’)
Abçs.