Heron Guimarães
A primeira e única entrevista de Celso de Mello após o STF suspender o julgamento do mensalão não é muito animadora para quem deseja ver José Dirceu e companhia atrás das grades.
Incubido de desempatar o placar de 5 a 5, com o qual os ministros do Supremo encerraram a sessão na última quarta-feira, o decano não antecipou o voto, mas, ao vê-lo dizer que “não pretende mudar de opinião”, fica mais fácil imaginá-lo acatando a tese dos embargos infrigentes.
Celso de Mello tem ideia formada e já se manifestou sobre o tema. De forma bem clara, ele disse ser favorável aos embargos capazes de provocar um novo julgamento e premiar os principais acusados pela ação penal 470. A controvérsia, porém, existe. O mais experiente ministro do Supremo Tribunal Federal também se mostrou inconformado com a corrupção. Disse que a “impunidade é algo absolutamente inaceitável”. “Todas as pessoas que se acham investidas de autoridade pública devem expor-se às consequências de sua atuação”, completou.
E AGORA, MINISTRO?
“E, agora, ministro?”, provocou o colega Marco Aurélio. E, agora, ministro? É a pergunta que todos esperam ser respondida na próxima quarta. Celso deve estar se perguntando o mesmo. Como ser coerente diante de uma encruzilhada dessa? Se ele mantiver a sua opinião sobre os embargos, ele estará indo contra a argumentação que fez contra os corruptos e tantas práticas criminosas.
As duas posições de Celso de Melo, a que é favorável aos embargos e a que não perdoa os criminosos, não chegam a ser antagônicas, mas se revelam, no mínimo, conflitantes.
Se aprovar os embargos infrigentes, o ministro estará beneficiando, até com a possibilidade de prescrição do crime, quem lesou a nação. Os atores da cena política não arriscam nada. O senador Aécio Neves disse apenas que “a página precisa ser virada”. Já a presidente Dilma nada fala. Até porque não há motivos para ela se preocupar com o imbróglio. Seja qual for, a decisão do STF não irá interferir na popularidade da presidente.
Já o PT, dividido entre duas correntes, também não arrisca muito. Dentro do partido, há quem diga que seria melhor uma decisão rápida, mesmo que ela seja contrária ao desejo de José Dirceu. A oposição, mais uma vez, segue a reboque. Para o povo, resta a pequena esperança de ver algum corrupto enquadrado. Que as aparências, desta vez, enganem-nos e esta semana, tão preciosa para a política e a moral do país, seja dominada pela reflexão de quem tem nas mãos a possibilidade de dar uma resposta do tamanho das reivindicações populares de junho, o que, até agora, não aconteceu. (transcrito de O Tempo)
É triste, muito triste mesmo! Quem diria: a última das instituições que conservava alguma credibilidade, apesar de certas decisões comprometedoras (casos: assassinato do índio Galdino, o roubo do juiz Lalau, a dupla de juízes que vendia sentenças etc.), parece que vai entrar na vergonha das demais (Legislativo e Judiciário) e, com mais uma decisão absurda (dois juízes que deveriam se abster, por questões de foro íntimo – ligação com o PT), vai frustrar o povo brasileiro, sacramentando o dito popular de que a lei só existe para os pobres, e deixar, novamente, tudo acabar em pizza! Lamentável! O STF vai assinar sua sentença de morte!
Já disse e repito. Não confio nesse senhor (Celso de Melo), ele já tem antecedentes.
Tomara que eu esteja errado.
Povo brasileiro, não fiquem constrangidos, já estavamos esperando por mais uma sacanagem, se fosse uns probetões estavam todos presos incomunicaveis.Onde anda a justiça no Brasil? A nossa indignidade. Espero que Deus ilumine este desequilibrado Celso de Melo. Só Jesus poderá intervir.