Ricardo Brito
Agência Estado
O primeiro-vice-presidente do Senado, Jorge Viana (PT-AC), leu nesta tarde a carta na qual o senador Clésio Andrade (PMDB-MG) renunciou ao mandato parlamentar. Segundo a comunicação, lida em plenário pelo petista, Clésio deixou o cargo político para se dedicar a cuidar da saúde e voltar a suas atividades profissionais.
Com a decisão, o único processo do mensalão mineiro que ainda corre no Supremo Tribunal Federal (STF) e no qual Clésio é réu, deve seguir para a primeira instância da Justiça Federal em Minas. Na ação, Clésio responde por peculato (desvio de dinheiro público) e lavagem de dinheiro.
O Ministério Público acusa o agora ex-senador de participação no desvio de R$ 3,5 milhões de estatais mineiras para a campanha à reeleição de Eduardo Azeredo (PSDB-MG). Ele era candidato a vice na chapa de Azeredo. O peemedebista também já foi vice-governador no primeiro mandato de Aécio Neves como governador de Minas (2003-2006).
Em fevereiro, Azeredo seguiu o mesmo caminho tomado agora por Clésio e renunciou ao mandato de deputado federal, o que também levou o seu processo no STF do mensalão mineiro para a primeira instância. Com a decisão, o processo de Azeredo será julgado apenas depois das eleições, evitando o eventual impacto negativo na campanha presidencial de seu correligionário Aécio Neves.
PROBLEMA DE SAÚDE
Na carta lida pelo primeiro vice-presidente do Senado, Jorge Viana (PT-AC), Clésio Andrade informou que a decisão de renunciar ocorreu por “motivo de acometimento de problema de saúde”, o que o levará a tratamentos médicos que vão se estender pelo restante do mandato dele.
“Não optei por licença, uma vez que considero prejuízo ao erário público o recebimento sem o respectivo desempenho das funções e para ser coerente com a austeridade que imprimi durante todo o meu mandato de Senador com relação às verbas de representação e gastos com o Gabinete”, afirmou, na carta.
O peemedebista agradeceu ao povo mineiro e aos senadores com a “certeza do dever cumprido” e mencionou que vai assumir o restante do mandato, que se encerra no início de 2015, Aureliano Chaves Filho, filho de Aureliano Chaves, vice de João Figueiredo (1979-85).
Clésio era o primeiro suplente do senador Eliseu Resende (DEM-MG), que morreu em janeiro de 2011. O peemedebista não conseguiu apoio do partido para se candidatar ao governo de Minas Gerais em outubro e, por isso, desistiu de concorrer a um novo mandato eletivo. Clésio disse que pretende voltar a a suas atividades profissionais tão logo sua saúde permita. Em abril, ele se licenciou do comando da Confederação Nacional dos Transportes.
Este é o efeito mensalão que os petistas querem negar. Agora, nós sabemos e eles sabem que podem ir para a cadeia(?), serem cassados(?) e muito mais. Se o PT não tivesse gasto tanto em proteger os bandidos, hoje o Brasil seria um país bem diferente. Mas, outubro está vindo e temos a oportunidade de começar a grande mudança.