Carlos Newton
Mineiro de Itabira do Mato Dentro, Minas Gerais, que tinha grande amor pelo Rio de Janeiro e morava em Copacabana, Carlos Drummond de Andrade em 1978 publicou esse poema, criado num ano em que a seleção brasileira também se deu mal na Copa do Mundo.
Foi-se a Copa?
Foi-se a Copa? Não faz mal.
Adeus chutes e sistemas.
A gente pode, afinal,
cuidar de nossos problemas.
Faltou inflação de pontos?
Perdura a inflação de fato.
Deixaremos de ser tontos
se chutarmos no alvo exato.
O povo, noutro torneio,
havendo tenacidade,
ganhará, rijo, e de cheio,
A Copa da Liberdade.
Viva DruMMond . RPL-PNBC-ME, Saudações.
FOI-SE A COPA
Foi-se a Copa? Foi-se a Copa!
Adeus à morfina. Adeus à dopamina.
A gente pode, afinal,
Cuidar da dor e da febre recorrentes.
Faltou inflação de pontos?
Perdura a inflação de ratos?
Agora, sem o circo, deixaremos de ser tontos?
Quem sabe até mirar no alvo exato?
O povo, em outubro, noutro torneio,
De volta à realidade, havendo tenacidade,
Ganhará pelo voto, rijo, e de cheio,
A Copa da Liberdade?
Drummond também nunca deixou de amar Itabira, Belo Horizonte e Minas Gerais.
Deixou isto escrito em muitos de suas maravilhosas poesias.
Sempre é bom lembrar.
Itabira e Minas também nunca deixaram de amar Drummond.
Parabéns pela postagem, Sr. Newton. Pela presença de espírito!