Carlos Chagas
Longe de nós a suposição de influência política no Tribunal Superior Eleitoral, palco da presença de mestres do Direito. Fica difícil entender, porém, como dois modestos partidos receberam certificado de criação ao tempo em que um terceiro ficou de fora, cuja organizadora conquistou 20 milhões de votos nas eleições presidenciais passadas. Fala-se da Rede Sustentabilidade, de Marina Silva, que corre o perigo de não conseguir entrar na disputa do ano que vem, se até o próximo dia 5 o tribunal não se pronunciar a respeito.
Não há maior representatividade no Solidariedade, liderado pelo deputado Paulo Pereira da Silva, e no Pros, Partido Republicano da Ordem Social, chefiado por Eurípedes Macedo, um ex-vereador do interior de Goiás. Serão nitidamente legendas de aluguel, daquelas aparecem para abrigar deputados desgarrados de seus partidos de origem. Servirão para que alguns parlamentares não percam o mandato ao trocar de legenda, podendo candidatar-se à reeleição daqui a um ano. Mas carecem de presença no meio do cipoal que agora passa a contar com 32 partidos políticos autorizados a funcionar. Se outros podem, por que não eles?
O problema é que em matéria de partidos, a Rede, apesar de sua histriônica sigla, teria condições de ombrear-se com outros de razoável peso popular. Uma evidência a mais de que pessoas influem muito acima de programas, tornando-se inegável registrar que Marina é uma liderança. Por isso estava pronta para mais uma vez disputar o palácio do Planalto, iniciativa que tomará se conseguir o registro.
Estaria aqui o cerne da questão? A ex-senadora e ex-ministra incomoda muita gente. Tornou-se a expressão mais chegada às esquerdas intelectualizadas. Tiraria votos de quem, se inserida na disputa? Não seria de Aécio Neves nem de Eduardo Campos.
O PT não gostou da perspectiva da candidatura de Marina Silva. Muito menos quando os companheiros viram que em três meses ela conseguiu as assinaturas de mais de 650 mil eleitores. Os outros dois novos partidos estavam nessa coleta desde 2010.
Há quem suponha a realização do segundo turno das eleições presidenciais caso Marina se anteponha à presidente Dilma. Para dirigentes do PT, aqui moraria o perigo. As assinaturas em favor da Rede passaram e ainda passam por meticuloso pente fino, nos cartórios eleitorais dos estados. O mesmo terá acontecido, por exemplo, com o já criado PSD, do ex-prefeito Gilberto Kassab, desaguadouro para deputados ávidos de aderir ao governo Dilma?
Convém esperar. Até o dia 5 o Tribunal Superior Eleitoral ainda realizará três sessões. É possível que as assinaturas cheguem e tempo, depois de examinadas na instância inferior.
RESCALDO PERIGOSO
Com Dilma de novo no Brasil, redobrarão os cuidados da nossa diplomacia, e da presidente também, diante dos movimentos centralizados em Washington. Será examinado com lupa qualquer comentário do presidente Barack Obama, se relacionado com a economia ou mesmo a situação no Oriente Médio. Não se espera que o inquilino da Casa Branca faça novas considerações a respeito da espionagem promovida por seu governo no mundo inteiro e entre nós, também. Foi comedido em seu discurso nas Nações Unidas, anunciando uma revisão de métodos mas conformando que a bisbilhotagem continuará, em nome da luta contra o terrorismo.
Já se encontra em Brasília a nova embaixadora dos Estados Unidos, esperando-se que Dilma não demore a marcar data para receber suas credenciais. Será uma oportunidade para conversarem, apesar de nessas cerimônias não se preverem discursos.
A partir da fala da presidente brasileira nas Nações Unidas, todo cuidado é pouco.
Sr. Chagas, no caso “MARINA”, está evidenciado uma “sabotagem”, em razão do “Zé e Maria Bagaço” por sua Esperança, em ter uma Brasil realmente Democrático, isto é “Governo Povo, trabalhando pelo POVO!”.
Seu artigo, a respeito, passa o bisturi nessa situação, se o TSE, não tomar as devidas providências, para sanar “essa sabotagem dos politiqueiros”, só resta VOTAR NULO para não ser solidário com a safadeza. Tenho dito!!!.
Rui e De Gaulle, vocês estão certíssimos.
Que o Cidadão- Contribuinte – Eleitor – frase do Sr. Helio, acrescento Indignado, de a resposta em 05/10/14, com o conceito de Eça de Queiroz: Político é que nem fralda de criança, trocar sempre pelo que contem.
Por um Brasil sério e Justo.
De verdade ,ou se cria mais um super herói com a condenação dos mensaleiros,ou se constrói uma salvadora da “pátria” dos indios e das ONGs,vale qualquer coisa para derrubar Dilma ou qualquer um que não seja da direita.
Duas marinas incomodam muito mais…
Acredito na má vontade com a pré-candidata Marina por parte dos cartórios eleitorais. Mas, mesmo com a aprovação da Rede, existe uma chapa imbatível por parte do PT e que, infelizmente para o Brasil, levará a eleição no primeiro turno, mesmo sem apoio regional de muitos “aliados”. Trata-se de Lula para presidente e Dilma para vice. Segundo ela, Lula esteve sempre presente no governo o que a faz uma “flanelinha” do poder. Assim, de forma alguma, ela se sentirá mais rebaixada ainda em ser candidata a vice, o que facilitará o caldeirão do PT na solução de suas diferenças internas. Em 2018 ela tentará voltar e será candidata sem traumas ou, talvez, mesmo antes de 2018 pela renuncia por força maior do titular eleito. A chapa PT-PT vencerá com pouca margem pois o PMDB se tornará adversário durante a campanha, mas, sem remorso, retornará, dividido, à caverna após a eleição tentando ainda mamar em algumas tetas do estado (triste síndrome do bezerro que não quer ser touro). A oposição crescerá e talvez a reforma política de verdade surja do meio do caos que o congresso se tornará. Esperamos para ver o que acontece.
Não gosto da Marina presidente por sua posição contra a despenalização do aborto, questão de SAÚDE PÚBLICA E NÃO DE RELIGIÃO. Porém, como vice do Aécio caso não consiga legenda, talvez fosse melhor…