Júlia de Aquino
Instagram literário @juentreestantes
“É preciso que eu suporte duas ou três larvas se quiser conhecer as borboletas”
Antes de ler esse livro, eu me sentia a “Sra. Diferente” por nunca tê-lo lido. Por outro lado, quando terminei a leitura, me senti uma “Boba” (com B maiúsculo) por ter demorado tanto. Um verdadeiro tesouro em forma de livro! Profundo, sábio, doce e totalmente encantador.
Como eu fiz muitas anotações – praticamente uma a cada duas páginas – vou dedicar a publicação da semana que vem apenas para trechos marcantes que separei enquanto lia. Hoje, falo sobre considerações gerais dessa obra clássica.
ENREDO – Um piloto cai com seu avião no deserto e encontra uma criança loura, frágil e delicada, que diz ter vindo de um pequeno planeta distante dali.
A partir da convivência durante alguns dias, os dois repensam os seus valores, discutem diversos assuntos e encontram o sentido da vida.
ANO DE PUBLICAÇÃO – “O pequeno príncipe” foi publicado pela primeira vez em 1943. Mesmo tendo sido lançado há quase 80 anos, ainda é o segundo livro mais traduzido no mundo (depois da Bíblia). E isso diz muito sobre ele, certo?
O que será que ele traz para se manter tão atual e mexer com tantos leitores por todo o planeta? Essa era a questão que mais me intrigava antes de eu conhecer seu conteúdo. Após a leitura, contudo, descobri o motivo e o principal: compreendi esse “sucesso”.
É quase impossível colocarmos em palavras tudo o que pensamos e sentimos durante a essa leitura.
TEMAS DISCUTIDOS – Através de diálogos entre o principezinho e o piloto, o autor nos apresenta diversas questões que despertam reflexão e deixam lições preciosas.
Todos os diálogos e os trechos de narrativa nos fazem pensar em nossa infância, nossos ideais, nossas atitudes e as experiências durante toda nossa trajetória de vida. E, acima de tudo, nos faz pensar sobre amizade, acolhimento, coisas que valorizamos (principalmente as fúteis) e as relações que construímos com as pessoas e coisas durante a vida.
ATEMPORAL – Não é uma leitura para crianças. Mas nem só para adultos. É um livro atemporal que pode ser lido por pessoas de todas as idades.
Dependendo da idade e da experiência de casa um, as mensagens terão efeitos distintos, mas todas são tocantes!
A questão da mudança de nossa subjetividade ao longo dos anos tem muita relação com esse livro. Tanto é que muitos leitores que me acompanham no Ju Entre Estantes relataram que o leram quando eram mais novos e releram com uma idade mais avançada. O resultado foi unânime: todos tiveram uma visão diferente enquanto reliam.
Além disso, é um livro curto, o que facilita o manuseio e mesmo a leitura a qualquer tempo.
Uma obra sensível, surpreendente, às vezes triste, mas totalmente encantador!
E quem ainda não leu… Vale a pena começar hoje!
Livro: O pequeno príncipe
Autor: Antoine de Saint-Exupéry
Editora: Publicado por diversas editoras; o meu é da “Agir”
Páginas: 96
“Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas” 🙂
Essa frase é BELA! 🙂
De relatos orais a pesquisas acadêmicas, a passagem e estadia do piloto e escritor francês Antoine de Saint-Exupéry pela Ilha de Santa Catarina finalmente está comprovada. … E foi assim que veio parar no Campeche, no Sul da Ilha de Santa Catarina.
Excelente! 😀
Esse livro também ficou conhecido por ser “o livro das candidatas a Miss”.
Ele é incrível! Deve ser lido por todos! 🙂
A primeira tradução deste livro, feita por Dom Marcos Barbosa, monge beneditino e poeta, é primorosa. Não conheço a atualmente à venda.
Que bacana saber disso, Wilson! Obrigada pelo comentário e pela informação Que bacana saber disso, Wilson! Obrigada pelo comentário e pela informação 🙂
Júlia, com perdão pelo atrevimento, se você quiser ler um post que escrevi sobre esse livro, veja em: https://conversasdomano.blogspot.com/2018/02/o-aviador-o-principe-e-rosa.html
Nesse meu blog, antes e depois desse, há alguns posts sobre o escritor e alguns dos seus livros.
Esse livro é um divisor de águas. Parabéns!!
Maravilhoso! E pensar que foi publicado há quase um seculo…
Literatura é como alimento.
Existem aqueles que gostamos e não gostamos.
Gosto é gosto, a ponto que não se pode criticar quem gosta de chuchu, e quem não o suporta.
Dito isso, até para eu não ser execrado em praça pública, mas iniciei duas vezes a leitura desse livro, O Pequeno Príncipe, e não consegui ir em frente.
A minha mente, o meu espírito, nunca me concederam eu gostar de fantasia, de histórias que o escritor imaginou prá si mesmo.
O livro é muito bem escrito, cativante, e merecidamente teve sucesso no mundo inteiro, virando até filme.
Mas não me impressionou, não me chamou a atenção.
Diferente das obras de Karl May, sobre o Velho Oeste, que eu devorava!
O “irmão de sangue”, indígena Winnetou, que foi protagonista na maioria dos seus romances.
Apesar de ficção, havia uma certa verossimilhança com a realidade americana na conquista do Oeste, o que eu não via em Exupéry, onde o sonho, o lirismo do encontro com a criança no deserto, o célebre escritor tenta salientar as passagens da infância, adolescência e fase adulta, onde vai se perdendo o encantamento do tempo que éramos crianças.
A questão é que ser adulto é inexorável, assim como morrer.
O atrelamento ao passado, às situações típicas de guri ou menina, um dia termina porque precisamos crescer de verdade!
Não é por nada que, em Psicologia, existe a Síndrome de Peter Pan, que se caracteriza pela grande dificuldade do indivíduo se enxergar como um adulto, e se desvencilhar totalmente do seu papel de criança, então irremediavelmente crescer.
Por favor, nada contra a obra e o genial escritor, não me entendam mal.
Mas, trata-se de gosto, identidade com a história contada, e não houve entre mim e o autor essa comunicação.
Parabenizo Júlia de Aquino pela postagem semanal de um livro, onde temos a chance de expor nossos pensamentos e comentários sobre a obra apresentada.
Obrigada pelo comentário, Francisco! É?
Gosto é algo muito subjetivo. Existem muitos livros famosos que eu não gostei também rs
Forte abraço!
“É BEM MAIS DIFÍCIL JULGAR A SI QUE….
Esbarramos numa série de obstaculos: egocentrismo, ausência de senso de autocrítica, mexe com a autoestima, cinismo, não querer dar o braço a torcer; a incerteza de que, o meu autojulgamento pode-me trazer desvantagens, que vão converter-se em vantagens a outras pessoas, as quais não tiveram o mesmo despredimento e renúncia que eu tive.
Alfim, como vivemos, em um mundo relativo, precisamos de parâmetros externos: se mil gramas aferir um kg, não vai mudar nada!
Paulo, esse trecho é muito bacana! Na semana que vem farei um post só com trechos
Marcantes 🙂