Na política atual a emoção impera, com um misto de Lula e Xuxa

Genilson Albuquerque Percinotto

Legislativo com ideologia de botequim e linguagem de ébrio habitual. Um exemplo é a famigerada “Lei da Palmada”, que chove no molhado, como tantas outras leis natimortas, pois têm mais embalagem do que conteúdo, não caracterizam e nem punem, tratam questões sérias com insegurança e navegam na polêmica, sempre tão eleitoreira.

Nosso judiciário ágil e vazio deve dar mesmo vazão aos denuncismos. Quem nunca deu corretivo no neto rebelde que largou a sua mão e saiu correndo para a rua se arriscando na frente dos carros? Eu e meus vizinhos continuaremos violando essa inespecífica letra morta, que perde sua força na insegurança jurídica.

A eficácia das sanções penais já previstas e nunca aplicadas e a estruturação do acompanhamento sonhado pela lei merecem muito mais atenção do que a polêmica emotiva e superficial entre o pastor emotivo e a subjetiva Xuxa…

LULA E XUXA

Lula e Xuxa têm algo em comum além das vogais. Ambos foram personagens com apelidos incorporados a seus nomes, utilizados na construção de um império de entretenimento. O oportunismo nas alianças e na exposição. A ascensão e a riqueza estonteante, a carreira e os vínculos internacionais, a campanha irônica na gangorra real brasileira entre violência e educação (não bata, eduque).

Há quem alegue que o programa “Xuxa no mundo da imaginação” foi retirado do ar devido ao seu discurso inconveniente. É evidente que Xuxa é uma personalidade muito mais constante, interessante e autêntica do que Lula, mas a paixão dos fãs e a questão central da imagem e do imaginário os identificam.

A audiência de ambos vem caindo, mas não há substitutos carismáticos à altura. As marcas do tempo abrandaram a paixão e a desilusão se abateu sobre os fãs do político agora “Luxuoso” e de linguagem “Xula”.

Na realidade infantilizante da cidadania cotidiana, carecemos mais de uma Cris Poli comportamental, de um Içami Tiba educacional e de uma Danny Pink em estética e jovialidade. É o retrato do país em seu diagnóstico de consumo.

2 thoughts on “Na política atual a emoção impera, com um misto de Lula e Xuxa

  1. Senhores,

    01- Com mais da metade da classe respondendo a processo criminal, esses senhores querem nos ensinar a criar os nossos filhos. Querem nos ensinar o que não aprenderam dos seus pais? Ou querem que os nossos filhos sejam como eles?

    02- “Quem em rabo de palha não brinca perto do fogo!”

  2. O artigo me fez lembrar um fato ocorrido na cidade do Rio de Janeiro cerca de 60 anos, quando ainda era a capital do Brasil.

    Uma empregada doméstica (afrodescendente) colocou um ovo cosido quente na mão de seu filho, um garoto de aproximadamente 8 anos de idade, em razão de o mesmo ter furtado um brinquedo em uma loja.

    A criança, com a mão queimada, urrou de dor tão alto que os vizinhos chamaram a polícia e todos foram parar na delegacia.

    A mãe da criança disse ao delegado que havia tomado essa atitude para corrigir o filho definitivamente e, com isso, estava protegendo a vida dele, pois, se continuasse a roubar, jamais faria 20 anos de idade e morreria de tiros dados pela própria polícia. O delegado a prendeu.

    A notícia saiu no jornal no dia seguinte. Enorme número de pessoas cercaram a delegacia a favor da mulher, que acabou solta.

    A última notícia do menino é que se formou em medicina. Graças a ação enérgica de sua mãe que soube usar um ovo quente.

    Em Portugal há uma máxima …”pata de galinha não mata pinto”.

    Muito lúcido o artigo e o comentário do Francisco Vieira.

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