
Poemas & Canções
O crítico literário e de arte, professor de literatura, tradutor e poeta Manuel Carneiro de Sousa Bandeira Filho (1866-1968), conhecido como Manuel Bandeira, no poema “Boda Espiritual”, mostra toda a intensidade do amor verdadeiro.
Tu não estás comigo em momentos escassos:
No pensamento meu, amor, tu vives nua
– Toda nua, pudica e bela, nos meus braços.
O teu ombro no meu, ávido, se insinua.
Pende a tua cabeça. Eu amacio-a…afago-a
Ah, como a minha mão treme…Como ela é tua…
Põe no teu rosto o gozo uma expressão de mágoa.
O teu corpo crispado alucina. De escorço
O vejo estremecer como uma sombra nágua.
Gemes quase a chorar. Súplicas com esforço.
E para amortecer teu ardente desejo
Estendo longamente a mão pelo teu dorso…
Tua boca sem voz implora em um arquejo.
Eu te estreito cada vez mais, e espio absorto
A maravilha astral dessa nudez sem pejo…
E te amo como se ama um passarinho morto.
Assim como Manuel Bandeira era, e eu também sou nordestino, para nós, seria mais proveitoso se fosse: Bode Carnal ou Bode Carnudo!
É muita petulância querer republicar algo ao lado do grande poeta Manoel Bandeira. Mas como ele, eu também tive uma musa que perturbava meus sonhos. O resultado foi esse espasmo poético:
Queria ver-te nua, nua, inteiramente nua,
Não por erotismo, embora assim pareça,
Mas para que em teu corpo não exista
Um só milímetro que eu não conheça.
Queria em teus seios macios tocar,
E no teu corpo o meu aquecer;
Queria ter-te, sôfrega, a exsudar
O suor quente do lascivo prazer.
Queria ser louco por ti, te amar,
Ser parte do teu próprio ser;
Queria, enfim, de todo me dar,
Morrer em mim, em ti renascer!
Seria o nome dessa visita, Sâmia ou Súcubo?
Cuidado para não desidratar; vivemos em um país tropical, abençoado por Satã, e ridículo por natureza!
Bah, Sapo, deves ter “namorado” todas do banhado, eim?!
As sapinhas não devem ter resistido às tuas palavras, convenhamos.
Falando sério:
jamais consegui fazer uma poesia sequer na minha vida!
Não faz parte de mim escrever dessa forma, que encanta homens e mulheres, ainda mais as lascivas.
Posso até postá-las em texto, mas em poema, nunca!
Logo, o meu aplauso porque muito bem feita a tua poesia, retratando o desejo do homem pela mulher com a devida sensualidade desse encontro íntimo, desse erotismo, que se deve ter pelo corpo da mulher amada como se fosse um altar, onde os corpos unidos homenageariam não o sexo simplesmente, mas a vida, o amor!
Abraço.
saúde e paz.
Sua prosa é mais que poesia.
Obrigado.
AUTOPSICOGRAFIA
O poeta é um fingidor
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.
Fernando Pessoa
Fernando Pessoa, grandioso!
Sapo poeta ! Isto sim. Gostei de sua poesia!