O empreendedorismo no setor público é um desafio que se pode vencer

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Ilustração reproduzida do Google

José Luís C. Zamith

Roberto Medina, criador do @Rock in Rio e um dos maiores empreendedores da história do Brasil, há cerca de uma semana, me disse o seguinte: “O caminho em direção ao novo, no início, é solitário. Estamos vivendo um momento em que a nova geração está com medo de arriscar e o novo traz embutido uma dose de risco, que temos que correr, se queremos criar um atalho para o futuro”.

A afirmação ficou em minha cabeça porque, indiretamente, o que ele disse corroborava com o modelo de gestão e a forma como conduzo a Secretaria de Estado da Casa Civil, contribuindo com o governador. Mas também permaneceu como um certo incômodo, pois acredito que um ambiente criativo e empreendedor instituído na esfera pública não deve depender apenas da pessoa que está no comando, mas precisa, de certa forma, ser perpetuado. E, para isso, precisa da participação de todos.

AMBIENTE FAVORÁVEL – No setor privado, o inibidor do risco é o medo de perder o emprego. Já no setor público, a “segurança” da estabilidade se apresenta como uma barreira. Por isso foi necessário criar um ambiente favorável por meio da liderança, para que os funcionários se sentissem à vontade em sugerir novas ideias. Contagiando pelo exemplo, mas, ao mesmo tempo, não permitindo que o barco ficasse à deriva em consequência de iniciativas desconexas e isoladas, fora do nosso contexto de trabalho, e assim evitando jogar dinheiro pelo ralo, ou “fazer água”, como se diz no jargão naval.

Desde que iniciamos a transição de governo, venho testando o “medo de arriscar” de meu time. Procuro mantê-lo alinhado e desafiado a transformar em realidade o que penso. Existem momentos cruciais em que você deixa de ser um lobo solitário e passa a ter uma matilha de loucos que começam a compartilhar com você ‘aquilo que se espera e onde se quer chegar’. Acredito que estamos em um destes momentos. Talvez eu devesse tirar um pouco o pé do acelerador, mas o Rio não pode esperar!

Apresentei vários projetos que, num primeiro momento foram rechaçados como impossíveis devido ao timing, às condições da máquina, às pessoas, à falta de recursos, à cultura, mas hoje, posso dizer que recuei em muito poucos. Isso não significa que recuar seja demérito e nem que as ideias não precisem de alterações ao longo do processo. Contudo, a quantidade de iniciativas e mudanças tornadas realidade e a maneira como cada colaborador da minha equipe assimilou a missão e fez acontecer é assustadoramente gratificante. Temos feito muito com quase nada e em pouco tempo.

FAZER O CLIMA – Tudo isso para dizer que acredito piamente no clima organizacional. Alegria, franqueza, humildade e diálogo constroem uma aproximação entre todos, e mesmo a distância dos cargos não impede a troca e a derrubada das barreiras. As pessoas vão ganhando confiança e começam a compartilhar com você a mesma loucura de desafiar o status quo e ajudar no processo de recuperação do estado.

Por último, um exemplo. Há algumas semanas fui procurado por três servidoras do meu time que gostariam de me apresentar um projeto: o Guanabara Sustentável. Elas já haviam articulado diversas reuniões e já tinham convicção e maturação suficientes para “vender” o projeto e me cooptar na empreitada. Conseguiram.

Transformamos o esboço de uma iniciativa limitada em projeto piloto de estado e, mais ainda, conseguimos a parceria do Rock in Rio e já temos uma data de lançamento agendada:17 de outubro. Agora, é correr para fazer acontecer e transformar em realidade várias medidas de sustentabilidade, redução de custos, otimização de recursos e qualidade de vida para um universo que recebe duas mil pessoas por dia e possui custos elevadíssimos de operação e manutenção – o complexo do Palácio Guanabara.

E isto é só o começo!

José Luís Cardoso Zamith é Secretário da Casa Civil e Governança do Estado do Rio de Janeiro

3 thoughts on “O empreendedorismo no setor público é um desafio que se pode vencer

  1. Quinta -feira o cabo Leonardo Oliveira dos Santos estava no acostamento da RJ-104 ao lado do carro patrulhando esta perigosa área e dando proteção aos que por lá passavam, inclusive eu. De forma terrorista passou um bonde de assassinos e o abateu com um tiro na cabeça. Sem tiroteio.
    A mídia nem bola deu.
    Será que é porque ele era um PM negro e defendia a sociedade e mostrar isso vai contra o discurso do nós contra eles?
    A verdade é que a mídia está cgdo e andando para a segurança pública. Só se interessa em derrubar qualquer governo (seja Bolsonaro, Dória ou Witzel ) que não seja ideologicamente alinhado com seus interesses comerciais. Daí o mimimismo recorrente e entediante.
    Mas….apesar de você, mídia, amanhã há de ser outro dia….

  2. Detro, Detran, Coderte, ……

    Já foram saneadas ou continuam nas mãos de políticos?

    Interessante que NENHUM jornalista investigativo sabe o caminho da Av. pres. Vargas ou do mercado das flores.

    É só ficar na porta olhando o movimento.

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