O crítico literário, tradutor, ficcionista e poeta gaúcho Luís Carlos Verzoni Nejar viu o vento lavar as pedras, as noites e as águas no poema “Pedra-Vento’, inclusive, vento lavou até o vento, mas ficaram as palavras.
PEDRA-VENTO
Carlos Nejar
O vento lavou as pedras,
mas ficaram as palavras.
O vento lavou as pedras
com sabor de madrugada.
mas ficaram as palavras.
O vento lavou as pedras
com sabor de madrugada.
O vento lavou as noites,
mas ficaram as estrelas.
O vento lavou a noite
com água límpida e mansa.
Mas não lavou a salsugem.
O vento lavou as águas,
mas não lavou a inocência
que amadurece nas águas.
O vento lavou o vento.
(Colaboração enviada por Paulo Peres – site Poemas & Canções