Segue o entreguismo e a Petrobras anuncia venda de mais quatro unidades

Deu na Folha     /    Charge de Alexandre Beck

A Petrobras divulgou nesta sexta (13) os prospectos de venda das últimas quatro refinarias incluídas em seu plano de desinvestimentos, que prevê o repasse de cerca de 50% da capacidade nacional de refino a empresas privadas.  O pacote inclui a Refinaria Gabriel Passos, em Betim (MG), a única unidade da região Sudeste que será oferecida pela estatal – as quatro localizadas em São Paulo e a Refinaria Duque de Caxias (Reduc), no Rio, ficarão com a empresa.

Com a Regap, a estatal venderá 720 quilômetros de dutos, que ligam o terminal de recebimento de petróleo na Baía de Guanabara à refinaria. “Essa transação transformará o mercado de derivados de petróleo no Brasil”, escreveu a empresa, no prospecto de venda.

TAMBÉM À VENDA – As outras refinarias do pacote são a Issac Sabá (Reman), em Manaus, a fábrica de lubrificantes Lubnor, no Ceará, e a unidade de industrialização de xisto do Paraná. A maior delas é a de Manaus, com capacidade para processar 46 mil barris por dia e responsabilidade de abastecer regiões mais remotas do país.

Em junho, a Petrobras lançou os primeiros quatro prospectos de vendas de refinarias, incluindo no pacote as de maior porte: Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco, Landulpho Alves (Rlam), na Bahia, Presidente Getúlio Vargas (Repar), no Paraná, e Alberto Passos (Refap), no Rio Grande do Sul.

As oito unidades à venda podem processar 1,1 milhão de barris por dia, metade da capacidade nacional de refino. A empresa está vendendo também a infraestrutura logística associada aos ativos. Nos prospectos, diz que se trata de “oportunidade única para acessar o mercado brasileiro de produtos derivados de petróleo”.

COMPRADORES – O primeiro pacote atraiu interesse de tradings internacionais de combustíveis, petroleiras chinesas e da Raízen, parceria entre a Shell e a Cosan para este mercado. O processo, porém, ainda não entrou na fase de propostas firmes pelos ativos.

No setor, há dúvidas sobre a possibilidade de venda das refinarias, já que o mercado brasileiro tem histórico de intervenções nos preços dos combustíveis em momentos de alta do câmbio e do petróleo. Em 2018, por exemplo, o governo Michel Temer criou uma subvenção ao diesel para encerrar a greve dos caminhoneiros. Em abril, diante do risco de nova greve, o presidente Jair Bolsonaro determinou que a Petrobras recuasse em aumento no preço do produto.

DIZ A EMPRESA – “O Brasil é o sétimo maior consumidor de derivados e o décimo maior produtor de petróleo do mundo, e seu mercado de derivados de petróleo está projetado para crescer acima da média do crescimento mundial”, defende, nos prospectos, a Petrobras.

A estatal diz que precisa reduzir suas dívidas e focar no desenvolvimento da exploração do pré-sal. O governo defende a venda de refinarias como uma medida para implantar maior competição no mercado brasileiro de combustíveis – hoje, a Petrobras é dona de 98% da capacidade de refino.

PRAZO FATAL – Em junho, a Petrobras e o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) assinaram acordo estabelecendo prazo para a venda de refinarias até o fim de 2020, em troca da suspensão de investigações sobre abuso de poder econômico no mercado.

O acordo foi considerado positivo para a empresa – que já havia anunciado o interesse em reduzir sua fatia neste segmento –, mas criticado por concorrentes, que acusam a Petrobras de manter práticas anticompetitivas mesmo após a suspensão das investigações.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Com aval dos militares, Paulo Guedes vai vender o que resta da economia brasileira, cobrando preços de promoção – apenas 30 dinheiros. E as justificativas são grotescas. Só idiota vendem refinarias de primeira qualidade e altamente lucrativas como as da Petrobras. (C.N.)

12 thoughts on “Segue o entreguismo e a Petrobras anuncia venda de mais quatro unidades

  1. Boa noite , leitores (as):

    Ao Deu na Folha / Charge de Alexandre Beck e Senhor Carlos Newton , moro em Manaus e sou marítimo , vários poços de petróleo foram privatizados e dados literalmente de graça aqui no Estado do Amazonas , mas nenhum empresário quer ou quis investir em dutos para escoar o petróleo da mata e estão devolvendo os poços , sendo que só existem três ou quatro países no mundo tem esse tipo de petróleo .

  2. Boa noite , leitores (as):

    Adendo :
    O petróleo extraído na região Amazônica é levado para o Estado do Rio de Janeiro , lavado , depurado , semi – manufaturado e exportado para o mundo á preço de banana como matéria prima , e volta para o Brasil e para a indústria ” farmacêutica e têxtil ” , a preço de ouro.

  3. Gzuis, vcs insistem nesse modelo desenvolvimentista bocó que só trouxe atrasos ao Brasil. Aprendam uma coisa de uma vez por todas, estatais só servem para cabides de emprego e para os políticos roubarem. É isso.

  4. Carlos Marchi (via Facebok)

    Bolso quer implantar a CPMF, mas não quer parecer que quer implantar a CPMF.

    Tudo começou quando ele perguntou pro Posto Ipiranga: “Como é que a gente sai dessa merda?”

    Bolso simplifica. Ele não sabe o que é déficit público. E muito menos como resolve-lo.

    Não faz a menor ideia de como virar o disco e promover o desenvolvimento.

    Nem desconfia do que o governo pode e/ou deve fazer para combater o desemprego.

    Ele simplifica ao reunir esses problemas todos dentro da expressão “sair dessa merda”.

    O Posto Ipiranga não tinha nenhum plano, nenhum projeto, nenhuma ideia para “sair dessa merda”.

    Mas disse pra Bolso que só tinha um jeito de o governo se salvar – aprovar a CPMF.

    Bolso empalideceu: “Pô, tá querendo me phoder?” O Posto Ipiranga rebateu: “Não, tô querendo te salvar.”

    Bolso não entende nada de economia mas sabe que a tábua da salvação é altamente impopular. É resgatar a CPMF e cair na boca do sapo.

    Então o brilhante Bolso articulou um plano: declara publicamente que é contra a CPMF. Demite quem apoia-la.

    Não vai pedir a nenhum deputado ou senador pra votar a favor da CPMF.

    Mas in pectore acalenta a enorme esperança de que o milagre se faça: o Congresso se suicide e aprove sozinho a CPMF.

    Afinal, esta é a única maneira de sair dessa merda.

  5. Tem mais é que privatizar mesmo, conheço funcionário da Petrobrás que deve estar pelos 25.000 e só vai trabalhar 3 vezes por semana. Será que esse cabidismode de emprego não é um fator que agrega nós termos os combustíveis MAIS CAROS dentre todas as nações produtoras de petróleo? É isso mesmo! Elles sempre justificam que os nossos preços estão alinhados internacionalmente, mas, alinhados com Alemanha, França, Reino Unido, Portugal, Espanha, Itália, etc… nações que não produzem UMA GOTA de petróleo !!! Comparemos nossos preços de combustíveis com os países da OPEP – Argélia, Angola, Equador, Irã, Iraque, Kuwait, Líbia, Nigéria, Catar, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Venezuela. Resumindo, é o povo brasileiro sustentando a estrutura que nos comanda e seus “funcionários” satélites, todos vivendo no País das Maravilhas, graças a miséria desse mesmo povo que paga tudo absurdamente caro graças a uma absurda carga tributária que já nem mais consegue sustentar o sistema que se instaurou. E pensam em CPMF…

    • Sylvio Rocha,
      desde que foi quebrado o monopólio da Petrobras e colocadas ações em NY para venda, ela segue os preços internacionais (para que investidores sejam bem remunerados). Isso não acontece nos países citados, porque elas são estatais e não seguem tais preços internacionais. Por exemplo, hoje, mesmo com a paridade dos preços internacionais, o preço da gasolina na refinaria é em torno de 2 reais. Como grande parte do petróleo é extraído com um custo de uns 7, 8 dólares por barril, então o valor de custo é bem abaixo desse valor de venda na refinaria que citei acima.
      Também há o problema do etanol. Se o preço da gasolina diminuir muito, a indústria alcooleira quebra.
      Além disso, há os impostos e outros custos que encarecem o produto. Resumindo do preço final: Realização Petrobras = 29%, ICMS = 30%, CIDE + PIS + PASEP = 16%, Custo etanol anidro = 13%, distribuição e revenda = 12%.
      Para ter uma ideia, o preço de realização nas refinarias dos EUA é maior que nas refinarias daqui, mas o preço final é menor, porque os impostos e demais custos são menores lá.
      Portanto, não são os salários dos funcionários, os responsáveis pelo preço dos derivados, como a gasolina, aqui no Brasil. A privatização, com venda para empresas estrangeiras poderá aumentar os preços não diminuí-los.

  6. São empresas lucrativas e estratégicas, se as refinarias pararem de produzir, trava o país.
    É um governo vendilhão da pátria. E, se um futuro governo quiser retomar essas empresas. os países que essas empresas pertencem, não vão admitir. A história entre nações mostra isso.
    Por muito menos: por criar a lei de Remessa de Lucros, foi o estopim para João Goulart ser deposto. O primeiro ato do Castelo Branco ao assumir o governo foi revogar a lei de Remessa de Lucros.
    O que estão fazendo com o Brasil, é torna-lo totalmente dependente das multinacionais.
    No Brasil, um governo não pode defender os interesses nacionais e querer fazer a nossa independência, o contrário pode.

  7. Sr Jacob,
    Goulart caiu porque o inflação era muito alta e a Economia ( sempre a Economia) não ia bem.
    O Regime Militar ( Figueiredo) acabou porque a Economia entrou em crise.
    Dilma caiu, porque a Economia entrou em depressão pesada ( e não saiu até agora).

  8. Caro Vitor,
    A inflação de todos os governos após a ditadura foram altas, tanto que o o FHC pegou uma inflação de 1000% ao ano. Era comum ir ao supermercado de manhã ver as mercadorias com um preço e a tarde com outro preço majorado. Inflação nunca foi motivo para depor um presidente.
    A verdade é que o horror que a cúpula militar da época tinha pelo Jango era tão grande, que não queriam que ele nem tomasse posse.
    Um abraço, saúde e paz.

  9. E não é só isso não. Em reportagem o representante dos fiscais da Receita disse que Bolsonaro demitiu o chefe da fiscalização do Porto de Itaguaí por causa da atuação implacável dele aos milicianos que mandam nas transportadora que trabalham no Porto. Vai trazer um fiscal do Nordeste “alinhado” às ideias do Bolsonaro.

    O Brasil está sendo comandado por um bandido da maior periculosidade.

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