
Campos diz que não é “Maria vai com as outras” e agirá dentro da lei
Daniel Weterman
Estadão
A pandemia de covid-19 é a justificativa do presidente do Conselho de Ética do Senado, Jayme Campos (DEM-MT), para não levar adiante processo contra senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ). Após a prisão do ex-assessor do senador, Fabrício Queiroz, partidos de oposição pressionam para que ele dê andamento ao pedido de apuração, parado desde fevereiro, e que pode resultar na cassação do mandato do filho do presidente.
“Eu não sou Maria vai com as outras. Eu sou independente e vou agir dentro da forma da lei. Em um assunto que está mexendo na vida da pessoa, não se pode de forma intempestiva e irresponsável tomar uma decisão como essa”, afirmou Jayme Campos em entrevista ao Estadão/Broadcast.
Por que a representação contra o senador Flávio Bolsonaro está parada?
Na medida em que representação foi feita, protocolei como presidente imediatamente e requeri ao advogado-geral do Senado o parecer. Infelizmente, aconteceu essa pandemia, houve esse interregno e fechou o Senado. O conselho ficou impossibilitado de analisar não só essa denúncia, mas as outras que tramitam. Depois dessa representação, os partidos fizeram um adendo e a Advocacia está fazendo um relatório relacionando os dois assuntos.
A análise só vai ser feita com o retorno dos trabalhos presenciais?
Esse assunto tem que ser tratado de forma presencial. Estamos aguardando. A informação que eu tenho é que há pretensão de reabrir os trabalhos do Senado no dia 15 de julho. Agora, quem garante que vai reabrir? Regimentalmente, não tem prazo estipulado para o parecer da Advocacia. Eu imagino que, no máximo, não passa de 10 ou 15 dias. É um prazo bastante razoável.
A prisão de Fabrício Queiroz aumentou a pressão para a análise. A discussão ficou mais urgente?
Todo mundo tem direito à ampla defesa. Nós vamos agir dentro da forma da lei, respeitando o regimento interno e a Constituição Federal. Sob pressão, eu não trabalho. Eu sou muito independente. Eu faço tudo com a minha consciência. Eu não sou ‘Maria vai com as outras’. Em um assunto que está mexendo na vida da pessoa, não se pode de forma intempestiva e irresponsável tomar uma decisão como essa. Não vai ser nada jogado debaixo do tapete. Eu tenho consciência da minha responsabilidade. Vou tomar a decisão que eu achar que é a verdade, nada exacerbadamente e aceleradamente.
Mas há elementos para a abertura do processo no Senado?
Mediante a argumentação que vir do parecer da Advocacia-Geral do Senado é que eu vou saber se há elementos suficientes para prosseguimento da representação. Se não me convencer o parecer da Advocacia do Senado, obviamente tenho minha assessoria jurídica e eventualmente vou fazer o contraditório.
Geralmente, há uma resistência de senadores em cassar um parlamentar, um certo corporativismo. Isso influencia?
Eu nunca participei disso. Já fui senador, estou no segundo mandato, fui governador e três vezes prefeito. Já estou velho para isso. Estou com quase 70 anos, sou independente, vivo dos meus negócios e não dependo da política.
Coronavirus ou CoronDavirus Alcalombra, já comprado por Jair Bolsonaro!
As comissões de ética da câmara e do senado deveriam ser eleitas pelos eleitores e não pelos próprios!
Já tem comissões nas duas casas? Se tem no senado, deveriam encaminhar caso Alcolumbre para ela!
Fallavena
Será que eu posso emitir qualquer pensamento aqui? Será? Vou me conter. AH PAÍS VAGABUNDO.
Agora, com toda certeza, pois a Comissão de Ética tem rito que exige reunião presencial. O que o Presidente pode fazer é recepcionar e suspender até o retorno das atividades presenciais.
Mas as bolsonaretes dizem que o Coronavírus é uma farsa para derrubar o “mito”!
Muito bem, senador Jaime Campos! Não se acomode nem se acanhe . faça o que tem que ser feito. cumpra com seu dever.