
A Deutsche Post cresceu e já comprou a multinacional DHL
Deu na DW Brasil
A venda dos Correios do Brasil à iniciativa privada é prioridade do programa de desestatização de Bolsonaro. Na Alemanha, o processo começou na década de 1990, de forma escalonada e sob proteção do governo durante transição.
A Alemanha passou por um debate parecido na década de 1990, quando o então chamado Deutsche Bundespost, ex-estatal do setor de correspondência, começou a ser privatizado, em um processo que levou mais de uma década. A venda foi dividida em fases e acompanhada de uma liberalização regulada do mercado, para garantir que a empresa se tornasse competitiva e que a oferta dos serviços fosse mantida em todo o país.
459 MIL EMPREGADOS – A empresa alemã, que após o início do processo de privatização passou a se chamar Deutsche Post, herdou a estrutura de uma estatal do setor de correspondência criada em 1871, durante o Império Alemão. Em 1985, tinha 459 mil funcionários, era uma das maiores empregadoras da Alemanha Ocidental, e atuava nos ramos de entrega de cartas e pacotes, serviços financeiros e telefonia.
Nessa época, o debate sobre o papel do Estado na economia estava especialmente quente na Alemanha. “A primeira discussão era sobre como melhorar o serviço postal, e a segunda era sobre como fazer a empresa dar lucro. Afinal, por que esse serviço deveria continuar dando prejuízo e ser subsidiado por quem paga impostos, se nem tudo era correspondência social e havia muitas cartas comerciais nele?”, afirmou à DW Brasil Thomas Baldry, vice-presidente de relações internacionais do Deutsche Post, funcionário da empresa desde 1995, quando ela ainda era uma estatal.
O governo alemão decidiu, então, que passaria a companhia à iniciativa privada. Primeiro, ela foi dividida em três, uma para cada ramo: correios, serviços financeiros e telefonia.
DEFINIÇÃO DE REGRAS – Em seguida, foram definidas regras para o setor postal e criada uma agência reguladora para coordenar e supervisionar o mercado e garantir, por exemplo, que todas as cidades seriam atendidas. Por último, decidiu-se o modelo de privatização: em vez de vender toda a companhia de uma vez, em leilão, a opção foi vender a empresa em fases, por meio da abertura de capital.
“Ficou claro que não dava para apenas vender o Deutsche Post para alguém e nem de uma só vez, pois isso era politicamente delicado, e a empresa era muito grande, mas que a melhor opção era abri-la para o mercado de capitais, de forma escalonada”, afirma Baldry.
VENDA ESCALONADA – Em 1999, o governo vendeu 50% das ações do Deutsche Post para um banco público, o KfW, e no ano seguinte um lote com 29% das ações foi oferecido a investidores, e arrecadou 6,6 bilhões de euros (29,9 bilhões de reais). Até 2005, o governo vendeu todas as suas ações remanescentes ao KfW, que, por sua vez, as ofereceu em fases para investidores no mercado de capitais – o lote mais recente foi vendido em 2012. Hoje, apenas 20,5% das ações da companhia ainda pertencem ao banco estatal de desenvolvimento.
A quebra do monopólio da empresa sobre o serviço postal também se deu em fases e só foi concluída em 2007, sete anos após o início da abertura de capital. Até julho de 2010, o Deutsche Post também era isento de pagar imposto sobre valor agregado sobre serviços de postagem, benefício encerrado após críticas de concorrentes de outros países e da Comissão Europeia.
VIROU MULTINACIONAL – O Deutsche Post comprou a empresa norte-americana de entregas expressas DHL em 2002, e hoje é uma das maiores companhias de logística do mundo, com cerca de 550 mil empregados em mais de 220 países e receita de 61 bilhões de euros (276 bilhões de reais) em 2018.
A empresa, que hoje se chama Deutsche Post DHL Group, é sediada em Bonn, na Alemanha, mas a maior parte das ações pertence a fundos de investimento baseados em outros países.
CRÍTICAS DOS SINDICATOS – O processo de privatização dos correios alemães não foi unânime e enfrentou a resistência dos sindicatos, que temiam impacto negativo nas condições de trabalho. Um dos sindicatos de trabalhadores da companhia, o DPVKOM, afirmou em nota à DW Brasil que defendeu à época que a empresa continuasse pública, mas eficiente e economicamente viável.
Segundo o DPVKOM, que ajudou a organizar uma greve contra a privatização em 1995, a transformação dos correios em uma empresa privada piorou as condições de trabalho, com aumento da carga horária, uso de contratos de trabalho de tempo parcial e salários diferentes para funcionários que desempenham a mesma função.
CONTRA A PRIVATIZAÇÃO – No Brasil, o sindicato dos funcionários dos Correios também é contra a privatização da estatal, e colocou o tema como um dos motivos da greve realizada e setembro de 2019.
Da mesma forma, a população brasileira é majoritariamente contra a privatização de estatais. Segundo pesquisa Datafolha realizada em 29 e 20 de agosto, 67% são contra a venda dessas empresas no geral, e 25% apoiam. Entre as estatais pesquisadas, os Correios têm 60% são contra, e 33%, a favor. A venda dos Correios divide inclusive aqueles que votaram em Bolsonaro no segundo turno: 47% são contra a privatização, e 46%, a favor.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – A importante matéria foi enviada à TI pelo comentarista Mathias Eartmann, que nos honra com seus artigos sobre economia e sua participação efetiva no blog. Como tem dupla nacionalidade (é brasileiro e alemão), Eartmann costuma mostrar as diferenças entre os dois países, num enfoque sempre positivo. Na Alemanha, a privatização foi escalonado e durou 10 anos. O maior acionista da empresa continua sendo um banco estatal. Aqui no Brasil, Guedes quer privatizar de uma tamancada só… (C.N.)
Aqui tem que ser no grito porque do contrário quem gritará mais alto será o sindicato, interessado apenas em recolher dinheiro dos que fumcionarios que acham que são defendidos, e não são.
Do outro lado tem a população que paga preço altissimo por serviços péssimos.
Portanto, nao há o que pensar. Privatização já.
Jornalista Carlos Newton ( Tribuna da Internet ) – e Comentarista Mathias ( Dw Brasil ) – no Brasil a coisa e bem diferente com certeza – mas com um olha de opinião – e que ótimo que pela liberdade de imprensa e de opinião temos no Brasil a Abi, SJMRJ, OJB e Fenai e bacana emite a credencial carteira identidade para Jornalista / Imprensa no Brasil, Obs podemos em 2020.
Obs. Como citei acima o correto com um olhar de opinião, que e o olhar de liberdade.
Manifeste-se a Grande Grécia !
Na Alemanha, foi privatizada no Brasil são doadas.
É esta diferença que revolta.
Mas, isto ainda é muito pouco pois necessitamos de mais; muito mais ainda.
Só pra lembrar, também é vagabundo quem acredita que esse vagabundo é patriota:
AL GORE: “Estou preocupado com a Amazônia”
MILICIANO: “Quero explorar os recursos da Amazônia com os EUA”
AL GORE: ???? “Não entendi o que você quer dizer”
As viagens q o CONDENADO fez foram pra isso: VENDER A AMAZÔNIA.
https://twitter.com/GCasaroes/status/1297923397012389890