
Assessor de Bolsonaro, Tercio Tomaz é coordenador do “Gabinete do Ódio”
Vera Magalhães
Estadão
O medo ronda o bolsonarismo. Diferentemente de outras vezes em que foi exposta a rede de destruição de reputações, disseminação de notícias falsas e de desinformação e conclamação de atos antidemocráticos por meio das redes sociais e WhatsApp, um silêncio acovardado, seguido de alguns muxoxos só para constar, foi a tônica das reações à ofensiva do Facebook (e do Instagram, por extensão) contra essas práticas.
Não é à toa a mudança de tom. Desta vez, foi uma gigante das mídias digitais, contra a qual não adianta nada vociferar bobagens como “comunista!”, “globalista!”, “bancada pelo George Soros!” que tomou a iniciativa de investigar o uso de plataforma pelo que chamou de perfis ou páginas inautênticos.
LIGAÇÕES PERIGOSAS – E foi essa auditoria, independente e levada a cabo pelo Atlantic Council, que ligou diretamente as práticas de disseminação de conteúdo falso à Presidência da República e a assessores lotados em gabinetes no Congresso e em Assembleias Legislativas. Portanto, funcionários públicos.
Há outro aspecto importantíssimo revelado pelo relatório que resultou no banimento de dezenas de perfis e páginas nas duas redes sociais. O gasto milionário para impulsionar esses conteúdos. Mais especificamente de US$ 1,5 milhão. E é aí que a ligação com o que já vem sendo apurado pelo Supremo Tribunal Federal e a CPMI das Fake News pode complicar a vida de Jair Bolsonaro.
São dois os inquéritos do STF que têm pontos de contato com o pente-fino levado a cabo pelo Facebook: o das fake news e o dos atos golpistas, ambos relatados por Alexandre de Moraes.
QUEM PATROCINOU? – Se com os dados que o Facebook será instado a compartilhar com o inquérito e a CPMI constar a chave para traçar o caminho desses impulsionamentos, mostrando quem bancou os tais perfis inautênticos e por quanto tempo, será possível cotejar a lista dos financiadores com a dos empresários que custearam os atos e o conteúdo que foi impulsionado com as fake news contra ministros do STF investigadas no outro feito.
A CPMI também já solicitou à empresa o compartilhamento das informações. Assim, será possível comparar o que existe ali contra assessores do deputado Eduardo Bolsonaro e de outros que já foram mencionados pela deputada Joice Hasselmann, por exemplo.
A investigação do Facebook atestou a existência do gabinete do ódio na sala contígua à de Bolsonaro, comandado pelo assessor especial da Presidência Tercio Arnaud Tomaz, responsável por uma série de páginas e perfis derrubados nas duas redes.
ASSESSOR DA PRESIDÊNCIA – Tercio foi assessor de Jair e Carlos Bolsonaro antes de atuar na campanha e, de lá, ser nomeado para a Presidência.
Diante de insistentes pedidos de informações da imprensa a respeito de suas atividades, as respostas dos ministros são sempre vagas.
Seria responsável pelas redes sociais do presidente, mas não se sabe exatamente que expediente cumpre, e se usa o horário de trabalho para alimentar as páginas agora banidas, que, como informou o Facebook, se dedicavam, entre outras atividades, a atacar instituições, a imprensa e jornalistas.
CRUZAR INFORMAÇÕES – Os relatórios do Facebook podem conter IPs usados para as postagens e mostrar se eles coincidem com computadores do Planalto ou do Congresso em postagens para convocar atos golpistas, atacar adversários e outros Poderes e disseminar desinformação, inclusive a respeito da pandemia, como apontou a auditoria.
Se a investigação do Facebook contiver ainda dados a respeito de impulsionamentos desse tipo durante a campanha eleitoral, ela pode alimentar outra: a dos disparos ilegais de mensagens pela campanha de Bolsonaro que corre no Tribunal Superior Eleitoral, também com suspeita de participação de empresários.
O caminho para seguir o dinheiro está dado.
As fontes mais prováveis são: Ultradireita Internacional e Milícias Cariocas!
E a Cia, o FBI… quanta besteira.
Não é mais MBL, agora a nova sigla. MBTL
Por onde anda o Pavão Misterioso? 🙂
Carlos Marchi (via Facebook)
Ninguém engana mais ninguém.
O “governo” fabrica mais uma crise, das muitas que criou e cevou para encobrir sua própria falência.
É óbvio que a fala de Gilmar Mendes pretendia proteger a instituição forças armadas, não insulta-la ou ataca-la.
É óbvio que ele não disse que as forças armadas haviam se associado a um genocídio; ele disse “estão se associando”.
Estarão se associando SE SE MANTIVEREM no comando do Ministério da Saúde sem entenderem nada de saúde.
É um genocídio? Sem dúvida. Desde que Cabral chegou aqui, nenhuma ocasião, nenhum fenômeno matou tantos brasileiros em sequência.
A Guerra da Tríplice Aliança matou em torno de 50 mil brasileiros – a maioria por cólera, não pela guerra em si.
Então, a pandemia de Covid-19 é o maior genocídio da História do Brasil.
Em vez de enfrentar a pandemia com cientistas e médicos, o “governo” dá um abraço de afogado nas forças armadas.
E fabrica crises artificiais para encobrir o seu rotundo e trágico fracasso.
A esta altura, ninguém mais se engana com essa malandragem. Só os bobos.
Não cabe a Gilmar Mendes fazer comentário algum sobre a situação política do país. Ministros do STF devem manter o recato legal e guardar suas opiniões para os autos conforme a lei.
Sugestão de vossa eliminação a seguir.
Cai quando a peça?
E por gentileza, leva esses três trombadinhas de volta pra Rio das Pedras.
Pronto cabô!
Priximo!
Cordialmente.
É triste ver que a TI caiu completamente no delírio do tal gabinete do ódio. Bobajada inventada por quem não tem a mínima ideia da realidade que nos cerca.
Nada comove mais o consciente coletivo do que a vitima. A TI (3) é vítima, o negro é vítima, o bandido é vítima. Passar-se por vítima dá status para as mentes narcisas (“Puxa, podia ser comigo”).
Nunca perceberáo que Spielberg, quando nada tem a colocar na trama do filme, põe um cachorro e uma criança: fica mais rico ainda.