
Charge do Ed Carlos Santana (Arquivo Google)
Pedro do Coutto
Parece incrível, mas é verdade. O governo federal possui 637 participações em empresas privadas, como destaca uma reportagem de Manoel Ventura, João Sorima Neto e Leo Branco, em O Globo. Tem-se a impressão que nem o próprio Executivo sabia até ontem dessa teia de aplicações de capital. Em alguns casos certamente não recebia nada em troca dos financiamentos, tampouco levava a sério a situação.
Agora o Ministério da Economia chegou a essa conclusão, a partir do instante em que elaborou a lista de empresas que devem ser transferidas integralmente a empresas particulares.
FORA DA LISTA – Acentua a reportagem que Petrobrás, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal não serão privatizadas, o que, no caso da Petrobrás, deve ser motivo para uma decepção por parte de seu atual presidente, Roberto Castelo Branco. Isso porque, por várias vezes, ele se mostrou favorável a desestatização da maior empresa brasileira.
Portanto, Castelo Branco não tinha nem tem a intenção de desenvolver e expandir os vários setores da estatal. Ele desejava transferir o comando a grandes empresas que pudessem e se interessarem pela transferência. Revelou, portanto, que o comando da Petrobrás não emocionava de fato e assim tal falta de sintonia com o quadro técnico deixa de ser um fator construtivo para se transformar em um impasse.
Isso porque o êxito de administrações exige um esforço conjunto dos dirigentes de qualquer empresa e também do entusiasmo de seus dirigentes têm de transmitir aos quadros técnicos.
CASO DO PRÉ-SAL - Não se pode esquecer que o projeto básico do pré-sal, hoje a maio riqueza da estatal, foi da autoria de um engenheiro da Petrobrás. Sua meta deu margem a investimentos muito bem sucedidos, como comprova o resultado do leilão levado a efeito na semana passada.
De outro lado, de acordo com a matéria de O Globo, a privatização da Eletrobrás deverá ser realizada na fase final do governo Jair Bolsonaro. Inclusive porque depende de lei a ser aprovada pelo Congresso Nacional.
Muitos casos são de participação do BNDESPAR em empreendimentos privados. Isso ocorria quando o corpo técnico do banco estatal acreditava na viabilidade da empresa e em sua importância para a economia nacional, fato que justificaria a participação do banco em empresas privadas.
GRANDE NEGÓCIO – É o caso, por exemplo, das relações entre o BNDES e a JBS. O BNDES, além de financiar o complexo dos irmãos Batista, ainda por cima tem ações do grupo, o que constitui motivo para surpresa uma vez que o banco na mesma proporção de suas ações figura como cobrador de si mesmo. Sem dúvida uma contradição.
Mas o resultado final foi positivo. Segundo o ex-presidente Paulo Rabello de Castro, que ainda não dirigia o BNDES na época no investimento na JBS, foi um dos maiores negócios já feitos pelo banco desde a sua criação.
Não se pode esquecer também que o BNDES, na gestão de Carlos Lessa, evitou que Vale do Rio Doce fosse desnacionalizada e sua sede transferida para o exterior. Mas a contradição maior ainda está no fato de a União não saber de plano sua participação na quase sete centenas de empresas vinculadas.
Quem sabia? Quem tinha conhecimento das falcatruas do PT? O BNDES foi usado para a expansão do Foro de São Paulo. Os traídores da pátria tinham que ser sentenciados a prisão perpétua.
Quanta besteira, todos sabem que o BNDES pegou participação em empresas em troca de financiamento (a empresa dava a garantia em ações). Agora, vem o autor e fala esta porção de besteiras, realmente, com jornalistas assim não vai.