
Tarcísio de Freitas verifica os problemas in loco para dar solução
André Borges e Breno Pires
Estadão
Integrante de um governo ainda sem avanços em temas como o combate ao desemprego ou a melhoria de indicadores na Educação, o ministro Tarcísio de Freitas tem sido elogiado pelo presidente Jair Bolsonaro com uma frequência pouco vista na Esplanada dos Ministérios. No comando da área de Infraestrutura, ele passou a reunir em sua pasta tudo aquilo que Bolsonaro gostaria de encontrar nas outras: entregas de promessas, resultados para festejar nas redes sociais e batidas de martelos em leilões na Bolsa de Valores. Só nos 100 primeiros dias de governo, foram 23 leilões de ativos – incluindo aeroportos, terminais portuários e a ferrovia Norte-Sul –, com previsão de gerar R$ 8 bilhões em investimentos.
Formado pela Academia Militar das Agulhas Negras, com Engenharia Civil pelo Instituto Militar Engenharia (IME), o ministro de 43 anos é descrito como alguém bom de conversas de gabinete e em audiências públicas, mas também faz questão de meter o pé por estradas lamacentas e negociar preço de frete com caminhoneiros. Também ganhou pontos com o chefe ao adotar uma postura mais pragmática em relação a demandas de ambientalistas e de comunidades indígenas que eventualmente cruzam o caminho de projetos de infraestrutura.
TOCA OS PROJETOS – “Fazer algo objetivo, mesmo que seja de sua própria rotina, tem feito toda a diferença num governo tumultuado”, diz o professor Marco Antônio Teixeira, da FGV-SP. “É um ministério que faz o que se espera dele: toca os projetos.”
Diferentemente do que se vê em quase toda a equipe escolhida a dedo por Bolsonaro, Tarcísio é um egresso dos ex-presidentes Dilma Rousseff e Michel Temer. Ele chegou à cúpula do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) em 2011, quando Dilma prometia fazer uma “faxina” no órgão, depois da revelação de esquemas de corrupção. À época, era funcionário de carreira da Controladoria-Geral da União (CGU).
Tarcísio foi o número dois do general Jorge Fraxe, que ocupou o posto de diretor-geral do Dnit com a missão de resgatar a imagem do governo. Em 2014, ele sucederia Fraxe no comando do Dnit.
NO PLANALTO – No governo Temer, atuou na Secretaria Especial do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), no anexo 2 do Palácio do Planalto. Com sua nomeação para comandar toda a área de infraestrutura, Tarcísio passou a ser visto como mais um “superministro” do governo Bolsonaro, somando-se ao time de Paulo Guedes (Economia) e Sérgio Moro (Justiça).
Quando Bolsonaro, ainda em dezembro, pediu uma prévia do que receberia em sua mesa assim que chegasse ao Planalto, Tarcísio usou o trabalho anterior no governo para apresentar um pacote de concessões que estavam engavetados ou com contratos para assinar. “Esse resultado é fruto de trabalho, não nasceu do dia para a noite”, diz Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura. “Ele vem atuando de maneira pragmática. Não era uma pessoa conhecida popularmente e está surpreendendo.”
Servidor de carreira vinculado à consultoria legislativa da Câmara, a indicação de seu nome para Bolsonaro não foi defendida apenas pelos amigos de caserna e generais que estiveram com ele no Haiti, quando chefiava a seção de engenharia da missão de paz da ONU. Tarcísio também seria elogiado por membros do Tribunal de Contas da União, que ele próprio gosta de criticar.
VISITA AO TCU – Em dezembro, Bolsonaro fez uma visita ao tribunal. Teve uma conversa com os ministros, entre eles, o decano da Corte, Walton Alencar Rodrigues. Na conversa, Walton sublinhou o trabalho de Tarcísio e de seu parceiro na condução das concessões do PPI, Adalberto Vasconcelos. Ambos vinham liderando os projetos e o cronograma dos leilões.
Bolsonaro ouviu com atenção e guardou os nomes. Pesou ainda o fato de Tarcísio ter currículo militar. Adalberto, por seu lado, já tinha atuado como auditor do TCU e tinha trânsito com os militares alçados para liderar a transição do governo. A aprovação de seu nome pelo setor privado foi decisiva.
Os elogios feitos até agora, porém, não garantem uma unanimidade. Na área ambiental, ele é visto como alguém impaciente e capaz de “tratorar” qualquer um que não concorde com suas propostas. Dentro do TCU, muitos técnicos veem uma pressão descrita como exacerbada do ministro para que o órgão libere seus projetos. No ano passado, traços dessa pressão ficaram bem evidentes.
BRIGA NO TCU – Tarcísio, então secretário do PPI, tentava liberar a concessão da Rodovia de Integração do Sul (RIS) – atacado por auditores, que enxergavam irregularidades no edital. Tarcísio, então, acusou a Corte de levantar suspeitas sem apresentar provas. “Os auditores do TCU não são os ‘papas’ do universo. Tem muito absurdo nesse relatório, faz insinuações e não apresenta evidências. Vamos rechaçar. Estamos seguros do que colocamos lá e vamos nisso até o fim”, atacou ele, na época. Ambos acabaram cedendo e os ponteiros se acertaram. A concessão da estrada aconteceu em novembro de 2018, com a assinatura do contrato marcada para este ano.
“É um ministro objetivo, que vai direto ao ponto e que tem uma agenda com começo, meio e fim”, diz o presidente da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), Eduardo Sanovicz.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Depois dos insistentes elogios a Tarcísio de Freitas aqui na TI, feitos em artigos de Willy Sandoval, a imprensa descobriu o ministro, que trabalha no estilo JK e costuma verificar os problemas “in loco”, como fez na época das chuvas que impedem o tráfego na Amazônia. Foi pessoalmente conferir, para dar a solução mais adequada. (C.N.)
Resumidamente. É um tocador de obras. Um engenheiro civil. Quer resultados e tudo pra ontem. Assim que deveria ser sempre!
1) Então, a TI serve de pauta para os jornalões e revistões, como se dizia antigamente. Felicitações TI.
2) Se o citado Ministro segue o estilo JK tem o meu aval, sempre gostei muito de JK, o melhor presidente do Brasil, que fez Brasília e levou o desenvolvimento para o Centro Oeste.
Até que enfim,meu caro! Demonstrou mais isenção. Assim devem ser os bons jornalistas!
Parabéns.
Este governo está necessitando de técnicos com o pensamento cartesiano e práticos, diretos, aversos à políticalia deletéria que contamina o País. Fora os bolinhas e alcolumbres que só atrasam o Brasil.
Estamos aversos aos centrões, pt, psdb, pcdb, pcb, rede, pco, pstu, ongs, cut, msts, mst, une, fube, e demais seitas imundas que só desgraças trouxeram ao povo brasileiro.
Só roubaram, achincalharam, denigriram, saquearam o Estado Brasileiro.
Vemos ainda uma fulana abjeta que viaja às custas do contribuinte brasileiro vociferando besteirol no exterior ou seja, cuspindo no próprio prato. É de doer! Sua chapa está esquentando e qq hora vai, também, ver o sol quadrado.
Há que se registrar que o ajuste fiscal proposto pela presidente Dilma em 2014 foi negado pelo Congresso conservador e golpista, a tal ponto de ficar em débito na votação de três medidas elementares que só foram apreciadas intempestivamente no ano seguinte. E o que eram R$ 18 bilhões de déficit foram logo pra R$ 60 bilhões no final de 2015 e R$ 94 bilhões em 2016, reconhecidos pelo governo, saltando depois do golpe em 2017 para acima de R$ 150 bilhões. Canalhas!!! (três vezes, como bradou Tancredo Neves na contramão ao golpe de 1964). Agora o Guedes pede R$ 200 bilhões! https://www.gazetadopovo.com.br/ideias/chamar-o-legado-petista-de-decada-perdida-e-pouco
Caro Valmor Stédile … Temer conseguiu que o Congresso aprovasse várias iniciativas de Dona Dilma, lembra não???
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Acontece que Mercadante e o PT não aceitaram entregar alguns cargos para os partidos que aprovariam as medidas, lembra não???
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E preferiram medir forças com o MDB, lembra não???
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Abraços.
E eu com isso? Na dúvida acesse http://www.pdt.org.br ou meu face cujo link aparece no nome. Abraços.
Provavelmente, só agora o deixaram ir ver de perto o estrago que as chuvas fazem lá na Amazônia. rs rs rs
Ainda sonho poder defender outros ministros, principalmente na área da Educação. Mas, está difícil.
Outro ministro que se deixasse um pouco a ideologia de lado e se tornasse mais pragmático faria muito melhor seria o Ricardo Salles do Meio Ambiente. Fez um trabalho razoável no Estado de São Paulo com a concretização de vários aterros sanitários, que ainda não seja a melhor opção é sem dúvida muito melhor do que os lixões ainda tão espalhados nos cantos do país. Agora arruma uma briga desnecessária com ambientalistas que queriam fazer um encontro em Salvador. Ele tentou boicotar, ma foi contrariado por um dos principais aliados do governo, ACM neto, que com toda razão bateu o pé e vai realizar o encontro seja ou não do gosto do ministro.
Poderia o ministro Salles aproveitar a oportunidade e elogiar iniciativas privadas com a do fazendeiro de Uberlandia que está promovendo a recuperação de terras degradadas transformando-as em nascentes. Poderia aproveitar a oportunidade e tirar proveito disso, dizendo que o governo apoia iniciativas desse tipo, embora no caso, parece que não houve um tostão de dinheiro público nessa iniciativa.
Eu não sei o que pensam a maioria dos ministros desse governo , mas para mim é claro que a solução para o Brasil virá da soma das soluções de pequenos problemas,a soma e multiplicação dos micros vai acabar resolvendo o problema macro. Cabe nesse caso, o Governo não atrapalhar , sinalizar e incentivar as soluções micros, assim como vem fazendo o ministro Tarcisio de Freitas, que não a toa é o melhor ministro do Governo Bolsonaro. Torçamos para que os outros se espelham nele. Mais trabalho e menos ideologia.