No julgamento, Moraes debocha de general e provoca o Alto Comando

Ficheiro:Estevam Theóphilo em 2021 (3x4).jpg – Wikipédia, a enciclopédia  livre

Gen. Estevam, do Alto Comando, acusado injustamente

Carlos Newton

Relator do caso de tentativa de golpe no Supremo Tribunal Federal TF, o ministro Alexandre de Moraes, durante a sessão nesta terça-feira, ridicularizou o general Estevam Theóphilo, cuja defesa alegou que o oficial foi “desestabilizado psicologicamente” pelo advogado que o interrogou no inquérito.

Reportagem de Maria Clara Matos e Gabriela Boeachat, da CNN, informa que, no julgamento para definir se integrantes do chamado “núcleo 3” se tornariam réus por envolvimento em uma suposta tentativa de golpe de Estado em 2022, o ministro Moraes afirmou não lhe parecer factível que um “general de quatro estrelas” se sinta desestabilizado com o comentário de um delegado.

ALEGOU MORAES – “Primeiro, que não há nenhuma comprovação disso e não me parece crível que um general de quatro estrelas se sentiria desestabilizado psiquicamente com um comentário de delegado da Polícia Federal”, comentou o magistrado, que é relator do processo.

A declaração de Moraes veio após se manifestar a defesa do general Estevam Teófilo, cuja investigação da Polícia Federal (PF) aponta como alguém que teria concordado com a proposta de ruptura institucional após as eleições de 2022.

Moraes não deveria se pronunciar assim, debochando do réu e de seus advogados, que também alegaram “vícios” da corporação policial na fase investigativa, além da falta de acesso ao inquérito.

DOIS INOCENTADOS – Nesta terça-feira, Moraes já se viu obrigado a inocentar o general Nilton Diniz Rodrigues e o coronel da reserva Cleverson Ney Magalhães, admitindo que contra eles não existiam “mínimas provas”. Mas não pediu desculpas pelo constrangimento causado aos oficiais e a suas famílias com o indiciamento, a denúncia e o processo sem a menor justificativa.

Segundo as investigações, o grupo de militares seria responsável pelas ações táticas do suposto plano golpista, incluindo exercer pressão sobre o Alto Comando para aderir ao golpe.

Isso é uma balela, chega a ser ridículo. porque no Exército nem mesmo o comandante consegue fazer pressão sobre o Alto Comando, a instância superior. Em tradução simultânea, o ministro Moraes está delirando.

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P.S. –
A iniciativa de Moraes debochar do oficial de quatro estrelas pegou muito mal no Exército, especialmente porque o general Estevam Theophilo era membro do Alto Comando e todos sabem que não se meteu no golpe, porque participara de todas as reuniões, sempre defendendo que as Forças Armadas não se envolvessem em conspiração contra o então presidente eleito Lula da Silva. Assim, a denúncia contra o general Estevam Theophilo não vale uma moeda de três dólares, e o ministro Moraes ainda fica fazendo gracinhas… (C.N.)