Carlos Chagas
Quarta-feira, a Polícia Civil do Rio de Janeiro acendeu uma pequena luz no túnel da baderna que se misturou às pacíficas manifestações de protesto da população. Foram identificados e presos alguns líderes do grupo “black-bloc” envolvidos em recentes depredações. Através das redes sociais eles vinham estimulando mais vandalismo nos movimentos previstos para amanhã. Espera-se que não sejam postos em liberdade tão cedo, assim como se aguarda a detenção de outros.
Pode ser um bom começo, essa iniciativa dos policiais liderados por José Mariano Beltrane, secretário de Segurança, e Marta Rocha, delegada chefe da Polícia Civil. Um exemplo, para outros estados, apesar das difíceis investigações.
Ignora-se as consequências dessa ação na movimentação de hoje, no Rio e em outras capitais. Quem sabe possa contagiar os manifestantes pacíficos, levando-os a isolar os baderneiros. Talvez até intimide quantos estão dispostos a depredar, invadir e furtar estabelecimentos públicos e privados.
Há inquietação no país inteiro, pela possibilidade de as manifestações se misturarem aos desfiles militares do Sete de Setembro. Apesar de adotadas medidas extraordinárias para garantir a segurança pública, fica evidente a impossibilidade de se controlar a multidão. Os protestos fazem parte do regime democrático, desde que pacíficos, ainda que uns poucos bandidos disponham do poder de alterar o sentimento popular. Resta esperar.
CONFUSÕES JURÍDICAS
Não é apenas o Congresso que se mostra contraditório e indefinido. O Judiciário também. Durante o julgamento do mensalão, concluiu o Supremo Tribunal Federal caber-lhe a prerrogativa de cassar mandatos parlamentares, devendo Câmara e Senado apenas tomar conhecimento das cassações e providenciar a convocação dos suplentes dos cassados.
Ainda há pouco, no julgamento de um senador, a mais alta corte nacional de Justiça entendeu ao contrário: caberia ao Congresso a decisão pela perda do mandato de qualquer de seus integrantes.
Pois não é que esta semana sobrevém nova reviravolta? Ao apreciar o embargo declaratório de um dos réus do mensalão, a unanimidade dos ministros concluiu que são eles quem cassam os mandatos, quando condenam deputados e senadores, suspendendo-lhes os direitos políticos. De novo, a função do Congresso resume-se a tomar conhecimento das sentenças e afastar os condenados por simples ato administrativo das respectivas mesas diretoras. Afinal, que princípio deve prevalecer?
Não param aqui as incongruências jurídicas. Tinha-se como pacífico o raciocínio de que os embargos declaratórios não poderiam modificar sentenças. Serviriam apenas para esclarecer decisões porventura obscuras. Acontece que os dois mais novos ministros do Supremo entenderam diferente e conseguiram convencer os colegas a reduzir penas e multas de dois réus. Alegaram que haviam sido condenados a multas e penas diferentes, quando na realidade praticaram o mesmo crime. Alegaram até que um bagrinho recebeu sentença maior do que um tubarão. Convenhamos, a confusão é geral.
DE NOVO BATENDO DE FRENTE
A Câmara aprovou por unanimidade, esta semana, a emenda constitucional que acaba com o voto secreto em todos os níveis, nas suas decisões. O projeto foi ao Senado e, lá, como anunciou seu presidente, o texto será modificado para tornar o voto aberto obrigatório apenas nos processos de cassação de mandatos. Em outros casos, como a aprovação de embaixadores e ministros dos tribunais superiores, na discussão dos vetos presidenciais e nas eleições para as mesas do Congresso, deve permanecer o voto secreto.
O resultado será a volta do projeto de emenda constitucional à Câmara, para nova votação. Permanecendo a lógica, retornará o texto elaborado pelos deputados.
O diabo é que entre tantas idas e vindas por conta da divergência, o tempo irá passando. Precisamente o que a maioria deseja, no desesperado esforço para manter os mandatos dos mensaleiros com mandato, apesar de já condenados…
Sera que Crlos Chagas tem coragem de chamar de bandidos governantes banqueiros latifudiarios e empresarios que exploracao o povo brasileiro.Gostaria de ve-lo em um trem parado indo para o trabalho chamando o povo de vanda-lo,talves nao conheca o meio de transporte chamado trem.
Sr. Chagas, perfeita sua análise, Sr. Zenobio, o que consegui entender, é que a “baderna e vandalismo é atitude valida”!!. Sr. Zenobio, está corrupção e baderna, é o resultado do “voto obrigatório, a venda dele, por cachaça, churrasco e grana” pelo eleitor, que se contenta com “pão e circo”, mas não protesta pacificamente, não reelegendo os politiqueiros, quando tem a oportunidade de usar em beneficio de todos, o voto obrigatório anti-democrático. O presidente do Senado, renunciante, por sustentar amante com nosso dinheiro, foi reeleito pelos alagoanos, e feito presidente do senado, portanto não estou mentindo; o grande culpado da corrupção: É O ELEITOR QUE ELEGE LADRÃO E BANDIDO, PORTANTO TEM O GOVERNO QUE MERECE.
Reclamar da situação, em primeiro lugar, reclame a SÍ mesmo
Será que estou sofrendo de disfunção cognitiva? Eu entendi que ele disse que os protestos são válidos, DESDE que não descambem para o quebra- quebra…
Eu leio o Tribuna desde 97 por influnecia do marido que lê desde a década de 70. E eu NUNCA li um trecho do Sr. Carlos Chagas, CONTRA O POVO. Eu sempre escrevo aqui que é preciso conhecer a história do jornal antes de jogar qualquer opinião ao vento. Há quem diga que este vandalismo está sendo orquestrado por partidos de “esquerda” pelo menos aqui no RJ, que tencionam o governo do estado.
Carlos, com essa “charge” tu mostra novamente as chagas do teu caráter.
Policial tem que fazer “ploc-ploc” com o cacetete na cabeça daqueles que não aceitam a ditadura do governo e ditadura dos mentirojornalistas?
Se a ditadura militar tivesse usado o cacetete e feito ploc-ploc na tua cabeça talvez o teu caráter não tivesse tantas chagas.