O poeta carioca Augusto Frederico Schmidt (1906-1965) sentia viver um mar de sombras, rico de vida e de harmonia, mas ao mesmo tempo inquieto e desconhecido, que faz nascer a misteriosa música em seus versos.
MAR DESCONHECIDO
Augusto Frederico Schimidt
Sinto viver em mim um mar ignoto,
E ouço, nas horas calmas e serenas,
As águas que murmuram, como em prece,
Estranhas orações intraduzíveis.Ouço também, do mar desconhecido,
Nos instantes inquietos e terríveis,
Dos ventos o guaiar desesperado
E os soluços das ondas agoniadas.
E ouço, nas horas calmas e serenas,
As águas que murmuram, como em prece,
Estranhas orações intraduzíveis.Ouço também, do mar desconhecido,
Nos instantes inquietos e terríveis,
Dos ventos o guaiar desesperado
E os soluços das ondas agoniadas.
Sinto viver em mim um mar de sombras,
Mas tão rico de vida e de harmonias,
Que dele sei nascer a misteriosa
Musica, que se espalha nos meus versos,
Essa música errante como os ventos,
Cujas asas no mar geram tormentas.
(Colaboração enviada por Paulo Peres – site Poemas & Canções