Tereza Cruvinel
(Correio Braziliense)
A viagem de Aécio Neves a Salvador era apenas para visitar o prefeito ACM Neto, mas ele acabou se reunindo também com o presidente do partido, senador José Agripino, e o secretário e ex-deputado José Carlos Aleluia. Aécio quer assegurar logo a aliança que começou em 1994, na primeira eleição de Fernando Henrique. Precisa convencer de sua maior viabilidade eleitoral os democratas empolgados com a candidatura de Campos, como o deputado Ronaldo Caiado, de Goiás.
Endossando a candidatura de ACM Neto a governador da Bahia, Aécio sinaliza aos descontantes, como Caiado, a quem o governador tucano Marconi Perillo negou apoio no passado, que o PSDB está disposto a uma aliança de reciprocidades em 2014. No mais, saudou a dissidência de Campos, dizendo que ele deixa o governo porque já enxerga o fim da era PT e seguiu para Alagoas, para um dos seminários que seu partido está realizando nas capitais, tocando o tambor para reunir a tribo.
TURBULÊNCIAS NO PSB
PSDB e DEM se unem, PT e PMDB devem aparar as arestas. Eduardo Campos, entretanto, enfrentará turbulências internas no PSB. O governador Cid Gomes e o irmão Ciro nunca hesitaram em mudar de partido quando ficaram isolados. Ciro, pelo menos, já passou por PDS, PMDB, PSDB e PPS, do qual saiu para entrar no PSB, quando o partido de Roberto Freire partiu para a oposição a Lula, em 2004.
Decididos a apoiar Dilma, dificilmente ficarão no PSB se a candidatura Campos vingar. O destino mais provável é o Pros, um dos três partidos que estão surgindo. É incerta ainda a reação do PSB do Amapá, liderado pelo senador João Capiberibe e o filho Camilo, governador do estado, que apoiam Dilma. Ou seja, para Campos, por ora, o rompimento trará mais desalinhamentos dos que alianças.