Silvio Caldas, compositor de obras imortais
Paulo Peres
Site Poemas & Canes
O cantor e compositor carioca Slvio Narciso de Figueiredo Caldas (1908-1998), o famoso Slvio Caldas, comps em parceria com Sebastio Fonseca Violes em Funeral, cuja letra retrata o bairro carioca de Vila Isabel, que se fez luto com a morte do compositor Noel Rosa. O samba foi gravado por Slvio Caldas, em 1951, pela Continental.
VIOLES EM FUNERAL
Sebastio Fonseca e Slvio Caldas
Vila Isabel veste luto,
Pelas esquinas escuto,
Violes em funeral
Choram bordes, choram primas,
Soluam todas as rimas,
Numa saudade imortal
Entre as nuvens escondida,
Como de crepe vestida,
A lua fica a chorar
E o pranto que a lua chora,
Goteja, goteja agora,
Nos oitis do boulevard
Adeus cigarra vadia,
Que mesmo em tua agonia,
Cantavas para morrer
Tu vivers na saudade
Da tua grande cidade,
Que no te h de esquecer
Adeus poeta do povo,
Que ressuscitas de novo,
Quando na morte descambas
Sinh, de pele mais clara,
No qual o senhor encarnara,
A alma sonora dos sambas
Meu violo chora tanto,
Soluos e muito pranto,
Sobre o caixo de Noel
Estcio, Matriz, Salgueiro,
Todo o Rio de Janeiro,
Consola Vila Isabel.
Que bela homenagem ao poeta Noel Rosa – o poeta do povo! Foi uma tristeza sem fim, a partida para o outro lado, de Noel Rosa. Parece que vejo o sofrimento do povo da Vila!