EUA mandam recado à América Latina sobre a China e a Rússia

O secretário de Defesa Lloyd J. Austin III conversa com o novo comandante do U.S. Southern Command, o almirante Alvin Holsey

O almirante Holsey precisa combinar com russos e chineses

Marcelo Godoy
Estadão

Um dia depois de a vitória do republicano Donald Trump ser conhecida, em uma cerimônia em Doral, na Flórida, o almirante Alvin Holsey assumiu o U.S. Southern Command, o Comando Sul das Forças Armadas americanas. O primeiro oficial afro-americano no cargo foi escolhido para substituir a primeira mulher que o ocupou, a general Laura Richardson.

A mudança de guarda revelou não apenas a reafirmação do discurso que Richardson fez nos últimos quatro anos. Mas uma ênfase na ideia de sobrevivência, de luta escatológica entre competidores pelo poder global. Holsey tratou em seu discurso à plateia composta principalmente por militares da “competição estratégica” com Rússia e China. “Nossos adversários estabeleceram uma forte presença, colocando em risco a estabilidade da segurança, em toda a América.”

GRANDES AMEAÇAS – De acordo com ele, “a República Popular da China e a Rússia são concorrentes que buscam minar a democracia enquanto ganham poder e influência na região”. Além delas, segundo ele, existem outras ameaças:

“As organizações criminosas transnacionais criam o ambiente permissivo ao minar o estado de direito e interromper funções legítimas do governo”. E incluiu em sua lista “a migração e as mudanças climáticas”. “Democracias erodidas pela segurança alimentar e hídrica”.

Holsey queria se fazer entender pelos seus homens e pelos observadores estrangeiros. Disse: “Entender-me é entender a essência da sobrevivência. Toda manhã na África, uma gazela acorda, ela sabe o que é correr mais rápido que o leão mais rápido ou ser morta.” E concluiu: “A gazela mais lenta morre. Quando o sol nasce é melhor você estar correndo”.

LUTHER KING – Ele se dirigiu ainda aos observadores estrangeiros, muitos dos quais oficiais de ligação de Forças Armadas da América Latina. “Todos os homens e mulheres são chamados em uma rede inescapável de mutualidade amarrada em uma única veste do destino. O que afeta um diretamente afeta a todos, indiretamente. Essas são palavras do doutor Martin Luther King Jr. Acho que elas falam muito hoje enquanto penso sobre esta região.”

Para ele, estabelecer parcerias é a melhor forma de vizinhança. É preciso contar com uma segurança e preocupações econômicas compartilhadas.

“Estaremos sempre lá para Nações com ideias semelhantes que compartilham nossos valores, nossa democracia, o estado de direito e os direitos humanos.”

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
O almirante negro Holsey tem grande senso de oportunidade e estratégia. Antes mesmo de Trump assumir, o chefe militar já se coloca de prontidão contra a China e a Rússia, para destruir o programa Sul Global que Lula tanto admira. (C.N.)

10 thoughts on “EUA mandam recado à América Latina sobre a China e a Rússia

  1. Isso nada tem a ver com Trump , Kamala ou Biden. A hemogenia americana está ameaçada e os EUA possuem uma dívida impagável EUA. Ele vai sugar o que puder e não puder da América Latina, pois estão levando um pé na bunda da África, Ásia e Oriente Médio.

    China, Rússia e Índia junto com os Brics atacam o sistema swift e estão comprando ouro como nunca… Teremos merda à frente e vai ser da grossa. EUA vai sugar o puder e não puder da América Latina, já estão construindo um novo centro de inteligência em Brasília. Quanto a nós latinos, nada há esperar além de mais exploração, sofrimento, violência, corrupção e PCC. Usam o PCC da mesma forma que ocorreu a Guerra do Ópio

  2. Pergunto , onde esta a tal livre determinação dos países (povos) e o livre mercado mundial , se os seus arautos sentem-se ameaçados pela prática do que pregaram e impuseram aos países ?

  3. Recado meio tardio, esse dos EUA: a China, que mantém Lula no bolso do colete, já tomou conta comercialmente do Brasil, entupindo, com seus produtos genéricos, o mercado interno e prejudicando fábricas locais.

    • Brasil seguiu à risca as ordens dos EUA de vetar a entrada da Venezuela nos Brics. A China hoje é a fábrica do mundo, o que os chineses não dominam, irão dominar em pouco tempo. China comercialmente sempre foi predadora, agora está voltando ao seu posto que esteve ao longo da história.

      O grande problema do Brasil vai acontecer quando a China boicotar o nosso agro. Isso vai fazer com que mudemos de lado. Brasil deveria fazer igual a Índia, cuidar do próprio nariz e ter um plano de desenvolvimento para os próximos 50 e 100 anos. Nosso futuro não está com o s EUA, Rússia ou China, está com a união de todos e muito trabalho. Só saímos do buraco desenvolvendo a indústria nacional, investindo em educação e saúde.

      Essa divisão do Brasil em dois polos faz parte do plano de alienação para transformar o povo em marionetes brigando por esquerda ou direita. É o conceito de separar para dividir. Sem união o Brasil jamais irá crescer e estarmos fadados a viver nesse eterno mar de lama.

  4. Que o capitalismo perdeu, que os Estados Unidos vão falir é a tecla que insistem em bater.
    China, Rússia e Estados Unidos não ciscam pra fora.
    Os vaticínios contra o tio Sam não tem vingado até hoje.

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