Flávio anunciou ter sido escolhido por seu pai
Sérgio Roxo
O Globo
Apesar do anúncio da pré-candidatura a presidente do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), na última sexta-feira, resolução do diretório nacional do PT aprovado no sábado passado que trata sobre as diretrizes eleitorais para 2026 centra críticas ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. Para o partido, Tarcísio é o “principal interlocutor do projeto neoliberal e privatista”.
“Setores da direita brasileira, especialmente governadores, vêm atuando para sabotar políticas do governo Lula, criando obstáculos à ação federativa em áreas estratégicas como segurança pública,infraestrutura, educação e políticas sociais. Entre eles, o governador de São Paulo,Tarcísio de Freitas, se destaca como principal interlocutor do projeto neoliberal e privatista, transformando São Paulo em laboratório da redução radical do papel do Estado, da entrega de bens públicos e do enfrentamento ideológico ao governo federal”, diz o texto, que foi divulgado na manhã desta segunda-feira.
ESCOLHIDO – Na sexta-feira, Flávio anunciou ter sido escolhido por seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, como nome do grupo político para disputar o Palácio do Planalto contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que tentará a reeleição. A definição foi mal recebida pelo mercado financeiro, com alta do dólar e queda na Bolsa.
Pesquisa Datafolha divulgada no domingo mostra que Flávio perderia para Lula em um eventual segundo turno em 2026 por uma diferença de 15 pontos percentuais. A diferença do petista para Tarcísio, por sua vez, é menor, de 5 pontos.
No documento aprovado no sábado, o partido também assume a bandeira da defesa da implantação do Ministério da Segurança Pública, que chegou a constar no programa de governo de Lula durante a campanha de 2022, mas nunca saiu do papel.
FOCO – “O PT reafirmou que o Brasil precisa de um Ministério da Segurança Pública e uma política de segurança nacional articulada, com foco em inteligência, combate financeiro ao crime e proteção das comunidades”, afirma a resolução.
A pressão pela criação da nova pasta foi reforçada após crises recentes, como a que envolveu a operação nos complexos da Penha e da Maré, no Rio de Janeiro, que deixou 122 mortos. Na ocasião, o governador Cláudio Castro acusou o governo federal de não ajudar os estados no combate à violência.
Flavio who?
O herói é o Privatista. Depois para manter a pose, se faz contra a privatização das principais empresas brasileiras.
Ahhhhh o dinheiro!
Após viagem em jatinho, Toffoli tem dever ético de deixar caso Master…
https://noticias.uol.com.br/colunas/walter-maierovitch/2025/12/08/apos-viagem-em-jatinho-toffoli-tem-dever-etico-de-deixar-caso-master.htm?cmpid=copiaecola
Pedir ética para a Organização Criminosa Vulgar é a mesma coisa que acreditar no Super-Ladrão prometer dar picanha para os jumentos amestrados….
Política como negócio: Flávio quer “negociar” anistia ao pai
Evidente que o mercado sentiu que a chance de Flávio Rachadinha vencer Lula é mínima, quase não existe.
O problema é que Flávio não tem voto para ganhar eleição e não acredito na informação do Boy de Mogi de que o ex-mito é uma máquina de transferir votos. Haddad já provou que nem Barba transfere tantos votos.
A escolha de Flavio dá sinais negativos. Primeiro, que o ex-mito quer, como sempre, proteger os interesses da família. Não tem nenhuma estratégica política que seja para o país, quer manter a família forte politica e econômicamente com ele por trás.
E como Flavio já admitiu que tem um “preço” para deixar de ser candidato, acredito que pensaram em “negociar” a candidatura em troca da anistia ao ex-mito. Mas não vai acontecer.
A receptividade do Centrão foi péssima. O grupo ficou quieto, aguardando os próximos passos. O candidato deles é Tarcínico, que tem mais potencial de votos se apoiado pelo ex-mito e só vai se candidatar se tiver este apoio.
Neste caso, fica aberta uma avenida para outros candidatos de direita que não sejam tão ligados ao ex-mito — todos já estão se movimentando.
Flávio ficará com o nicho de bolsonaristas radicais e não vai nem fazer cócegas na eleição. O candidato de direita que se viabilize para o segundo turno terá todas as condições de ser competitivo contra Barba.
A jogada foi tentar fazer um acordo para anistia do ex-mito. Pensaram errado, porque politicamente é inviável para o centrão fazer isso. Mais uma vez erraram estrategicamente.
Fonte: O Globo, Opinião, 08/12/2025 15h34 Por Merval Pereira