
Mendes, retratado pelo pintor Ismael Nery
Paulo Peres
Poemas & Canções
O notário e poeta mineiro Murilo Monteiro Mendes (1901-1975), no poema “Fanático”, expõe seu exacerbado amor por uma mulher, que o leva ao fanatismo.
POEMA DO FANÁTICO
Murilo Mendes
Não bebo álcool, não tomo ópio nem éter,
Sou o embriagado de ti e por ti.
Mil dedos me apontam na rua:
Eis o homem que é fanático por uma mulher.
Tua ternura e tua crueldade são iguais diante de mim
Porque eu amo tudo o que vem de ti.
Amo-te na tua miséria e na tua glória
E te amaria mais ainda se sofresses muito mais.
Caíste em fogo na minha vida de rebelado.
Sou insensível ao tempo – porque tu existes.
Eu sou fanático da tua pessoa.
Da tua graça, do teu espírito, do aparelhamento da tua vida.
Eu quisera formar uma unidade contigo
E me extinguir violentamente contigo na febre da minha, da tua, da nossa poesia.






/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2022/1/h/eEfc6UTzKVAGbDPWHBpg/rolando-boldrin.jpg)

Paulo Peres
Paulo Peres
Paulo Peres
Paulo Peres/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_1f551ea7087a47f39ead75f64041559a/internal_photos/bs/2025/E/q/xAFO4gTpyaDT5GQSUsdg/78295900-sc-nelson-motta-para-a-coluna-marina-caruso.-foto-leonardo-aversa.jpg)
Paulo Peres