Costa Neto planeja recepção a Bolsonaro e ato público, sem avaliar as consequências

Arquivos valdemar costa neto - Rede Brasil Atual

Costa Neto delira e nem percebe que a campanha já acabou

Carlos Newton

A cúpula do PL, comandada por Valdemar Costa Neto, está delirando e programa uma recepção apoteótica ao ex-presidente Jair Bolsonaro, que volta a Brasília nesta quinta-feira, dia 30, após três meses nos Estados Unidos. O retorno está confirmado, e a previsão do PL é de que o voo chegue em Brasília às 7h10m da manhã diretamente da Flórida, e a recepção seria por volta das 7h30m.

Segundo o Estadão, o ex-presidente informou a aliados que gostaria de desfilar em carro aberto do aeroporto até Brasília, mas não houve confirmação.

HAVERÁ MOTOCIATA? – O fato concreto é que parlamentares e ativistas estão convidando os militantes a prestigiarem a chegado de Bolsonaro e sua comitiva.

Uma das ideias é organizar uma gigantesca motociata/carriata que saia do aeroporto e conduza o ex-presidente e sua comitiva até algum ponto de Brasília onde possa ser instalado um carro de som para que ele faça um discurso.

Em seguida, Bolsonaro iria repousar na mansão que o PL alugou para ele no condomínio Solar de Brasília, por R$ 12 mil mensais, com 400 metros de área construída, mas a programação ainda não está decidida, porque há muitas dúvidas a serem dirimidas.

ANIVERSÁRIO DO GOLPE – Na sexta-feira, dia 31, completa-se mais um aniversário do golpe militar de 1964, que Bolsonaro pretende comemorar em grande estilo. Por isso, na cúpula do PL há até quem defenda que a motociata seja transferida para sexta-feira.

No entanto,  a ideia não foi bem recebida, porque não se sabe como reagiria o Comando das Forças Armadas a uma provocação deste tipo.

Como não haverá sinal verde do Exército, o mais provável é que haja a motociata/carriata logo na recepção ao presidente, na manhã de quinta-feira, com trajeto até algum ponto da cidade onde possa ser concentrada a multidão sem causar graves problemas ao cotidiano da capital, algo que não é nada fácil de se organizar.

REFORÇO POLICIAL – Nesta segunda-feira, dia 27, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, enviou ofícios à Polícia Federal, ao governo de Brasília e ao Ministério da Justiça, pedindo reforço policial para a chegada de Bolsonaro.

A Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal realizou uma reunião nesta terça-feira (dia 28), com os órgãos competentes pela segurança na capital da República, para tentar discutir um plano de atuação.

Mas as autoridades não sabem como proceder, porque o partido ainda não informou exatamente qual é a programação, que precisa ser decidida logo, para que sejam tomadas as providências acautelatórias.

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P.S. –
 A questão que se coloca é preocupante. Como reunir uma multidão de bolsonaristas sem desencadear um fanatismo que se torne inconsequente? Aliás, é de uma cretinice nauseante essa ideia de fazer um ato público em Brasília, para comemorar o aniversário do golpe de 64. Convém abandonar essas “genialidades” e cair na real. Não é possível que se tente implantar no país um clima de permanente campanha presidencial. Como diz o famoso artigo 142, que Bolsonaro tanto citava, ninguém tem direito de tumultuar a ordem pública. (C.N.)

Quando tudo parece dar errado, é hora de olhar para o alto e dar a volta por cima

Charge do Edra (Arquivo Google)

Vicente Limongi Netto

Quero escrever. Resistir aos pavores da humanidade. É grande a tentação de entregar os pontos. Rogo a Deus que zele pelas crianças. Pelos meus netos, bisnetos, amigos e familiares, pois a cruzada do bem vem perdendo terreno para os decaídos.

Tragédias nas escolas, por exemplo, são resultados das canalhices, maus exemplos e covardias desenfreadas das redes sociais, onde se vê que magistrados venais e hipócritas agridem as mulheres, impunemente. Não têm moral nem autoridade para julgar ninguém.

SAÚDE MENTAL – Nessa linha, sigo as lições e ponderações da jornalista Ana Dubeux (Correio Braziliense-  26/03), “Quanto vale a sua saúde mental?”.  Dubeux também é do bravo quadro que resiste aos dissimulados farsantes do mal, essa corja que desgraçadamente ocupa todos os espaços.

É uma escória alimentada na sarjeta que se delicia com desgraças da humanidade. Guardemos no coração, então, os apelos de Ana Dubeux:

“Se conseguirmos olhar para cada partezinha da vida com alguma profundidade e um tanto de boa vontade, daremos um passo para reconhecer a parcela que nos cabe e poderemos ter mais lucidez para fazer as escolhas certas e conseguir reduzir os danos”.

TREINADOR ITALIANO? – Tudo indica que o correto e bem intencionado presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, foi convencido por ex-jogadores lobistas, empresários de jogadores e parte da mídia esportiva, e já acredita que o engomado italiano Carlos Andreotti é o melhor nome para treinador da seleção.

É o fim da picada. Colossal patetice. Deslumbramento juvenil que desmerece e desrespeita o trabalho de treinadores brasileiros. Todos vitoriosos e capazes.

Profissionais brasileiros não podem ser penalizados por causa da era vexatória de Tite. O Brasil conquistou 5 títulos mundiais com treinadores brasileiros.

ASSIM É FÁCIL – Ancelotti não é mais técnico do que Fernando Diniz, Renato Gaúcho, Dorival Junior ou Mano Menezes. Nunca treinou nenhuma seleção.

Ganhou fama de técnico conceituado depois de treinar o Milan e, agora, o Real Madrid. Times de nível, com elencos extraordinários. Assim é fácil. Até eu faço bonito.

No irritante circuito da galhofa, entrou na roda o português Jorge Jesus, movido pelo desinteressado lobista Júlio Cesar, aquele goleiro que levou 7 da seleção alemã e não teve a competência, a malandragem necessária de conter o ímpeto dos alemães, caindo, parando o jogo, quem sabe, a lavada seria menor.

Banco Central confirma avaliação da Tribuna e exige arcabouço fiscal “sólido e crível”

Banco Central recebe quase 11 milhões de consultas sobre dinheiro esquecido | Exame

Ata do Copom refere-se à baixa credibilidade do governo

Carlos Newton

O Banco Central divulgou nesta terça-feira (28) a ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) da semana passada, em que manteve em 13,75% a taxa básica de juros, a Selic. Conforme a Tribuna da Internet anunciou, com absoluta exclusividade, a justificativa para não diminuir os juros é a falta de credibilidade do governo.

No documento sobre a decisão do Copom, o Banco Central assinalou que uma nova regra fiscal “sólida e crível” pode facilitar a queda da inflação no país.

ARCABOUÇO FISCAL – O comunicado do BC se referiu diretamente ao chamado “arcabouço fiscal” que está sendo elaborado pela equipe econômica para substituir o atual “teto de gastos”, que o presidente Lula da Silva não aceita. Assim, caso seja aprovado pelo Congresso, o arcabouço serviria como uma nova regra para limitar os gastos públicos federais.

A proposta ainda não foi divulgada, mas o ministro da Fazenda, Fernando, já entregou a Lula uma minuta, preparada com participação direta da ministra do Planejamento, Simone Tebet.

Segundo o BC, caso seja “sólida e crível”, essa nova regra para o gasto público pode levar a um processo “mais benigno” de combate à inflação porque ajudaria a melhorar a situação de três fatores: a expectativa de inflação; a incerteza sobre a economia, com aumento da dívida pública; o “prêmio de risco” dos ativos, ou seja, garantia ao investidor estrangeiro interessando em investir no Brasil.

P.S. – Onde se lê credibilidade do governo, por favor, leia-se credibilidade de Lula, porque é o próprio presidente que se dedica a boicotar a imagem da administração pública, inclusive debochando dos especialistas e dizendo que os livros de economia “estão superados”. Como se vê, Lula voltou ao poder sem o menor senso de limite e também sem o menor sendo de ridículo(C.N.)

Lula precisa agir rapidamente, para reduzir os danos ao governo nos primeiros 100 dias

DeFato.com - Politica

Paulo Coelho apenas fez críticas construtivas

Roberto Nascimento  

De início, o presidente Lula tem de fazer um “mea culpa” e reconhecer os próprios erros, pois se transformou num mago da política, que precisa medir suas palavras e declarações, em função da enorme repercussão que sempre ocorre com seus pronunciamentos, que têm o poder de levantar do túmulo até quem parecia defunto duro igual a pedra.

O ex-juiz Sérgio Moro estava apagado no Senado, todos fugindo dele, um pária na casa dos sêniores. De repente, o experiente Lula se distrai e traz Moro de volta ao palco. Aí, o novel senador fez barba, cabelo e bigode. Foi para a Tribuna do Senado e detonou o presidente Lula.

PÉSSIMO TRIBUNO – A sorte de Lula, é que Sérgio Moro é um péssimo tribuno. Não tem carisma, lhe falta emoção, discursa mal, inseguro e gagueja com frequência. Sua voz de taquara rachada também não ajuda. Mas, Lula deu a Moro aqueles providenciais quinze minutos de fama.

Na onda provocada por Lula, e diria até que foi um tsunami pró-Moro, o ex-procurador do power point Deltan Dallagnol também quis tirar uma casquinha. Também estava apagado na Câmara e conseguiu subir no palco com seu antigo parceiro da Lava-jato. Um batia nos réus, enquanto o outro massacrava.

Não se fala outra coisa, nos jornais, na CNN, na GloboNews, na mídia como um todo. O ressurgimento de Moro, por culpa de Lula, conseguiu tirar do noticiário a muamba das joias, um regalo dos Sauditas, que Bolsonaro tentou trazer sem pagar imposto na Alfândega de Guarulhos. E o almirante Bento Albuquerque, que está ganhando mais R$ 32 mil em Itaipu, sem trabalhar, para engordar a aposentadoria/reforma, também agradeceu o favor de Lula.

FALA PAULO COELHO – Agora, o que está dando o que falar, entre gregos e troianos, foi a crítica de um grande eleitor de Lula, o acadêmico da ABL e escritor Paulo Coelho, que afirmou: “O terceiro mandato de Lula está patético, citou o desqualificado Sérgio Moro e não consegue resolver o problema do Banco Central”.

E o PT logo criticou Paulo Coelho nas redes sociais, uma insanidade. O partido precisa reconhecer os erros e agradecer a crítica de um aliado. Paulo Coelho sempre votou em Lula, que está dando tiros no pé, enquanto deixa os adversários avançarem e fazer gol na meta do governo. Sérgio Moro está rindo à toa nos bastidores, é claro.

E quem não gostou nada dessa exposição midiática de Sérgio Moro? Acertou quem apostou em Jair Bolsonaro, que teme uma candidatura de Moro em 2026, dividindo os votos da direita.

CASA CIVIL – Outro grave problema que Lula precisa resolver é a Casa Civil, para não repetir o erro de Bolsonaro, que demorou para exonerar Onyx Lorenzini e nomear Ciro Nogueira, mas quando o fez já era tarde.

O fato é que o ministro da Casa Civil, Rui Costa, assumiu uma tarefa para a qual não está preparado. Os superpoderes ofertados por Lula, para agir como primeiro-ministro, estão sendo exercidos com uma incompetência raramente vista na política.

Rui Costa é unanimidade e vem sendo criticado entre os colegas do ministério, na Câmara e no Senado. O burburinho contra ele vai acabar se transformando num estrondo, por ser tirano, grosseiro e deselegante com os próprios correligionários. Dá saudades de Darcy Ribeiro, chefe da Casa Civil de João Goulart, um homem culto, um intelectual na assessoria presidencial, e de Ronaldo Costa Couto, um monstro na retaguarda do então presidente José Sarney, quando acumulou ministérios e até o governo do Distrito Federal.

Ao julgar a “graça presidencial” concedida a Silveira, STF estará julgando a democracia à brasileira

TRIBUNA DA INTERNET

Charge do Duke (O Tempo)

Carlos Newton

A democracia à brasileira já tem data para ir a julgamento. Reportagem de Márcio Falcão e Fernanda Vivas, da TV Globo Brasília, revela que a presidente do Supremo Tribunal Federal, Rosa Weber, marcou para o dia 13 de abril o julgamento que vai discutir a legalidade da graça individual concedido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro a um de seus aliados, o ex-deputado Daniel Silveira (PTB-DF).

Como se sabe, em abril do ano passado o político bolsonarista foi condenado pelo Supremo a oito anos e nove meses de prisão, por estímulo a atos antidemocráticos e ataques aos ministros do tribunal e instituições, como o próprio STF.

INDULTO INDIVIDUAL – Silveira também foi condenado à perda do mandato, à suspensão dos direitos políticos e ao pagamento de multa de R$ 212 mil, que aumenta R$ 15 mil por dia e já está superando em muito o espantoso valor das joias que Michelle Bolsonaro pensou que ia ganhar.

No dia seguinte ao julgamento de Silveira, Bolsonaro publicou decreto concedendo-lhe a chamada graça presidencial, para impedir a aplicação das penas e o pagamento de multa.

Embora aqui na filial Brazil o chefe do governo tenha o direito constitucional de conceder a graça, exatamente como ocorre na matriz U.S.A, o relator Alexandre de Moraes simplesmente desconheceu os efeitos do decreto presidencial, sob argumento de que a medida só poderia entrar em vigor caso o Supremo concordasse.

INVERSÃO CONSTITUCIONAL – Com essa decisão autoritária e descabida, Moraes jogou no lixo o dispositivo constitucional, pois todo decreto de presidente entra em vigor na data de sua publicação e só pode sofrer anulação após ser declarado ilegal pelo Supremo.

Além disso, argumentou outra sandice, determinando que os efeitos secundários da condenação permaneceriam: a inelegibilidade e a perda do mandato. Ora, quando os efeitos primários são anulados, os secundários também são extintos, qualquer estudante de Direito sabe essa regra.

Por isso, a Câmara Federal  não levou em conta a despropositada decisão do relator e o próprio Tribunal Superior Eleitoral (presidido por Moraes) não conseguiu cassar a candidatura de Silveira, que concorreu sub judice e chegou em terceiro lugar na eleição vencida pelo senador Romário, do PL.

HORA DA VERDADE – Enfim, chegou a hora da verdade e a ministra Rosa Weber é relatora das seis ações que contestam a graça presidencial, apresentadas por Rede Sustentabilidade, PDT, Cidadania, PSOL, senador Renan Calheiros (MDB-AL) e ex-deputado Alexandre Frota (PSDB-SP).

As ações argumentam que o então presidente Bolsonaro agiu para “derrubar o tabuleiro do jogo democrático e republicano” e, insatisfeito com o resultado do julgamento, “resolveu portar-se como uma instância revisora de decisões judiciais”.

Em tradução simultânea, porém, a graça presidencial significa exatamente isso, pois funciona com última instância de decisões judiciais na matriz U.S.A., onde costuma ser decretada. Aqui na filial Brazil a medida ainda era inédita, o único ato similar ocorreu em 1945, quando o presidente José Linhares concedeu indulto a soldados e oficiais da Força Expedicionária Brasileira, que eram acusados de diversos tipos de crimes e ainda não tinham sido julgados.

PRESO EM FEVEREIRO – Quando terminou o mandato de deputado federal, em fevereiro, Daniel Silveira voltou a ser preso por ordem de Moraes, a pretexto de ter descumprido medidas cautelares como o uso de tornozeleira eletrônica e a proibição de usar redes sociais, apesar de a graça presidencial haver lhe livrado de todas as penas e multas, vejam bem a esculhambação jurídica e política que este país enfrenta.

As contas bancárias dele estão bloqueadas e as de sua esposa, também, o que é inconstitucional, pois sua mulher nem responde a processo. Além disso, uma operação de busca e apreensão na residência do ex-deputado apreendeu RS$ 270 mil em dinheiro vivo, e ninguém nem sabe como a mulher dele tem sobrevivido.

Agora, teremos a decisão, mas Silveira não deve alimentar esperanças. Desde que Bolsonaro lhe concedeu a graça individual, ele jamais poderia ser preso novamente no transcorrer do mesmo processo nem cobradas as multas com bloqueio de contas e busca e apreensão. Mas o ministro Moraes passou um trator em cima da legalidade e ficou tudo por isso mesmo, como se dizia antigamente.

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P.S. 1
 – Assim, quem vai a julgamento não é apenas Silveira, mas a própria democracia à brasileira, que Sobral Ponto dizia não existir, pois democracia não pode ser adjetivada. O que existia, para o jurista, era o peru à brasileira… Porém, no decorrer do processo de Silveira. o STF já decidiu que na democracia à brasileira a liberdade de expressão tem limites e a imunidade parlamentar é uma falácia.

P.S. 2 – No julgamento do dia 13, o Supremo vai avançar mais uma quadra no tabuleiro do poder, ao julgar que a graça presidencial não tem o menor valor aqui na filial Brazil, embora possa ser exercida normalmente na matriz U.S.A., onde o então presidente Trump e muitos antecessores utilizaram esse instrumento jurídico, sem a menor contestação da Suprema Corte americana. (C.N.)

É preciso sempre reconhecer e homenagear brasileiros notáveis como Bernardo Cabral

TRIBUNA DA INTERNET | Aos 90 anos, Bernardo Cabral pode olhar o passado e ver que o tempo não passou em vão

Aos 91 anos, Bernardo Cabral é consultor jurídico da CNC

Vicente Limongi Netto

Ventos democráticos fortalecem o sol, estimulam a luta por um futuro melhor para todos e iluminam corações. Nesta hora em tanto se questiona a democracia no Brasil e em muitos outros países, é preciso dar louvores à Constituição, que preserva as instituições. Assim, vale a pena recordar e salientar quem se dedicou integralmente, de corpo e alma, à elaboração da Carta Magna — o então deputado federal pelo Amazonas, Bernardo Cabral.

O parlamentar trabalhou como um mouro, como relator-geral da Constituinte. Bernardo Cabral disputou o cargo, em eleições diretas, com o então senador Fernando Henrique Cardoso e com o deputado mineiro Pimenta da Veiga.  Hoje, a Constituição enche de orgulho os brasileiros. Defende direitos humanos, trabalhistas, sociais e individuais.

Bernardo Cabral perenizou a Zona Franca na Constituição, dando grande impulso ao desenvolvimento sustentável da Amazônia, com indústrias não-poluentes. Registre-se e afixe-se, para aqueles de memória fraca ou indolente.  A Carta Magna existe para ser cumprida e não mutilada.

CARREIRA VITORIOSA – Cabral foi presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), é membro vitalício do Instituto dos Advogados Brasileiros. Foi senador, por dois mandatos e ministro da Justiça no governo Collor.

No ano passado, ao completar 90 anos, foi homenageado pela OAB Nacional, com discursos de expoentes da magistratura, como o ministro do STF, Luiz Fux e o ministro do STJ, Mauro Campbell.

Ainda na esteira das contribuições importantes do homem público Bernardo Cabral, há quase 3 décadas, como senador e palestrante, já tinha atenções voltadas para o problema da escassez da água, que hoje atormenta governantes e mobiliza a ONU.

RECURSOS HÍDRICOS – Exortava Cabral: “É preciso colocar-se na agenda da humanidade, como questão central, a falta de planejamento e racionalidade no uso dos recursos hídricos, uma constante que começa a ameaçar o abastecimento adequado”.

Como senador, Bernardo Cabral foi relator, em 1997, da lei que criou a Política Nacional dos Recursos Hídricos. Em 2000, foi, também relator no Senado da lei que criou a Agência Nacional de Água. Em suas manifestações, no Brasil e no exterior, Cabral destacava que “a mãe de toda a vida na terra é a água. Dela surgiu a vida. Dela a vida se nutre”.

Cabral, que é consultor jurídico da Confederação Nacional do Comércio, Bens e Serviços (CNC), completa 91 anos nesta segunda-feira, dia 27. O Brasil deve muito a ele e precisa reconhecer e comemorar.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Assim como Limongi, também tenho muito carinho e admiração por Bernardo Cabral. Para não ser pressionado pelos lobistas, o relator da Constituinte trabalhava escondido num escritório da Gráfica do Senado. Foi lá que eu levei os 18 maiores caciques brasileiros ao encontro dele, inclusive Davi Yanomami. E depois fomos todos juntos falar com Dr. Ulysses Guimarães. Na época, redigi as emendas do interesse dos indígenas e todas elas foram aprovadas na Constituinte. Liderados por Cabral e Ulysses, os parlamentares souberam respeitar os direitos dos índios. Bons tempos. A gente era feliz e não sabia. (C.N.)

Já passou da hora de o presidente do Banco Central voltar ao mercado financeiro

BC planeja lançar real digital em 2024, diz Campos Neto

Campos Neto diz que juros podem até aumentar em abril

Roberto Nascimento

Se o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, seguisse os princípios éticos de Epicuro e os princípios morais de Kant, já teria pedido para sair do Banco Central. Como se sabe, Campos Neto entrou nomeado pelo então presidente Jair  Bolsonaro e deveria ter saído junto com ele.

É visível o constrangimento do presidente do Banco Central com as pesadas críticas do presidente Lula, de membros do atual governo e até do mercado, principalmente dos líderes empresariais do comércio e da indústria.

NEGÓCIOS TRAVADOS – No entanto, com apoio da maioria dos oito diretores do Banco Central que integram o Comitê de Política Monetária (Copom), o economista Campos Neto insiste em praticar os mais elevados juros reais (descontada a inflação) do planeta.

Sabe-se que juros altos travam os negócios e o crescimento virtuoso do capitalismo. Se ficam estacionados em patamares proibitivos, poucos compram e poucos vendem. Resultado: A arrecadação despenca, aumentando o endividamento público. O melhor exemplo são as recém-iniciadas férias coletivas da indústria automobilística, devido à queda na vendas.

Respaldado no mandato outorgado pelo Congresso, Campos Neto se aferra ao cargo e cumpre as regras que interessam ao mercado financeiro, ao manter a taxa de juros em nível elevado sem que a demanda esteja alta.

RISCO DE ESTAGFLAÇÃO – Como se sabe, demanda reprimida e inflação alta formam a receita infalível para um processo recessivo da economia. Continuando nesse processo, se a inflação não ceder e a demanda seguir contida, atingiremos em pouco tempo a perigosa estagflação, que é a combinação de recessão com inflação.

É isso que deseja o economista Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central? Ninguém sabe, mas sua justificativa da manutenção da taxa básica de 13,75% para a Selic indica que ela está em viés de alta, e não se baixa, e isso parece uma enorme maluquice.

Como quem manda é o Copom e ponto final, temos de esperar o resumo da ata da reunião, que demora alguns dias até ter divulgação. De toda forma, me parece que a política monetária está equivocada, e o presidente do Banco Central deveria pedir demissão e voltar ao mercado, pois os bancos estão de braços abertos para Campos Neto, em função dos serviços a eles prestados, e não ao país.

Zanin abriu um processo em que Lula sai perdedor de todo jeito, mesmo se vencer

Zanin fala em ligação de Bretas com Bolsonaro e tentativa de intimidação - 09/09/2020 - UOL Notícias

Cristiano Zanin mostrou que é um péssimo advogado

Carlos Newton

Não há a menor dúvida de que o advogado Cristiano Zanin cometeu um desclassificante erro jurídico ao mover em 2017 um processo contra a União, em nome de Luiz Inácio Lula da Silva, para reaver as mais valiosas das joias e peças de arte que o então ex-presidente havia usurpado ao deixar o governo, em 2011, naquela caravana de onze caminhões da Granero, contratada pelo Planalto.

Quando tomou essa temerária iniciativa, o então desconhecido Cristiano Zanin trabalhava na banca de advocacia de seu sogro Roberto Teixeira, amigo e comparsa de Lula, que foi réu junto a ele no caso do Sítio de Atibaia, usava um telefone do Instituto Lula em seu escritório e por isso acabou sendo grampeado por engano na Lava Jato, causando faniquitos em seus colegas da OAB.

ESTRANHO PROCESSO – Na época, o inexperiente Zanin não aceitou a decisão do Tribunal de Contas da União, que condenara o réu Lula a devolver as valiosas peças que surripiara, assim como condenou também Dilma Rousseff. Juntos, a dupla petista havia afanado 472 peças, e os dois foram obrigados pelo TCU a devolvê-las.

O processo de Zanin é o mais estranho da Justiça brasileira. Pela primeira vez, a União é ré em uma ação movida por um ex-presidente que agora está de novo no exercício do cargo. Portanto, nesta ação Lula terá o desprazer de ser contestado pela AGU, que tem a missão de atuar em qualquer processo contra a União.

Ou seja, a tresloucada pretensão de Lula será combatida pelo petista Jorge Messias, que a então presidente Dilma chamava de “Bessias” e em 2016  o encarregou de levar a Lula um falso termo de posse na Casa Civil, para lhe garantir foro especial e livrá-lo da prisão na Lava Jato. Hoje Messias comanda a AGU e tem o dever funcional de enfrentar Zanin no julgamento.

LULA SAI PERDEDOR – Cristiano Zanin, hoje exaltado como o gênio que “inocentou” Lula e até cotado para uma cadeira no Supremo, na verdade fez uma tremenda burrada ao abrir esse processo, porque em qualquer hipótese Lula sairá perdedor.

O fato concreto é que, ao abrir esta ação em 2017, o advogado Zanin estava levando Lula a assumir  automaticamente o cometimento de crimes de descaminho, peculato e apropriação indébita, além de outras infrações como, por absurdo, a utilização do aparato judicial como litigante de má-fé.

É como se Lula tivesse assumido ser réu confesso, uma situação a que somente poderia ser levado por um advogado inexperiente e trapalhão, que agora é candidato a uma cadeira no Supremo, vejam a que ponto chegamos.

LULA SILENCIA – Lula pode ser ignorante, mas não é idiota. Por isso, até agora não deu uma só palavra sobre o escândalo das joias que atinge seu rival Bolsonaro. Mas os petistas não têm esse cuidado e estão dando sucessivas entrevistas esculhambando Bolsonaro, como se Lula fosse diferente dele.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, por exemplo, declarou que ninguém recebe um presente de caráter personalíssimo com essas características, porque não se trata de uma garrafa de uísque, uma caixa de charutos ou uma peça relacionada diretamente à cultura do país visitado. Disse que joias não são presentes incomuns, mas não com valor de milhões de reais.

Enrolado com os problemas da economia nacional, Haddad nem percebeu que Lula está na mesma situação de Bolsonaro, que apenas repetiu o comportamento criminoso adotado por Lula e Dilma ao deixarem o poder. A diferença é que os serviçais de Bolsonaro foram apanhados em flagrante pela Receita, enquanto Lula e Dilma não tiveram este constrangimento, mas os três devem ser considerados iguais, em matéria de ganância e desprezo pelo interesse público.

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P.S. –
 Estava pensando em concluir este assunto hoje, mas nossos governantes são tão apodrecidos que sempre fica faltando dizer alguma coisa. Aliás, com presidentes tipo Lula, Dilma ou Bolsonaro, o Brasil está mesmo condenado a permanecer no Terceiro Mundo. E como perguntou Marco Tulio Cícero, nas suas famosas Catilinárias, há quase 1.100 anos: “Ubinam gentium sumus?”. Ou seja: Em que mundo estamos? (C.N.)

É preciso estar aberto a aprender todos os dias, durante a vida inteira

Artista plástico do DF com síndrome de Down exibe quadros em exposição

Quadro de Augusto Corrêa, inovador e personalíssimo

Vicente Limongi Netto

Não perco o entusiasmo pelos textos da jornalista Ana Dubeux, que deu esta lição no Correio Braziliense, edição do dia 19: “Ninguém passa do tempo de viver e aprender”. Realmente, é preciso estar aberto a aprender todos os dias, durante a vida inteira. Ou seja, viver aprendendo.

Quem desdenha da força de trabalho dos idosos, a meu ver, precisa lavar os neurônios, caso os tenha, e com água sanitária.

O CASO DE BAURU – Nesse sentido, Dubeux recorda o melancólico episódio de três patéticas universitárias que debocharam de Patrícia Linares, 44 anos, aprovada para o curso de Biomedicina. numa faculdade particular de Bauru, São Paulo.

Como esperado, o trio de ridículas recebeu imediata indignação da sociedade. Depois da asneira, veio a desculpa esfarrapada e se desligaram do curso.

“O etarismo, além de tudo, é impregnado de uma burrice generalizada, uma ignorância diante das estatísticas do Brasil e do mundo em relação à idade da população”, concluiu Dubeux.

DICA DE EXPOSIÇÃO – Excelentes, originais e expressivas, as 27 telas inéditas do artista plástico Augusto Corrêa, 22 anos, em exposição até esta quinta-feira, dia 23, no Espaço Cultural Athos Bulcão, na Câmara Legislativa de Brasília.

Augusto Correa é um exemplo para a sociedade, por ser portador da Síndrome de Down. Dá a todos nós uma lição de vida, pois demonstra ter se tornado um pintor maduro e talentoso, que faz um trabalho inovador e personalíssimo.

É filho de Jack Corrêa e Tatiana, neto do ex-ministro Walfrido Mares Guia, que se orgulham muito dele.

EXCLUSIVO: Dizer que Lula nada deve à Justiça é um grave erro de informação

Globo veta vídeo de Lula com William Bonner como garoto-propaganda - Portal Você Online

Na reta final da campanha, Bonner decidiu “absolver” Lula

Carlos Newton

Após a Tribuna da Internet ter denunciado, com absoluta exclusividade, que a Terceira Turma do Tribunal Regional Federal da 3ª Região já demorava mais de três anos para julgar o caso das joias e peças de arte surripiadas por Lula da Silva ao deixar o governo em 2011, rapidamente a questão entrou em pauta.

O julgamento será realizado dia 25 de abril e decidirá se o ex-presidente pode recuperar a posse de presentes não personalíssimos de alto valor, recebidos de autoridades de outros países, especialmente árabes.

LULA RECORREU – O pedido de Lula foi considerado improcedente pela Justiça Federal de primeira instância, mas o advogado Cristiano Zanin recorreu.

A notícia da marcação do julgamento é péssima  para o presidente, que vive dias difíceis desde que assumiu o governo pela terceira vez, e também não é boa para Cristiano Zanin, mentor dessa iniciativa arriscada e absolutamente fora de propósito.

Como se sabe, nem tudo que um cliente almeja deve ser levado adiante por seu advogado, sobretudo porque Lula na época já estava preso em Curitiba e vivia atormentado por sucessivas condenações criminais, posteriormente tornadas sem efeito por conta de uma inimaginável e tardia declaração de incompetência da 13ª Vara Criminal de Curitiba, a pretexto de que Lula deveria ter sido julgado em Brasília, onde morava à época dos gravíssimos crimes por ele cometidos.

DECISÃO POLÍTICA – Devemos recordar que a chamada “descondenação” de Lula, em 2021, não foi um julgamento meramente jurídico, porque resultou numa claríssima “decisão política” do Supremo, através de equivocadas “reinterpretações” de leis, e tudo sob medida para possibilitar a candidatura de Lula, por ser considerado o único político capaz de derrotar Bolsonaro e evitar o golpe militar, que já estava sendo esboçado.

Assim, as condenações do ex-presidente foram estrategicamente anuladas, sem que a Justiça reconhecesse sua inocência. Portanto, embora o apresentador William Bonner tenha afirmado a Lula que “o senhor nada deve à Justiça”, isso não é verdade, porque o político petista está destinado a ter dívidas não saldadas com a Justiça enquanto estiver vivo.

Recorde-se que há alguns anos Bonner revelou que produz telejornais “para espectadores tipo Homer Simpson”. E agora ficou claro que continua a fazê-lo.

acervo presidencial | Enio Meneghetti

Escultura árabe em ouro maciço que Lula afirma lhe pertencer

EM MÁ HORA – O julgamento desse processo de Lula ocorre, coincidentemente, quando o Brasil acompanha estarrecido, dia e noite, noticiários detalhando como as joias da Arábia Saudita acabaram aterrissando no Brasil em benefício do ex-presidente Jair Bolsonaro e de sua esposa Michelle, enroscando na ilegalidade ex-ministros, assessores e militares subordinados.

É uma vergonha, um “despudoramento” que faz corar qualquer presidiário batedor de carteira ou ladrão de celular. Assim, Bolsonaro está repetindo os mesmos erros de Lula e Dilma, que tiveram de devolver ao Patrimônio da Presidência 472 peças que haviam usurpado, vejam a que ponto chega a ganância desses políticos.

Todavia, não se surpreenda, não se iluda. Esta informação sobre o próximo julgamento de Lula você não leu em nenhum jornal nem viu nas telas de nossos canais de televisão, porque a grande mídia está cooptada, aguardando as gordas verbas publicitárias que o candidato petista prometeu, em nome da liberdade de imprensa.

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P.S. 1 – Como se sabe, deixar de  informar sobre um fato importante é uma forma de contribuir para a desinformação. Mas quem se interessa?

P.S. 2 – Como o tema é da maior relevância e a grande imprensa está blindando o processo de Lula, vamos voltar ao assunto amanhã, sempre com informações absolutamente exclusivas. E o resto é folclore, como diz nosso amigo Sebastião Nery. (C.N.)

EXCLUSIVO: Dizer que Lula nada deve à Justiça é um grave erro de avaliação

GrandeSantaRosaNotícias.com

Charge do Schmck (Arquivo Google)

Carlos Newton

Apesar de estar usufruindo a glória de voltar a exercer a Presidência da República, o inferno astral de Lula da Silva ainda não terminou. Nesta segunda-feira, dia 20, este assunto será o tema principal da Tribuna da Internet, com importantes informações sobre Lula, em absoluta exclusividade.

É nitroglicerina pura, mas não deverá atrapalhar a agenda de Lula fora do Brasil, embora com certeza  venha de novo a manchar a biografia do atual presidente brasileiro, que nos últimos anos tem sido inutilmente lavada, enxaguada e alvejada por alguns destacados membros dos três Poderes e pela isenta e nada monetarista grande imprensa.

VIAGEM AO EXTERIOR – Aliás, o presidente brasileiro se prepara para viajar à China e já foi convidado oficialmente para fazer uma escala nos Emirados Árabes, cujos sheiks adoram agradar aos governantes estrangeiros. Portanto, Lula precisa ter cuidado com os presentes dos árabes, para não repetir os erros de Bolsonaro.

Bem, prepare-se, pois as informações que daremos aqui na Tribuna não serão divulgadas em nenhum jornal ou canal da TV aberta, como de costume.  Mas este Blog foge à regra, porque é mesmo  independente, a serviço de quem não se esconde para fugir à realidade.

Depoimento do coronel Naime mostra que militares são blindados e PMs injustiçados

Naime diz que havia “máfia do Pix” e tráfico no acampamento em frente ao QG  | Metrópoles

Coronel Naime liderou a prisão de mais de 400 vândalos

Roberto Nascimento

Impactante o depoimento do coronel Jorge Eduardo Naime, principalmente quando abordou o triste papel desempenhado pelo general Dutra de Menezes, que era comandante militar do Planalto. As Forças Armadas ficaram muito mal no episódio, pois o depoimento do então comandante de Operações da PM do Distrito Federal aponta para as condutas equivocadas do Exército.

O fato concreto é que o Exército se posicionou em defesa dos vândalos que já haviam se revoltado em 12 de dezembro, quando Lula foi diplomado presidente eleito da República.

EXÉRCITO PROTEGEU – Já está mais do que comprovado que os vândalos estavam circulando livremente no acampamento em frente ao Quartel General, conhecido como Forte Apache, onde receberam proteção do efetivo militar do Exército, exposta na foto emblemática dos tanques de guerra direcionados para os soldados da PM, fato que foi abordado no importantíssimo depoimento do coronel Naime, que liderou a prisão de mais de 400 vândalos no dia 8 de janeiro.

Diante dessa realidade inquestionável, advogo a tese de soltura imediata dos policiais militares presos, por questão de justiça e isonomia, porque nenhum integrante das Forças Armadas foi preso, embora se saiba abertamente suas condutas em pró dos vândalos Bolsonaristas.

Por essa razão, a despolitização dos militares, que está sendo conduzida pelo ministro da Defesa, José Múcio, é medida urgente, para a defesa do regime democrático de Direito.

E OS HOTÉIS – Importante destacar, ainda, que a informação do coronel Naime, de que os líderes do movimento golpista fugiram para hotéis, enquanto os manifestantes que os acompanharam no vandalismo do dia 12 de dezembro se refugiavam novamente no acampamento em frente ao QG do Exército.

Assim, os investigadores da Polícia Federal agora têm uma ferramenta para identificar as lideranças pagas para executar a desordem visando um golpe de estado. Precisam requerer aos donos dos hotéis a ficha completa dos hóspedes e as imagens de suas câmeras de vigilância.

Se ainda não tomaram essa providência, estão esperando o quê? Não podemos acreditar que na própria Polícia Federal haja boicote às investigações na

MINISTRO DA MINUTA – O delegado federal Anderson Torres, na condição de ministro da Justiça recebeu a minuta do golpe, conforme foi flagrado pela Polícia Federal, teve assim indicada uma suposta participação nos atos golpistas.

Como se sabe, tudo começou em 12 de dezembro, primeiro com badernas, ataque a posto de gasolina, queima de ônibus e carros em Brasília. Depois, na tentativa de explosão de uma bomba no aeroporto de Brasília visando provocar o caos e uma intervenção militar. E por último, a depredação dos prédios do Congresso, do Supremo e do Planalto.

A participação do ex-ministro da Justiça está sendo investigada pela Polícia Federal. Até agora, o homem da minuta golpista vem matando no peito e não deixou a bola cair no colo daqueles que elaboraram a minuta, dos que a receberam e também de quem mandou produzir o documento golpista.

ARRISCAR A CARREIRA – Será que o delegado Anderson Torres  vai arriscar sua carreira na Polícia Federal e insistir em proteger os golpistas da República?

O depoimento prestado pelo ex-ministro sobre os fatos não exibiu nenhuma relação de causa e efeito. São declarações tão absurdas e sem nexo causal que contribuem para o julgador seguir o caminho da culpabilidade.

Vamos ver se Anderson Torres permanecerá nessa toada ou falará a verdade. Afinal, não está descartada uma delação premiada, que lhe preserve o emprego público e garanta sua aposentadoria, pois ainda não completou tempo de serviço.

Assim como o próprio país, a imprensa está vivendo uma fase altamente negativa

ReproduçãoCarlos Newton    /   Ilustração: Alexandre Beck

Conversando com um grande amigo, ele fez reflexões que me incomodaram intensamente. Reclamou que o planeta Terra corre sérios riscos de não só implodir ecologicamente, mas até mesmo explodir, em virtude da guerra-invasão da Rússia contra a Ucrânia, das instabilidades diplomáticas entre China e Estados Unidos, do crescente descrédito do sistema bancário-financeiro internacional, com reflexos em outros países.

Disse também que o capitalismo brasileiro está desmoralizado, com os empresários mais ricos do país (Lemann, Sicupira e Telles) dando golpe na praça nas inexplicáveis inconsistências contábeis de cerca de R$ 50 bilhões não auditadas nos balanços das Lojas Americanas.

MAIS PROBLEMAS – Referiu-Se à tragédia que destruiu parte do Litoral Norte, em São Paulo, com mais de 50 mortos e prejuízos bilionários, sem recomposição e previsão de reconstrução urbana, a curto prazo. E citou também o quase extermínio sofrido por indígenas ianomâmis, a profusão de ministérios para negociações.

Tudo isso para reclamar que o assunto mais divulgado na imprensa é a ilegalidade do apossamento de joias e presentes recebidos por Jair Bolsonaro, na condição de presidente da República, em valores próximos a R$ 20 milhões.

Disse que há telejornais que repetem a matéria o dia inteiro, transformando o espectador em um idiota. E pior, será que Michelle sairá candidata à presidência da República em 2026? “Menos, por favor…”, pediu o amigo, como se eu fosse responsável por esse comportamento dos jornalistas.

NADA DE NOVO – Respondi que a imprensa é assim mesmo. Lembrei a célebre obra do economista John Kenneth Galbraith, “A Era da Incerteza”, na qual ele dedica um capítulo inteiro a analisar as distorções da imprensa, cujo principal objetivo é simplesmente causar impacto.

Além disso, há os interesses financeiros. Com a volta de Lula, que distribui generosas verbas de publicidade, a corrupção saiu do radar das principais publicações, que hoje são absolutamente contra a Lava Jato e aceitam passivamente a libertação de Sérgio Cabral, vejam a que ponto chegamos.

Não há tempo e espaço para manter acesa a crítica à imoral transferência de bilhões para emendas parlamentares. Em busca de faturamento com a publicidade estatal, a imprensa inteira apoia a possível nomeação do advogado e particular amigo de Lula, Cristiano Zanin, para ocupar uma vaga na Suprema Corte.

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P.S.
 – As notícias que meu grande amigo comentou são todas deprimentes e me senti arrasado. Ao se despedir, ele citou mais uma, dizendo que a imprensa faz pouca carga contra as nomeações de esposas de ministros do governo Lula para o exercício do cargo de conselheiras de Tribunais de Contas estaduais, sinecuras vitalícias, com mais de R$ 40 mil por mês. E arrematou, dizendo que o fato de o jornalista William Bonner ter afirmado a Lula, em nome da TV Globo, “que o senhor nada deve à justiça”, não pode ser interpretado como um habeas corpus permanente para o cometimento de abusos por ação ou omissão no exercício do mandato presidencial, como a intenção de nomear o próprio advogado para o Supremo, com apoio da imprensa. “Realmente, é demais”, respondi. (C.N.)

Lula e Haddad nada entendem sobre o capitalismo sem risco dos bancos no Brasil

Arquivo para Charges - Página 55 de 135 - Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e Região

Charge do Bier (Arquivo Google)

Carlos Newton

Os pensadores Karl Marx e Friedrich Engels, com impressionante precisão, há cerca de 150 anos previram que o capitalismo chegaria à fase do “rentismo”, expressão criada por eles, quando o capital passaria a gerar lucro apenas financeiramente, sem nada produzir, sem gerar empregos, sem distribuir renda. Seria um capitalismo sem risco, com desvirtuamento absoluto das magistrais teorias do mestre Adam Smith.

Marx e Engels eram pensadores absurdamente geniais, porém é necessário filtrar seus pensamentos, para adaptá-los às transformações sofridas pela humanidade com a criação dos direitos trabalhistas e sociais, que começaram a humanizar o chamado capitalismo selvagem.

BEM-ESTAR SOCIAL – Marx e Engels achavam que o rentismo seria a fase derradeira do capitalismo, mas não é exatamente isso que está acontece. A resposta aos males do capitalismo foi o desenvolvimento do socialismo democrático, cuja grande meta é o ansiado Estado do Bem-Estar Social.

Em alguns países, houve avanços extraordinários neste sentido, mas o sonho ainda não foi concretizado em nenhuma nação, porque essa meta humanitária somente será conseguida quando o atendimento à educação e à saúde forem totalmente universalizados, sem privilégios de escolas particulares e planos de saúde, para garantia de direitos e oportunidades iguais para todos, na democrática concepção da meritocracia.

Bem ou mal, pode-se dizer que a humanidade caminha para conseguir harmonizar capitalismo e socialismo, mas isso ainda vai demorar muito e nenhum de nós estará aqui para presenciar.

ADAM SMITH TINHA RAZÃO – Não pode existir capitalismo sem risco. Esta máxima de Adam Smith sobrevive a tudo, porém Marx e Engels acreditavam que não iria resistir ao rentismo, devido às pressões sociais que seriam desencadeadas.

O rentismo, porém, não se concretizou na forma idealizada pelos criadores de “O Capital”, porque também inclui riscos em praticamente todos os países desenvolvidos. Mas o Brasil resolveu ser uma das exceções e transformou o rentismo num grande negócio, por estar sendo mantida, por décadas, uma política oficial de prática de juros básicos sempre acima da inflação.

Interessante notar que este longo ciclo somente foi quebrado em agosto de 2020, quando o Banco Central passou a praticar juros negativos, abaixo da inflação, durante seis meses seguidos. É claro que essa política ortodoxa revoltou os rentistas, que passaram a cobrar a cabeça do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. E até hoje o fazem.

CAPITALISMO SEM RISCO – O pior é que essa discussão sobre os juros positivos ou negativos da taxa básica Selic é estéril e histérica. O que se precisa debater são as “operações compromissadas”, que depois da crise do Proer, no governo FHC, conseguiram no Brasil a eternização de um sistema de overnight (juros diários), que não é praticado em nenhum país que mereça respeito. Nos Estados Unidos, por exemplo, não se faz mais esse tipo de “operações compromissadas”.

São essas operações financeiras que garantem aos bancos um rentismo próprio, que os demais investidores não podem praticar.

É por isso que no Brasil os bancos são completamente imunes a crises e todo ano estão sempre entre os mais lucrativos do mundo.

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P.S. 1
 – Essa distorção do capitalismo de Adam Smith provoca perguntas que ninguém responde: Por que os bancos brasileiros devem operar sem risco? Por que estão imunes a crises e não foram afetados nem mesmo pela recente pandemia? Por que não se discute essa aberração?

P.S. 2 – É claro que se trata de uma situação insustentável a longo prazo, porque a lucratividade exagerada e garantida dos bancos tem base no aumento da dívida pública, que é paga pelo cidadão-contribuinte-eleitor, como dizia Helio Fernandes. O pior é que o presidente Lula da Silva e o ministro Fernando Haddad, que poderiam fazer algo a respeito, não têm a menor noção do que sejam as “operações compromissadas”, neste overnight tropical. Na verdade, Lula e Haddad são dois inocentes úteis, como se dizia antigamente, e os banqueiros os manipulam com a maior facilidade. Mas quem se interessa? (C.N.) 

Informações relevantes, em estilo curto e grosso, sobre fatos da política e do cotidiano

Após intervenção de Bolsonaro, Ibaneis Rocha e Flávia Arruda oficializam  chapa no DF | Exame

Ibaneis soube aguardar com paciência a decisão da Justiça

Vicente Limongi Netto

“Ibaneis Rocha voltou”, cantarolam os novos amigos de infância do governador do Distrito Federal . Políticos brasilienses disputando, quase no tapa, para ver quem primeiro “pediu” o retorno do governador ao cargo. São dissimulados, demagogos e hipócritas. Ibaneis está emocionado e impressionado com o assédio dos bajuladores.

Oceanos de elogios à governadora interina, Celina Leão, pela postura democrática e isenta na ausência de Ibaneis. Apaniguados já colocaram nela a faixa de governadora, em 2026. Creio que Celina não fez mais do que cumprir seu dever.

INTELIGÊNCIA ZERO – O senador Renan Calheiros afirma, convicto, que faltou ao país, um serviço de informações moderno e qualificado, para evitar os atentados golpistas de 8 de janeiro. O equipamento adquirido pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) foi utilizado para outros fins.

E Brasília está em suspense, porque serão cenas repugnantes e patéticas, prato cheio para adversários políticos, quando os advogados devolverem para a Policia Federal as joias milionárias que Bolsonaro, com a maior cara lambida, levou para casa.

Outra notícia negativa é sobre a professora Edmar Sônia, que ganhou, em sala de aula, um pacote de esponja de aço. Ela fez pouco caso da atitude covarde e claramente racista do aluno. A pouca firmeza da professora estimulará novos casos semelhantes de canalhice.

PAI E FILHO CRIMINOSOS – A nação espera que o desembargador corrupto Cândido Ribeiro, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), em Brasília, e o filho, advogado Ravik de Barros Bello Ribeiro, , envolvidos em vendas de sentenças para traficantes, sejam punidos severamente pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) e pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Aposentar o magistrado que desonra o cargo, dando-lhe salário integral sem trabalhar, e apenas suspender a carteira do filho na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), não significam punição, mas a completa desmoralização da boa e digna justiça.

E os brasileiros, já massacrados com tantas impunidades, ficarão conscientes de que, para punir magistrados e advogados criminosos, no Brasil não existe Justiça.

OUTRAS NOTÍCIAS – A Polícia Federal já sabe que o milionário patife Robinho está numa boa e se diverte joga futevôlei em Santos. Mas pode faltar pouco para começar a praticar o esporte na cadeia, se a Justiça brasileira acordar e desfazer a impunidade dele.

A lavada do Brasiliense para o Botafogo, por 7/1 ,lembra outro fiasco memorável e cruel, o 7/1 do Brasil, na Copa de 2014, para a Alemanha. E assim o “Jacaré” candango entrou para a história pelo avesso;

Por fim, uma boa notícia: o presidente da Confederação Nacional do Comércio, Roberto Tadros, entregou ao vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, o documento “Propostas e recomendações do Sistema Comércio para o desenvolvimento do país”. Pode ser que o governo se inspire…

Piada do Ano! Biden diz que os prejuízos dos bancos não serão pagos pelos contribuintes…

Phil Angelides Delved Into the Root of the Housing Crisis. Now He Builds  Homes - WSJ

Angelides lamenta que nenhum banqueiro seja punido

Carlos Newton

Ao contrário da filial Brazil, na matriz U.S.A. não existe capitalismo sem risco e o governo tem de evitar o chamado efeito dominó. Em apenas uma semana, três bancos foram à falência — Silvergate, Silicon Valley e Signature. Assim, a Casa Branca e o FED (Banco Central) estão segurando a descarga, exatamente como aconteceu em 2008, na crise do Subprime (hipotecas imobiliárias).

Aqui na filial Brazil era a mesma coisa. Lembram do Proer, que socorreu os bancos no governo FHC? De lá para cá, porém, sucessivos governos aumentaram os privilégios dos bancos brasileiros, que passaram a saborear um capitalismo financeiro sem risco.

ANTES OU DEPOIS – Na matriz e na filial, no final dessas crises, quem paga a conta é sempre o cidadão-contribuinte-eleitor, como dizia Helio Fernandes. A diferença é que no Brasil a conta está sendo paga preventivamente pelos contribuintes, para possibilitar que os bancos obtenham lucros absurdos em qualquer situação e sejam imunes a crises. Na matriz a conta é sempre paga posteriormente, para evitar o prolongamento da quebradeira.

Em 2008, o governo dos Estados Unidos teve de gastar US$ 700 bilhões em dinheiro público para salvar o sistema financeiro, e a fatura dessa crise aterrissou no colo dos contribuintes, é claro. Quando se fala em recursos públicos, é sempre fruto dos impostos que pagamos.

Lá na matriz, os banqueiros infratores escaparam da Justiça. Uma reportagem de Mariana Bomfim no portal UOL, enviada à Tribuna elo comentarista Pedro Araújo, mostra que a indignação dos norte-americanos cresceu diante do resultado das investigações sobre executivos de alto escalão dos bancos que estiveram no centro da crise.

TODOS IMPUNES – Apesar de os bancos terem recebido multas pesadas, ninguém foi preso nem julgado, civil ou criminalmente, de acordo com Phil Angelides, tesoureiro do Estado da Califórnia, que presidiu a comissão federal que investigou a crise de 2008.

“Foi como se os bancos tivessem cometido infrações em massa, mas sem que aparentemente nenhum banqueiro estivesse envolvido”, disse Angelides à agência de notícias France Press.

Revoltada, a população foi às ruas e protestou em diversas cidades dos EUA, no desfecho de um embate entre quem achava que era necessário salvar os bancos e quem achava que, se o governo os ajudasse, criaria um incentivo para que os banqueiros continuassem tomando decisões arriscadas, o que continuou acontecendo.

OPERAÇÃO-RESGATE – Quatorze anos depois, após a quebra de três bancos em uma semana, o presidente Joe Biden tenta acalmar o mercado e abre os cofres do governo ao FED (Banco Central americano).

“Os americanos podem confiar em que o sistema bancário é seguro. Seus depósitos estarão lá (disponíveis) quando precisarem deles”, declarou Biden, lançando uma Piada do Ano, ao dizer que esta conta não será paga pelo contribuinte, mas pelo seguro dos depósitos bancários.

O presidente sabe muito bem que lá na matriz esse seguro só preserva depósitos a vista e determinadas aplicações até US$ 250 mil (aqui na filial, a garantia é de R$ 250 mil, apenas para depósitos, poupança e CDB). Isso significa que muitas empresas e investidores vão perder dinheiro grosso, não importa o que Biden prometa.

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P.S. 1 –
 O próprio FED calcula que a crise do Subprime em 2008 deu um prejuízo de US$ 70 mil a cada americano, total a ser pago no decorrer da vida de cada um, em média.  

P.S. 2 – “Vou pedir ao Congresso e às autoridades financeiras que endureçam as regras para os bancos, para que seja mais improvável que esse tipo de quebra bancária se repita”, disse Biden, culpando os republicanos por derrubarem, durante o mandato de Donald Trump, as salvaguardas introduzidas após o colapso financeiro de 2008.

P.S. 3 – Em meio a essa “bagunça”, como definiu Biden, o editor da Tribuna da Internet é acometido por profundas dúvidas. Para que servem os bancos comerciais? Afinal, a manipulação do dinheiro é uma atividade tão importante que jamais deveria visar ao lucro. Este é um tema-tabu, que ninguém admite discutir, mas eu considero que a estatização dos bancos seja o que de melhor poderia acontecer para preservar o capitalismo verdadeiro de Adam Smith, que jamais admitiria alguma atividade econômica sem risco, como acontece com os negócios bancários na filial Brazil. Vejam como o assunto é apaixonante, e logo voltaremos a ele. (C.N.)

Um país como o Brasil, que abandona as crianças, não demonstra preocupação com o futuro

As crianças leitoras do lixo de Rio Doce | Combate Racismo Ambiental

Crianças folheiam revista e livros que acharam na lixeira

Vicente Limongi Netto

Crianças atropeladas por canalhas irresponsáveis. Crianças nas ruas, passando frio e fome. Pedindo esmolas. Crianças morrendo em enchentes e deslizamentos de terras. Crianças esmagadas pela dor.  Sem amor e esperanças. Crianças chorando, desesperadas, distantes ou separadas dos pais, nos conflitos entre países.  Crianças vítimas de estupradores. Crianças que assistem pais serem assassinados. Crianças morrendo nas filas dos hospitais e em tiroteios nas escolas. Para onde vamos? Onde chegamos?

O grande escritor e filósofo Albert Camus tinha razão, nada mais escandaloso do que criança morta. Crianças infelizes, sem educação, sem futuro. Crianças que só conhecem amarguras, isoladas de alegrias. Distantes do que realmente merecem e têm direito — amor, carinho, alimentação, respeito, conforto e educação.

ZICO E GÉRSON – A imprensa debulhou-se em alegrias e lágrimas, pelos 70 anos de idade do ex-jogador Zico. Nada contra o Galinho. Embora Zico tenha jogado três copas, sem ganhar nenhuma. Pelo contrário.

Mas, a meu ver, lamentável sob todos os aspectos é que a imprensa esportiva não tenha dado o menor destaque aos 82 anos do eterno e cerebral canhotinha de ouro do tri, no México. O fim da picada. Imperdoável e rigorosa falta de consideração, respeito e apreço por um cidadão exemplar e eterno craque que encantou torcedores do mundo inteiro, com futebol vistoso e inteligente.

Até hoje, passados quase 60 anos, o badalado futebol penta campeão do mundo ainda não tem um meia armador da qualidade técnica de Gerson. Triste e inquestionável constatação. Naquela copa, em 1970, depois de Pelé, Gerson foi eleito do melhor jogador da competição. Gerson é comentarista do rádio Tupi, tem canal no Youtube e foi campeão por todos os clubes que jogou, Flamengo, Botafogo, Fluminense e São Paulo. O Brasil deve muito a ele.

Quebrar a estatueta de ouro para caber na mochila prova a má-fé do ex-ministro

Governo Bolsonaro tentou trazer ilegalmente ao Brasil joias avaliadas em R$ 16,5 milhões

Ministro mandou quebrar a estatueta para caber na mochila

Carlos Newton

Passado o escarcéu dos primeiros dias, pode-se agora raciocinar com mais calma sobre o comportamento do então presidente Jair Bolsonaro, que se comportou exatamente como seus antecessores Lula da Silva e Dilma Rousseff. Ao deixar o governo, os presidentes petistas se apossaram de bens que eram do Patrimônio da União e foram obrigados pelo Tribunal de Contas da União a devolver 472 itens que haviam  usurpado, como se lhes pertencessem, mas o TCU esqueceu de pedir a condenação penal que desmoralizaria esse tipo de governantes.

Pobre que furta uma linguiça para comer é rotulado de ladrão, mas ex-presidentes podem furtar milhões e nada lhes acontece, rigorosamente nada. Aliás, se Lula e Dilma tivessem sido condenados por peculato, com pena de 2 a 12 anos de prisão de e multa, Bolsonaro não teria enveredado pela mesma trilha criminosa, certamente o fez porque sabe que escapará incólume.

CRIMES COM AGRAVANTES – O peculato é um crime cometido por funcionário público que, em razão do cargo, tem a posse de bem público, e se apropria dele ou o desvia, em benefício próprio ou de terceiros. Está descrito no artigo 312 do Código Penal.

No caso de Lula e Bolsonaro, há circunstâncias agravantes. O petista, por exemplo, tinha pleno conhecimento de que os bens furtados eram valiosos. Tanto assim que os guardou no cofre-forte de uma agência bancária em São Paulo.

Governo Bolsonaro tentou trazer ilegalmente ao Brasil joias avaliadas em R$ 16,5 milhões

Esta é base da estatueta de ouro que foi quebrada

No caso de Bolsonaro, houve cumplicidade do então ministro Bento Albuquerque, um almirante de águas turvas, que sabia que se tratava de peças valiosas e que não poderiam ser declaradas à Alfândega, para sonegar impostos, e por isso as dividiu entre dois servidores e até mandou que quebrassem as patas da estatueta equestre de ouro, para que coubesse na mochila. Para o ministro, a estatueta não tinha valor, somente se interessava pelo ouro, vejam a que ponto chegamos.

PROVAS MATERIAIS – No caso de Bolsonaro e Albuquerque, trata-se de crimes com fartas provas materiais, que incluem as pressões feitas a funcionários da Receita Federal.

As investigações mal começaram, mas já se sabe quase tudo. Por exemplo: desde o início do governo, Bolsonaro já agia assim, pois em 2019 se apossou de estojo de joias recebido de governantes sauditas, com os quais o Brasil iria negociar a venda de uma de suas mais tradicionais refinarias de petróleo.

Nesta próxima quarta-feira (dia 15), o TCU deve determinar a realização de uma auditoria para examinar a situação de todos os presentes dados a Bolsonaro nos quatro anos de mandato – e não só essas joias enviadas pela Arábia Saudita.

Governo Bolsonaro tentou trazer ilegalmente ao Brasil joias avaliadas em R$ 16,5 milhões

Quebra da estatueta exibe o caráter do almirante

PEÇAS MUITO VALIOSAS – Essa auditoria do TCU vai dar o que falar, porque Bolsonaro rotulou como “bens de uso personalíssimo” muitos itens de alto valor, que incluem outros presentes de sauditas e governantes estrangeiros.

A lista do acervo pessoal do ex-presidente inclui itens estranhos, como um fuzil e uma pistola, além de outras peças certamente são valiosas e precisam ser incorporadas ao Patrimônio da União, como 44 relógios, sendo 8 de parede, 74 facas e 54 colares.

Já afirmamos aqui a maioria desses objetos tem alto valor, não se trata de itens considerados personalíssimos, como bonés, sapatos e uniformes de clubes esportivos. É evidente que ninguém iria presentear o presidente da República com relógios populares, facas de cozinha ou colares comprados no camelódromo. Presenteá-lo com facas seria até uma ofensa. depois de Bolsonaro ter sido esfaqueado. Ou seja, onde se leem facas, pode-se ler adagas e espadas.

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P.S. 1
 – Quando assinalamos que Lula e Bolsonaro são iguais, há muitos comentaristas que protestam. Infelizmente, porém, não podemos desprezar os fatos. O que se constata é que nenhum dos dois está preparado – moral ou intelectualmente – para ser presidente da República.

P.S. 2 – Na minha opinião, tudo é possível, inclusive Bolsonaro ter combinado com Albuquerque lhe dar parte dos presentes — e assim o ministro ficaria com o broche que sumiu do estojo de joias e com a estatueta. Mas o almirante de águas turvas ficou com medo da Alfandega, trouxe consigo apenas o broche, que poderia ocultar na carteira, e mandou quebrar a estatueta, para caber na mochila do assessor. Se a estatueta tivesse de ser entregue a Bolsonaro no Brasil, é óbvio que Albuquerque jamais a danificaria. E como o almirante já deu três versões, esta seria apenas a quarta. (C.N.)

Acervo pessoal de Bolsonaro tem outros presentes valiosos que ele “incorporou”

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Charge de Marilia Marz (Folha)

Carlos Newton

Excelente reportagem de Marcelo Rocha, na Folha, revela que o acervo pessoal de Jair Bolsonaro (PL), acumulado em sua passagem pela Presidência da República vai muito além do pacote enviado pela Arábia Saudita com relógio, caneta, abotoaduras, anel e rosário, tudo em ouro, trazido na bagagem da missão chefiada pelo ex-ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque àquele país em outubro de 2021.

Em quatro anos de mandato, Bolsonaro colecionou 19.470 itens, segundo uma lista elaborada pela Presidência para atender a pedidos feitos via Lei de Acesso à Informação. A maior parte, cerca de 5 mil peças, são livros, documentos e fotografias.

HÁ ITENS VALIOSOS – A lista inclui itens que podem ser valiosos e devem ser incorporados ao Patrimônio da União, entre eles 44 relógios, sendo 8 de parede, 74 facas e 54 colares. E praticamente todos são peças de alto valor. É evidente que ninguém iria presentear o presidente da República com relógios populares, facas de cozinha ou colares comprados no camelódromo,, especialmente depois de ter sido esfaqueado.

Mas a grande maioria é de peças que devem ser consideradas personalíssimas, como 112 gravatas, 618 bonés, 448 camisas de futebol e 245 máscaras de proteção facial, além de munição e até colete à prova de balas.

Diz o repórter Marcelo Rocha que na listagem constam outros presentes ofertados pelo governo da Arábia Saudita, mas a relação disponível não possibilita saber mais detalhes, como a grife, e estimar seus preços.

OUTRO ESTOJO DE JOIAS – Um primeiro presente foi recebido em 2019 e entrou para o acervo presidencial no dia 11 de novembro daquele ano, pouco depois de uma viagem de Bolsonaro ao país.

Segundo o documento, esse kit era similar ao que foi recentemente incorporado ao acervo: continha um relógio, abotoaduras, um anel, uma caneta e um tipo de rosário — mas não é possível saber se é da mesma grife de luxo.

Boa parte dos presentes entregues ao ex-mandatário por empresas, populares, autoridades nacionais e estrangeiras pode ser composta por mimos simbólicos. Mas, como não há detalhamento de valores, não é possível identificar eventuais outros itens de luxo além das joias sauditas trazidas por Albuquerque.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Vejam como Bolsonaro e Lula se parecem, pois são infantis e gananciosos. Com total desfaçatez, assumiram os valiosos presentes recebidos, como se fossem seus. Lula foi obrigado a devolver e entrou na Justiça, pedindo de volta as joias e peças de arte apreendidas, inclusive diversas estatuetas, espadas e adagas de ouro,  cravejadas de brilhantes e pedras preciosas. Tenho em meu poder a lista apresentada à Justiça Federal pelo advogado Cristiano Zanin, com a descrição de cada peça. No caso de Bolsonaro, depois de dizer que não ganhou nada nem recebeu nada, agora só falta ele também entrar na Justiça, imitando Lula(C.N.)

Inflação acelera e a desigualdade social aumenta — este é o retrato de um país dividido

Desigualdade social cresce mais no Brasil do que em outros países, aponta  FGV

Desigualdade social vem aumentando progressivamente

Carlos Newton

O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) anuncia, pela enésima vez, que a inflação oficial do Brasil aumentou. Desta vez, acelerou para 0,84% em fevereiro, com a pressão dos reajustes da área de educação. É o que apontam os dados do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) divulgados nesta sexta-feira. A oscilação do índice oficial de inflação veio acima da mediana das projeções do mercado financeiro.

Segundo o repórter Leonardo Vieceli, da Folha, analistas consultados pela agência Bloomberg projetavam inflação de 0,78% em fevereiro, e o IPCA havia subido 0,53% na divulgação anterior.

ACIMA DA META – Para tentar conter a inflação, o BC vem deixando a taxa básica de juros (Selic) em 13,75% ao ano. Ao esfriar a demanda por bens e serviços, a medida busca frear os preços e ancorar as expectativas para o IPCA. Mas não está dando resultados, e o próprio presidente da República exige que o Banco Central aumente a meta de inflação e reduza os juros.

No caso atual, trata-se de inflação generalizada, porque, dos 9 grupos de produtos e serviços do IPCA, 8 tiveram alta em fevereiro, informou o IBGE. E o problema maior veio da educação.

Esse segmento foi responsável pelo maior impacto no índice, de 0,35 ponto percentual, e pela maior variação, de 6,28%. É a taxa mais alta desde fevereiro de 2004 (6,70%), disse o IBGE. Dentro do grupo, os cursos regulares subiram 7,58%, puxados por ensino médio (10,28%), ensino fundamental (10,06%), pré-escola (9,58%) e creche (7,20%), tudo subindo acima da inflação.

EXPECTATIVA DE INFLAÇÃO – Normalmente, essa alta de educação fica indexada ao próprio IPCA, ou seja, o reajuste das mensalidades era baseado na inflação do ano anterior”, afirmou Pedro Kislanov, gerente da pesquisa do IBGE. Mas desta vez não foi isso que aconteceu, porque a expectativa de inflação é um dos fatores mais importantes para alta de preços, e Lula foi criticar o BC em péssima hora.

Em tradução simultânea, sempre que o governo rompe o teto de gastos, como Bolsonaro fez no final do mandato, com o pacote de bondades eleitorais, e Lula repetiu no início de sua gestão, com a PEC da Gastança, o Banco Central tem de aumentar os juros para conseguir vender títulos e financiar o consequente aumento da dívida pública.

Governantes sem conhecimento econômico e desclassificados como Bolsonaro e Lula não conseguem entender essa equação simples. E suas assessorias tudo fazem, menos contrariar as asneiras presidenciais.

ONDE ESTÁ A SAÍDA? – Não há alternativas. Só existe uma saída, que é enxugar a máquina estatal, reduzir drasticamente as despesas, para acumular superávits primários que possam diminuir a dívida pública e aumentar investimentos, para possibilitar que o governo melhore a qualidade de vida da população.

O problema é que os três Poderes defendem seus privilégios salariais e funcionais com unhas e dentes, pouco se interessam pelo que acontece ao resto do país, e a desigualdade social só faz aumentar, ampliando cada vez mais a enorme distância entre os maiores salários e os menores.

Além disso, os políticos brasileiros não vivem sem cargos públicos e sem verbas públicas, levando os governantes a incharem a máquina administrativa.

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P.S. – A superlotação dos três níveis de governo e os altíssimos salários dos servidores públicos de elite são problemas gravíssimos, que precisam ser discutidos. Porém, isso jamais acontece, porque ninguém se interessa. (C.N.)