
Lula e Marina não conseguem chegar a uma conclusão
Maria Hermínia Tavares
Folha
O meio ambiente não faz parte das prioridades do governo neste meio de mandato com sabor de fim de festa. E isso apesar da presidência da COP30; da queda do desmate —fruto do trabalho do ministério conduzido por Marina Silva para recuperar capacidades estatais destruídas pelo governo Bolsonaro; e do ambicioso Plano de Transição Ecológica lançado em 2024 por Fernando Haddad.
Apoiado numa coalizão de partidos tão extensa quanto frágil e enfrentando um Congresso insubmisso e de maioria conservadora, o presidente Lula parece apostar as fichas que lhe restam em projetos com potencial para render apoio imediato do público e retorno eleitoral no ano que vem.
DUAS DISCUSSÕES – A política ambiental não lhe garante nem uma coisa nem outra. Ainda assim, é de suma importância. De fato —além da urgência de proteger a riqueza socioambiental do incansável assédio dos que extraem benefícios imediatos da devastação—, há duas questões cuja discussão é inescapável.
As respostas que prevalecerem definirão as feições da economia brasileira e o rumo de seu desenvolvimento: predatório ou sustentável.
A primeira delas diz respeito ao papel do petróleo na transição a uma economia de baixo carbono. A segunda se refere à mineração, em especial de minerais críticos (lítio, nióbio, tântalo, grafite, cobalto) e terras raras, cujo papel é essencial em indústrias de alta tecnologia; na produção de energia renovável e de artefatos de defesa.
DIFÍCIL DE RESOLVER – Essas questões são difíceis de resolver, pois dividem a sociedade, as elites políticas e o próprio governo federal. Não admira. Afinal, desnudam a contradição entre, de um lado, a maximização de benefícios imediatos e concentrados e, de outro, as consequências de impacto difuso e de longo prazo.
Por exemplo, a exploração de petróleo na Foz do Amazonas, caso se mostre viável, trará rendas adicionais para o estado do Amapá, um dos mais carentes do país, embora tenda a gerar consequências nefastas para o equilíbrio ecológico da região.
Ou ainda, se a mineração em terras indígenas não tiver regras claras, fornecerá insumos à indústria e à exportação, mas causará destruição ambiental, além de desorganizar a vida das populações originárias.
DOIS PRESSUPOSTOS – Sem um marco regulatório adequado e incentivos que premiem as práticas não predatórias, o resultado só poderá ser devastação. À regulação virtuosa só se chegará —caso se chegue— pelo diálogo e negociação entre todos os interesses envolvidos, hoje divididos em campos inimigos.
E esse diálogo só será viável se promovido por um governo dotado da visão estratégica do crescimento sustentável. Eis uma tarefa que a ministra Marina Silva, com toda sua competência e firmeza de caráter, não terá como dar conta sozinha.
Eis porque o PL 2.159/21, como saiu do Senado, é um mau começo.
MODELO PREDATÓRIO – Ao rasgar as regras para o licenciamento ambiental, abre caminho para um modelo predatório de exploração dos recursos naturais.
Ainda há tempo para suprimir seus dispositivos mais aberrantes, como a emenda do senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) que cria uma via rápida para licenciar projetos de alegado interesse nacional.
Mesmo algemado ao jogo de forças políticas, o governo de centro-esquerda não precisa deixar que o país comprometa o seu futuro.
Essa dotôra aí é daquele grupo dos pés-no-saco que nem dá pra ler além das primeiras letras. Em que planeta estranho essa dona habita? Caralh…, perdão, caramba!!!
O projeto do Alcolumbre foi costurado a quatro mãos com o covarde Lula que não tem peito para dizer o que quer para a Marina. Governo ridículo de cabo a rabo.
Para Lula, o meio ambiente, assim como democracia e outros assuntos, é apenas mais um tema para seus discursos, seu blábláblá, seu palavrório. Só isso.
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Governo Lula segue sem solução para os bilhões roubados do INSS
Estima-se que volume de dinheiro roubado dos aposentados e pensionistas na folha da Previdência, nos últimos três anos, seja maior que o gasto federal previsto para este ano em programas de assistência social, como Vale-gás e Farmácia Popular.
Nem o governo nem a Justiça ‘sabem’ onde foram parar os 6,3 bilhões de reais desaparecidos na roubalheira da Previdência Social. Equivale a 1,1 bilhão de dólares.
Até agora, foram localizados cerca de 3% do dinheiro furtado de milhões de aposentados e pensionistas — o número real não é conhecido, mas está estimado em mais de 4 milhões de clientes do INSS.
Se passaram 45 dias desde a revelação da roubalheira, depois de ano e meio de investigação.
Até agora, porém, o governo ainda não conseguiu estabelecer a real dimensão da fraude nem distinguir com precisão quais as organizações sindicais, as empresas privadas e os servidores públicos envolvidos.
Mês e meio depois de se descobrirem vítimas de furto, legitimado por um órgão estatal encarregado da gerência da Previdência, aposentados e pensionistas continuam sem saber quando e como serão indenizados.
Sobre o ressarcimento dos 6,3 bilhões de reais surrupiados em três anos de fraude, ninguém sabe. O governo continua na mesma posição em que estava mês e meio atrás, quando a fraude foi revelada: imóvel.
Fonte: Revista Veja, Política, 5 jun 2025, 08h00 Por José Casado
Falta competência nesse governo, essa mulher ganhou uma fama que nada tem