Tarcísio diz que vê Lula com a reeleição “na mão”
Bela Megale
O Globo
Tarcísio de Freitas tem sido só lamento quando o tema são as eleições de 2026. Aliados do governador de São Paulo afirmam que ele está pessimista sobre a chance de um nome da direita ser bem sucedido.
Além disso, Tarcísio tem se queixado constantemente que entrou na mira de ataques do governo Lula e do PT. Entre os principais incômodos do governador está o fato de ser apontado como alguém que rasgou as vestes de moderado e que teria incorporado a versão radical para ganhar o eleitorado.
DISCURSO NA PAULISTA – As críticas nesse sentido se intensificaram no último mês, depois do discurso do governador na Avenida Paulista no 7 de Setembro, no qual chamou o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de ditador.
O envolvimento de Tarcísio nas articulações da anistia por Jair Bolsonaro e na derrubada da Medida Provisória que editava alternativas ao IOF e que renderia maior arrecadação ao governo Lula geraram novas críticas que incomodaram ainda mais o governador.
REELEIÇÃO “NA MÃO” – Em desabafo com aliados, Tarcísio diz que vê Lula com a reeleição “na mão” e questiona os ataques. O governador ainda afirma que estão colocando cada vez mais no seu colo o eleitor anti-PT, à medida que o partido e o governo o tratam como principal adversário em 2026.
Lula, de fato, está convencido de que as negativas públicas de Tarcísio sobre concorrer ao Palácio do Planalto são um jogo de cena e que ele será seu principal concorrente no ano que vem. Lideranças do centrão também apostam que o governador tentará a Presidência e trabalham para isso.
Tarcísio vai renunciar ao cargo de governador?
Eleito em 2022 nas costas do ex-mito, o temor do neófito Tarcísio é ter que deixar o governo de SP em abril de 2026 para se candidatar a presidente
Para se candidatar a presidente da República, Tarcísio terá que se afastar definitivamente do cargo de governador de SP até o dia 04 de abril de 2026, ou seja, até seis (6) meses antes das eleições (em 4 de outubro de 2026).
Desincompatibilização é auto-demissão do cargo: Tarcísio terá que renunciar ao salário, às mordomias, aos privilégios e aos benefícios de governador e ir para a rua, talvez até sem o apoio do ex-mito.