
Zambelli será julgada 5ª feira e espera um milagre de Natal
Carlos Newton
Conforme anunciamos aqui na Tribuna da Internet com absoluta exclusividade, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), não aceitou cumprir o prazo determinado pelo ministro Alexandre de Moraes para cassar o mandato da deputada Carla Zambelli (PL-SP) e dar posse ao suplente, Adilson Barroso, que já está em Brasília desde sábado, na expectativa de assumir no final de semana.
Barroso já ocupou na Câmara a vaga de Guilherme Derrite (PP-SP) de 2023 a 2025, quando o deputado se licenciou para comandar a Secretaria Estadual de Segurança Pública de São Paulo, mas o titular reassumiu o mandato no fim de novembro. Por conta disso, Barroso voltou à suplência.
ORDEM DESCUMPRIDA – Como se sabe, na quinta-feira o ministro Alexandre de Moraes decretou nula a decisão da Câmara que preservara o mandato da deputada Carla Zambelli (PL-SP), que está presa na Itália.
Na decisão, Moraes determinou a perda imediata do mandato da deputada paulista e ordenou que a Câmara efetuasse a posse do suplente no prazo máximo de 48 horas, conforme o artigo 241 do Regimento Interno da Câmara.
Motta não deu importância ao decreto de Moraes e preferiu convocar os líderes partidários da Casa para uma reunião em Brasília na sexta-feira, com objetivo de discutir outro importante assunto – a operação da Polícia Federal com relação à funcionária Mariângela Fialek, ex-assessora de Arthur Lira (PP-AL).
OUTRO EXAGERO – Os líderes criticaram fortemente a operação, falando em “outro exagero” e classificando como mais uma tentativa de o Supremo fragilizar o Congresso. Atribuíram também ao Planalto parte da culpa pelas operações policias que atingem os parlamentares de oposição.
Ficou acertado que, a partir de agora, o Congresso passará a dificultar o andamento de matérias prioritárias para o governo, enquanto os líderes não decidem uma maneira de dar uma resposta institucional em defesa do Legislativo como poder da República.
Segundo os líderes, não havia motivos para esse estardalhaço, porque a servidora Mariângela Fialek nem trabalha mais no setor de emendas e jamais cometeu irregularidades.
PERFIL TÉCNICO – Tuca, como é conhecida na Câmara, tinha um comportamento ético e recebia em sua sala deputados de todos os partidos. Apenas operava a distribuição e liberação desses recursos, seguindo a orientação da Mesa Diretora, que era presidida por Arthur Lira (PP-AL).
Não havia motivos para uma hollywoodiana operação destinada a apurar suspeitas de desvios de emendas parlamentares, com buscas e apreensão em uma sala na Câmara e também na residência da servidora, apreendendo bens pessoais, como diversas joias de baixo valor.
O mais incrível é que a Mariângela Fialek é investigada pelos crimes de peculato, falsidade ideológica, uso de documento falso e corrupção, mas o ex-presidente Arthur Lira não é alvo da apuração.
ORDEM DE DINO – A operação foi autorizada pelo ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), sem a menor necessidade, pois os documentos oriundos do serviço da funcionária são de livre acesso.
Os advogados Luis Inácio Lucena Adams e Maria Claudia Bucchianeri, que defendem a servidora, distribuíram nota lamentando o exagero da operação policial. “Ela era responsável tecnicamente pela organização das emendas parlamentares, nos exatos termos do que era decidido pela Presidência da Casa e por todos os líderes partidários indistintamente (Colégio de Líderes). Sua atuação era estritamente técnica, apartidária e impessoal, nos exatos termos do que dispõe a LC 210/2024, editada em cumprimento às decisões do Supremo Tribunal Federal”, diz a nota, acrescentando:
“Todas as informações dali constantes, sobre indicações de emendas, são encaminhadas à Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, onde podem também ser encontradas, além de serem publicadas no Portal da Transparência, tal como determinou o Supremo Tribunal Federal”.
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P.S. – É claro que, na reunião de sexta-feira, foi tratada também a cassação de Carla Zambelli, que, nesta segunda-feira, passa a ser o assunto principal. Não se sabe se Motta vai reunir apenas a Mesa Diretora e a Assessoria Jurídica, ou se vai incluir também os líderes. A única coisa que todos sabem, sem medo de errar, é que se trata de uma crise institucional gravíssima e não há clima de Natal que dê jeito. Podem comprar pipocas. (C.N.)
Até aqui nos ajudou o Trump.
Agora a bola está conosco. Acordemos e lavantemos para derrubar o regime totalitário do Aparato Petista.
Minha contribuição é abrir suas veias em praça pública.
https://www.criticapoliticabrasileira.com/
Há “dendos”, em:
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Ou será que estamos todos mortos e não desconfiamos disto?
Embora tudo indique que a representatividade eleitoral nos parlamentos será encolhida pelos eleitores.
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Quanto ao Trump, está preocupado é com a economia e os interesses dos EUA, algo que não se tem por aqui, comandados que somos pelas oligarquias patrimonialistas.
… representatividade do Aparato Petista.
Crise? Zabela é um passado nefasto que passou.
Prof. Flávio Martins :
Segundo noticiado na imprensa, o plenário da Câmara dos Deputados não teria alcançado o quórum mínimo para determinar a perda do mandato da deputada Carla Zambelli, condenada pelo STF a uma pena de 4 anos e 6 meses de reclusão, em maio desse ano. Sem entrar no mérito da condenação, nem nas virtudes ou defeitos das pessoas envolvidas, limitar-me-ei a tratar do aspecto constitucional, já que sou professor dessa disciplina.
Segundo o art. 55, VI, CF, perderá o mandato o parlamentar que for condenado criminalmente por sentença transitada em julgado. Segundo o § 2º desse mesmo artigo, no caso de condenação, a perda do mandato será decidida pela Câmara dos Deputados.
A pergunta é simples: no caso de condenação a uma pena superior a 4 anos, que impediria o exercício da função parlamentar, por razões óbvias, quem é responsável pela declaração da perda do mandato? Seria o PLENÁRIO da Câmara dos Deputados ou a MESA DIRETORA?
Explico isso no meu livro “Curso de Direito Constitucional”. O artigo 55, III da CF determina a perda do mandato do deputado que que deixar de comparecer à terça parte das sessões ordinárias, por mera declaração da Mesa da Câmara. Esse entendimento é pacífico desde 2017. Quando a condenação a uma pena privativa de liberdade é superior a 120 dias em regime fechado, a perda do mandato é uma consequência lógica da condenação. Não é necessária deliberação do plenário da Câmara, bastando uma mera declaração da Mesa Diretora.
Pergunto: se não é caso de deliberação da Casa Parlamentar, porque a Câmara dos Deputados fez isso? Só existem algumas respostas possíveis: ou nossos parlamentares atuais são estúpidos e não conhecem a Constituição ou querem é LACRAR, mostrando que estão se opondo ao Judiciário, quando sabem que a medida é ineficaz.
Como o povo não conhece a Constituição, mais uma vez ESTÁ SENDO FEITO DE TROUXA pelo parlamento brasileiro.
Tenho dito todos os dias: chega de termos um parlamento de palhaços e lacradores. Precisamos colocar no parlamento pessoas sérias e que respeitem a Constituição.
Prof. Flávio Martins.
129 milhões de motivos para deixar Zambelli pra lá
Não vou me deixar levar pelo caso de Carla Zambelli: o que importa é a história do contrato da mulher de Alexandre de Moraes com o Master
Não vou me deixar levar pelo caso de Carla Zambelli: deputados foram malcriados; Alexandre de Moraes lhes puxou a orelha. Ponto final.
O que importa é a história do contrato da advogada Viviane Barci de Moraes com o Banco Master, de Daniel Vorcaro. O contrato que previa o pagamento total de espantosos R$ 129 milhões de reais ao escritório da mulher do ministro.
Há três dias perguntei qual era a causa que justificaria tamanho preço. Ontem, a jornalista Malu Gaspar publicou o que o contrato previa: “a organização e a coordenação de cinco núcleos de atuação conjunta e complementar — estratégica, consultiva e contenciosa — perante o Judiciário, o Ministério Público, a Polícia Judiciária, órgãos do Executivo (Banco Central, Receita Federal, PGPN, Cade e Legislativo (acompanhamento de projetos de interesses do contratante)”.
À exceção da atuação contenciosa, as outras duas previstas no contrato — atuações estratégica e consultiva — parecem estranhas a um escritório de advocacia tradicional. Definição de estratégias junto a poderes da República e acompanhamento de projetos na área política são atividades geralmente associadas a lobby.
É um contrato bastante curioso, para não dizer extravagante, e chama muito a atenção que o escritório da mulher de Alexandre de Moraes tenha sido contratado para atuar também perante o Ministério Público e a Polícia Judiciária. Ou seja, a Procuradoria-Geral da República, no caso do MPU, e a Polícia Federal.
O órgão e a corporação trabalham em estreita ligação com o STJ e o STF, o tribunal no qual o ministro dá expediente, e são na PGR e na PF que ocorrem investigações que resultam em operações contra peixes grandes.
Como o contrato fala em atuação estratégica e consultiva, é forçoso perguntar o que Daniel Vorcaro, peixe grande, esperava do escritório de Viviane Barci de Moraes em relação aos dois braços investigativos do Estado brasileiro.
Ele esperava, por exemplo, saber com antecedência o que ia pela PGR e pela PF para precaver-se? Mas como um escritório de advocacia poderia ter esse tipo de informação sem recorrer a uma fonte privilegiada?
Será que Daniel Vorcaro nutria a ilusão de que, ao lançar mão dos serviços da mulher de Alexandre de Moraes, ele estaria escudado contra a ação de procuradores e policiais federais? Ele teve a ilusão perdida quando foi preso no aeroporto internacional de São Paulo ao tentar viajar para Dubai?
De qualquer forma, a suposta ilusão do dono do Banco Master era proporcional aos R$ 129 milhões que ele se propôs a pagar a Viviane Barci de Moraes. Ela era tão extraordinária, a suposta ilusão, que vamos lembrar que Daniel Vorcaro dava prioridade ao pagamento pontual dos R$ 3,6 milhões mensais previstos no contrato.
O contrato milionário foi assinado no início de 2024. Seria natural que, desde então, Viviane Barci de Moraes e equipe estivessem à frente de várias ações envolvendo o banco. No entanto, os advogados pagos a peso de ouro só aparecem em único processo banal de calúnia, injúria e difamação.
Os meus colegas jornalistas que me perdoem, mas há 129 milhões de motivos para deixar Carla Zambelli pra lá.
PS: Deveria causar estupor o fato de o ministro Alexandre de Moraes não sentir a menor obrigação de dar explicação sobre o assunto. É padrão entre os ministros do STF, infelizmente: aponte-se o dedo também para Dias Toffoli em relação ao processo contra o Banco Master.
Fonte: Metrópoles, Opinião, 12/12/2025 20:07 Por Mario Sabino
Na verdade as investigações contra a senhora servidora Mariângela Fialek e contra todos que fizeram parte dessa farra de roubo institucional do dinheiro , se justifica uma vez que ela ainda detenha algumas informações sensíveis e comprometedoras de seus ex-patrões , se de fato queiram pegar os graúdos , deve-se começar peões e pela beirada por terem sido voluntariamente ou não participado dessas tramas criminosas .
De fato , honradez e honestidade não se coadunam , com a má índole e mau caráter da grande maioria da ” CLASSE ” dos políticos/parlamentares Brasileiros , principalmente dos atuais congressistas e maus agentes públicos do país .