Vereadora tenta ceder área pública para ONG do seu próprio assessor

ONG foi fundada por seu suplente e assessor na Câmara Municipal

Carlos Petrocilo
Folha

A vereadora Cris Monteiro (Novo), de São Paulo, apresentou emenda que cedia uma área do município para a ONG de um assessor por 90 anos, com possibilidade de prorrogação. Ao ver sua iniciativa contestada por vereadores de oposição, ela desistiu da ideia. O terreno, ocupado parcialmente por uma escola infantil municipal, fica na Cidade Ademar, Zona Sul da capital.

A emenda seria a um projeto de lei aprovado que permitiu a venda de áreas do município para a iniciativa privada, inclusive ruas. A ONG beneficiada se chama Eu Acho um Absurdo e foi fundada por Edson Teixeira, que trabalha como assessor da liderança do Novo, partido da vereadora, na Câmara, além de ser suplente da própria parlamentar.

LIDERANÇA – A entidade oferece atividades esportivas, de cultura e assistência social a comunidades carentes. Como única representante da legenda na Casa, Monteiro é também a líder da bancada de uma só pessoa. A ONG é presidida pela esposa de Teixeira, Erika Dias Araújo, conforme anunciado em sua página na internet.

A assessoria de imprensa da vereadora afirmou que “ao tomar ciência de que havia uma discussão em andamento entre a subprefeitura e uma escola municipal sobre a responsabilidade da área, a vereadora optou por retirar a emenda”.

“A emenda teve como objetivo propor a cessão administrativa de um espaço público ocioso —tomado por vegetação, sem utilização, nem mesmo pela CEI vizinha— que vinha servindo de criadouro de insetos e ratos, causando grande desconforto à população do entorno”, disse em nota.

A assessoria acrescentou que “o Instituto Eu Acho um Absurdo desenvolve um amplo trabalho social em São Paulo, já tendo atendido mais de 70 comunidades com apoio voluntário e atualmente oferecendo atividades de assistência social, educação, esporte, cultura e lazer, que impactam diretamente cerca de 400 pessoas por semana.”

ABANDONO – A parlamentar afirmou ainda que a sua atuação é guiada pelo compromisso de fomentar iniciativas que tragam impacto positivo para a cidade. Edson Japão afirmou que o terreno está tomado por um matagal e abandonado há quase 30 anos.

“É fundamental que as autoridades assumam a responsabilidade e apresentem uma solução adequada, de modo que a população não precise continuar convivendo com essa situação”, escreveu o fundador da ONG e assessor do Novo. “A periferia da nossa cidade precisa de mais serviços de assistência social, esporte e lazer que realmente impactem positivamente a vida das pessoas”, prosseguiu.

2 thoughts on “Vereadora tenta ceder área pública para ONG do seu próprio assessor

  1. ‘Nunca acobertei desvios”, diz Lupi em depoimento à CPMI do INSS

    O comunistinha desgraçado nariz de caçapa ainda está solto….

    Só no Brasil mesmo….

    Esse é o Judiciário do Século XXI como disse o Super Vilão Lex Luthor….

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *