Confira o que ainda falta esclarecer sobre a invasão dos três Poderes em 8 de janeiro  

CPMI dos atos golpistas é só diversionismo

As autoridades ainda precisam explicar por que se omitiram

Sérgio Moro
Gazeta do Povo

Baseado no que já se encontra comprovado pela CPMI do 8 de Janeiro, tomo a liberdade de elencar uma série de perguntas que faltam ser respondidas sobre o ocorrido no dia 8 de janeiro, porque as apuração da comissão têm sido boicotadas pelos parlamentares da base aliada do governo:

As invasões e depredações havidas no dia 8 de janeiro foram resultado de uma ação coordenada e centralizada em um ou mais comandos, ou foi produto de uma ilusão coletiva passageira aliada ao descontrole da turba na Praça dos Três Poderes?

Tendo os órgãos federais de segurança e distritais sido expressamente avisados desde pelo menos o dia 6 acerca dos riscos de invasão de prédios públicos e de vandalismo, conforme alertas feitos pela Abin, como não foi possível, com antecedência, evitar a violência?

Tendo o ministro do GSI, Gonçalves Dias, recebido desde o dia 6 alertas de risco de violência e de invasões, inclusive no início da manhã do dia 8, provenientes do diretor da Abin, por que ele não tomou as providências para pelo menos deixar o Palácio do Planalto guarnecido pelo inteiro efetivo da Batalhão da Guarda Presidencial?

Por que o GSI enviou, no dia 6, comunicado ao Batalhão da Guarda Presidencial, responsável pela proteção do Palácio do Planalto, dispensando o reforço da segurança do Planalto nos dias 7 e 8? Caso o GSI tivesse uma informação errada sobre os riscos no dia 6, quando mandou a mensagem, por que não retificou sua posição nos dois dias seguintes, antes da invasão, e quando o cenário já era bem mais grave e os riscos se acentuaram?

Por que o GSI solicitou o envio ao Planalto de somente um pelotão do Batalhão da Guarda Presidencial – cerca de 30 soldados – às 11:54 do dia 8, e não de todos os 198 disponíveis e que estavam de prontidão?

Por que o comandante do Comando Militar do Planalto teve, ele mesmo, de tomar a iniciativa de enviar o restante da tropa ao Planalto quando os invasores já estavam em ação, sem que tivesse havido prévia solicitação do GSI?

Se a Força Nacional foi autorizada a agir pelo ministro da Justiça no dia 7 de janeiro, por que ela não foi empregada para prevenir as invasões dos prédios dos três poderes?

Por que o governo escondeu inicialmente os vídeos que mostravam a atuação frouxa do ministro Gonçalves Dias e de seus subordinados dentro do Palácio do Planalto no dia da invasão, sendo depois atropelado pelo vazamento deles à imprensa?

Tendo o ministro Gonçalves Dias sido alertado expressamente do risco de invasão e de violência, ele comunicou o presidente Lula ou outros ministros?

O ministro Gonçalves Dias mandou suprimir, de relatório enviado pela Abin à Comissão de Inteligência do Congresso, a informação de que ele era um dos destinatários dos alertas da Abin de que haveria risco de invasões e de violência, com a finalidade de acobertar a sua omissão no dia 8. Assim sendo, outros membros do governo tiveram conhecimento dessa fraude empregada pelo ministro?

Tendo a Força Nacional de Segurança Pública sido autorizada a agir pelo ministro da Justiça no dia 7 de janeiro, por que ela não foi empregada para prevenir as invasões dos prédios dos três poderes?

Tendo sido revelado que quatro pelotões da Força Nacional de Segurança Pública – cerca de 120 soldados – ficaram parados no estacionamento do Ministério da Justiça, e que apenas dois agiram, depois da invasões, para retirar os invasores, por que eles não atuaram desde logo para prevenir ao menos a invasão do prédio do Palácio do Planato, ao lado

Por que o Ministério da Justiça permitiu, em uma situação de urgência e assistindo-se a tudo do prédio do Ministério, a invasão do Congresso, do STF e do Planalto, enquanto os pelotões da Força Nacional ficavam parados, sem uso, no estacionamento do Ministério?

Por que o ministro da Justiça insiste no álibi de que precisaria de autorização do governo do Distrito Federal quando há precedentes de atuação da Força Nacional na Esplanada dos Ministérios, sem que tenha havido autorização do governo distrital, em 2017, 2019, 2020 e até mesmo na posse do presidente Lula?

Por que o ministro da Justiça, quando a ele foram solicitadas as gravações das câmeras do Ministério do dia 8, não disse desde logo que não as teria conservado e, em vez disso, protelou ao máximo o atendimento dessa solicitação até culminar com a informação?

(Artigo enviado por Mário Assis Causanilhas)

6 thoughts on “Confira o que ainda falta esclarecer sobre a invasão dos três Poderes em 8 de janeiro  

  1. Se tais órgãos e dirigentes cumprissem suas obrigaçöes funcionais, teriam boicotado ordens superiores pró DESTRAMBELHADO “Evento de Falsa Bandeira” idealizado para num só ato desmoralizarão à todos os envolvidos por ação e omissão e mesmo os inocentes patriotas tidos inimigos pois cerceadores da maré vermelha, usurpadora, qual um tsunami subversivo!

  2. Nunca fui eleitor do Senador Arthur Virgilio, MAS…

    QUEM SÃO OS GOLPISTAS?
    https://twitter.com/Arthurvneto/status/1698738107204391200

    O clima, no Brasil, está pesado. Presidente Lula da Silva levará o povo ao desespero, com sua política econômica atrasada e, ainda por cima, pessimamente gerenciada. Isso se agrava com a política do ódio, que divide e emperra o país. As coisas precisam rapidamente entrar nos eixos, sobretudo com o pleno retorno ao princípio de uma verdadeira interdependência entre os poderes Legislativo, Judiciário e Executivo. Desviar desse caminho significa arbítrio e o arbítrio não acaba bem nunca.

    Vemos essa obsessão de se punir o ex-presidente
    @jairbolsonaro
    e sua família o tempo todo, todos os dias, de modo torturante. O Brasil está cansado dessa doença. O Brasil quer ser discutido e ver seus problemas discutidos de verdade.

    Acusado insistentemente de ter tramado um “golpe”, como se houvesse um objetivo sinistro: cassar – e cassaram – o mandato de Deltan Dallagnol; fazer o mesmo com Sérgio Moro e dar um jeito de prender, ainda que apenas para humilhar, Jair Bolsonaro.

    A “acusação” é que ele seria o cérebro de um golpe, que teria fracassado. Estava no exterior, por sinal.

    Ocorrem-me duas indagações: a) O QUE TERIA UMA CERTA FACÇÃO DO TRÁFICO CONTRA SÉRGIO MORO, A PONTO DE MONTAR ESQUEMA PARA ASSASSINA-LO? ALGUÉM TERIA FEITO ESSA MACABRA ENCOMENDA?

    b) BOLSONARO SERIA GOLPISTA, MAS QUEM APAGOU AS RELEVANTES IMAGENS DO MINISTÉRIO DA JUSTIÇA NÃO FOI FLÁVIO DINO? SE FOI, NÃO SERIA REFLEXO DE LULA, QUE SABIA DAS BADERNAS, PODERIA TÊ-LAS EVITADO E NÃO O FEZ?

    O Brasil está perdido nos descaminhos dos seus patéticos dirigentes!

    Arthur Virgilio
    Diplomata, ex ministro-chefe da Sec-Geral da Presidência da República do Gov FHC, Senador, deputado federal e prefeito de Manaus por três mandatos.

  3. As perguntas de Moro já foram respondidas várias vezes por Flávio Dino, mesmo assim está querendo de alguma forma culpar o governo eleito que assumiu o cargo dia 1 de janeiro pelas invasões do dia 8, em que todos os cargos de segurança estavam em poder dos bolsonaristas: Ibaneis Rocha era o governador e respondeu ao Dino que estava tudo sob controle, os 1200 funcionários do GSI estavam sob o controle do gal. Heleno, o secretário de Segurança era Anderson Torres, que foi nomeado dia 1 de janeiro e saiu de Brasília em férias no dia 6, embora suas férias começasse no dia 9 de janeiro, os vândalos do acampamento na porta do quartel de Brasília tinha proteção do comandante.

    Quer dizer que os atentados dos dias 12 e 24 de dezembro foi tentativa de golpe do governo Bolsonaro e o atentado do dia 8 de janeiro foi um ato distinto nada a ver com os atos do mês de dezembro, foi tentativa de golpe foi do governo recém eleito?

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