Cúpula militar considera a delação de Mauro Cid como um “mal necessário”

CPI do 8/1 retoma trabalhos com depoimento de Mauro Cid, ex-ajudante de  ordens de Bolsonaro | Metrópoles

Já solto, Mauro Cida agora vai complementar os depoimentos

Bela Megale
O Globo

A decisão do tenente-coronel Mauro Cid de firmar um acordo de delação premiada é vista como mais um episódio com potencial de trazer desgaste às Forças Armadas, podendo até comprometer outros militares. A proposta de colaboração foi homologada neste sábado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

O acordo também é encarado como a possibilidade de resolver a situação de uma vez por todas e ajudar a “acelerar um desfecho” para o episódio, “sem jogar para debaixo do tapete”.

PIOR FOCO DE CRISE – As investigações e escândalos envolvendo o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, Mauro Cid, e, posteriormente, seu pai, o general Mauro Lorena Cid, são encaradas nas Forças como o pior foco de crise que a instituição vive hoje em dia.

Segundo fontes ouvidas pela coluna, a delação é um “mal necessário”, porque tem potencial de encerrar um ciclo que envolveu, diretamente, a participação de militares em esquemas antidemocráticos, como o questionamento das urnas eletrônicas, e também falsificação de cartão de vacina e de apropriação de bens da União, como o caso das joias.

Com informou o site “G1”, na decisão que concedeu a liberdade provisória a Cid, o ministro do STF Alexandre de Moraes determinou, entre outras medidas, seu afastamento do Exército.

MUITAS RESTRIÇÕES – O militar,  que estava preso havia quatro meses em um batalhão do Exército, em Brasília, foi libertado as tem de cumprir condições, como o uso de tornozeleira eletrônica, não sair de casa à noite, nem ter contato com outros investigados nos casos dos quais é alvo — com exceção de familiares.

A partir de agora, nos próximos depoimentos, Mauro Cid deverá dar mais detalhes e entregar aos investigadores elementos que ajudem a esclarecer suspeitas que envolvem o ex-presidente Bolsonaro na de fraude em cartões de vacinação, na venda de joias recebidas pelo governo brasileiro e na trama para uma tentativa de golpe no país.

Em troca, Mauro Cid poderá ter um abatimento ou até mesmo um perdão de uma eventual pena em caso de condenação.

2 thoughts on “Cúpula militar considera a delação de Mauro Cid como um “mal necessário”

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *