Lula sobe o tom e compara a reação de Israel ao terrorismo do Hamas

Lottenberg diz que, se for convidado, aceitará ser ministro da Saúde |  Política | Valor Econômico

Lottenberg, da Confederação Israelita, critica fala de Lula

Luiz Carlos Azedo
Correio Braziliense

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva subiu o tom contra o governo de Israel, ontem, ao criticar os bombardeios das Forças de Defesa de Israel (FDI) na Faixa de Gaza, que atingiram civis inocentes, principalmente mulheres e crianças. A mudança de tom ocorreu em evento no qual comemorou o resgate pelo Itamaraty de 32 brasileiros que estavam na Faixa de Gaza e chegaram ao Brasil no avião da Presidência, que os aguardava no Egito.

Desde o começo da reação ao ataque terrorista de 7 de outubro, quando o Hamas matou 1.400 pessoas em território israelense — a maioria mulheres e crianças — e sequestrou 200 reféns, foram mortos pelo exército israelense 12 mil palestinos. Em fala muito dura, Lula equiparou a reação de Israel em Gaza ao atentado terrorizara do Hamas:

“A quantidade de mulheres e crianças que já morreram, de crianças desaparecidas, a gente não tem conhecimento em outra guerra. Depois do ato de terrorismo do Hamas, a solução do Estado de Israel é tão grave quanto foi o ato do Hamas, porque eles estão matando inocentes sem nenhum critério”.

REPOSICIONAMENTO – As declarações ocorrem um dia depois de Lula ter se reunido com o chanceler Mauro Vieira para avaliar a situação no Oriente Médio. São um reposicionamento em relação à guerra e ao governo de Israel, que demorou, mas cumpriu o acordo para liberar os brasileiros que estavam em Gaza. A demora de três semanas para os governos de Israel e Egito abrirem a passagem de Rafah exigiu muita habilidade dos diplomatas brasileiros nas negociações e resiliência dos refugiados.

Lula passou recibo de sua insatisfação com essa demora: “Dependia da boa vontade de Israel, de uma quantidade de pessoas que a gente nem sabia. Agora, vamos ver se ainda tem gente na Cisjordânia que queira vir. (…) Nós não vamos deixar nenhum brasileiro ou brasileira lá se ele quiser voltar. Nós vamos ter que encontrar soluções para trazer”, disse.

Sabe-se que outros brasileiros contataram a embaixada do Brasil na Cisjordânia e manifestaram o desejo de voltar, mas não há a menor previsão de quando isso seria possível.

ISRAEL NÃO COMENTA – A Embaixada do Israel não se manifestou diretamente, mas o presidente da Confederação Israelita do Brasil (Conib), Claudio Lottenberg, divulgou nota na qual rebateu Lula e classificou sua fala de “equivocada e perigosa”. Disse, ainda, que “Israel vem fazendo esforços visíveis e comprovados para poupar civis palestinos, pedindo que eles se desloquem para áreas mais seguras, criando corredores humanitários, avisando a população da iminência de ataques”.

Segundo Lottenberg, o Hamas “se esconde cínica e covardemente atrás das mulheres e crianças de Gaza” e “a morte desses civis palestinos é uma arma importante da estratégia do Hamas, uma estratégia que o próprio grupo terrorista reconhece que pratica”.

Para ele, Lula disseminou “uma visão distorcida e radicalizada do conflito, no momento em que os próprios órgãos de segurança do governo brasileiro atuam com competência para prender uma rede terrorista que planejava atentados contra judeus no Brasil”.

CRISE HUMANITÁRIA – Os números da crise humanitária em Gaza, divulgados pelo Monitor Euro-ME dos Direitos Humanos, são impressionantes: 11.091 mortos, dos quais 10.203 civis, sendo 4.812 crianças e 2.994 mulheres; 2.551 soterrados, 30.220 feridos; 1,6 milhão de deslocados, 53,7 mil habitações completamente destruídas e 156,2 mil parcialmente; 111 sedes de imprensa, 214 escolas, 64 mesquitas e 12 hospitais destruídos; 397 profissionais de saúde mortos ou feridos; 101 funcionários da ONU e 46 jornalistas mortos.

Diante desses fatos, a mudança de tom de Lula não está descolada de iniciativas diplomáticas para retomar a discussão de um cessar-fogo. Neste domingo, o primeiro-ministro de Israel descartou a possibilidade: “Isto não é uma ‘operação’ nem uma ‘ronda’, mas uma guerra até ao fim. É importante para mim que vocês saibam disso. Isso não é da boca para fora, mas vem do coração e da mente. Se não acabarmos com eles, eles voltarão”, disse aos soldados do Batalhão Caracal.

Há sinais de que Israel também pretende destruir o Hezbollah no Sul do Líbano, em razão dos ataques de foguetes que vem sofrendo, tão logo assegure o controle sobre Gaza.

8 thoughts on “Lula sobe o tom e compara a reação de Israel ao terrorismo do Hamas

  1. A PesTapo SSJornazista já estão limpando todos os corredores do Ministério da Liga da Gordiça para “salvar ” a pele do Sinistro Flávio Gordino

    Como pode o Sinistro da Rede Esgoto receber uma visita do Comando Vermelho em seu território….!

    Se não “limpar” a Baleia, ops, errei, limpar a barra do Sinistro não tem “grana” no final do mês…….

    eh!eh!eh

    • Sob Lula, Globo volta a liderar publicidade do governo – Folha

      Dados da Secom mostram que TV líder de audiência foi destinatária em 2023 de mais do que o dobro de recursos que a soma das concorrentes. O grupo Globo retomou o protagonismo na publicidade do governo federal sob Lula (PT) e domina as verbas de anúncios de 2023

  2. “”Depois do ato de terrorismo do Hamas, a solução do Estado de Israel é tão grave quanto foi o ato do Hamas, porque eles estão matando inocentes sem nenhum critério”.

    E o Grupo Escolar do HaMarxs matou os inocentes com critério..??

    Dá-lhe Cachaça

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *